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Marlon Brando morreu há cinco anos

Consagrado na pele de Don Vito Corleone em O Poderoso Chefão, astro rebelde de Hollywood morreu aos 80 anos de idade

Da redação Publicado em 02/07/2009, às 19h45

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Brando como Vito Corleone, personagem de <i>O Poderoso Chefão</i> que o imortalizou no cinema - Reprodução
Brando como Vito Corleone, personagem de <i>O Poderoso Chefão</i> que o imortalizou no cinema - Reprodução

Marlon Brando, imortalizado no papel de Don Vito Corleone em O Poderoso Chefão (1972, dirigido por Francis Ford Coppola), morreu em 1º de julho de 2004, há cinco anos, devido a problemas pulmonares.

Descendente de irlandeses e nascido no Estado de Nebraska em 3 de abril de 1924, o ator foi expulso de um colégio e de uma academia militar em Minnesota, aos 16 anos - nesta última, foi reprimido por insubordinação. Em 1943, mudou-se para Nova York e começou a frenquentar aulas de atuação.

Em menos de um ano, Brando estreou a peça I Remember Mama, na Broadway. Em 1950, teve seu primeiro papel nos cinemas, em Espíritos Indômitos. No ano seguinte, Brando estrelou a versão cinematográfica de A Streetcar Named Desire (ele também atuou na peça teatral; no Brasil, o filme foi lançado sob o nome Uma Rua Chamada Pecado), pelo qual recebeu uma indicação ao Oscar, fato que se repetiria em Viva Zapata! (1952), Júlio César, (1953), e Sindicato de Ladrões (1954), quando finalmente levou a estatueta de melhor ator.

Apesar de ter ficado de fora da disputa de 1953, o filme O Selvagem abriu os olhos do público para o personagem rebelde Johnny Strabler. Em cima de uma motocicleta, vestindo jaqueta de couro preta, Brando se consagraria como um dos símbolos da geração encantada também por James Dean e Elvis Presley.

Além de atuar, Brando dirigiu - pela primeira e única vez em sua carreira - A Face Oculta (1961), uma história de faroeste. No filme, ele viveu um ex-ladrão em busca de vingança, substituindo Stanley Kubrick - que havia sido demitido pelo próprio ator.

A partir dos anos 60, o astro tornaria público o engajamento em causas sociais, defendendo os Direitos Civis e os Direitos dos Indígenas nos Estados Unidos. Brando deixaria isso ainda mais claro ao recusar o Oscar de melhor ator pela atuação em O Poderoso Chefão. Na ocasião da entrega do prêmio, uma atriz, se passando por nativa, subiu ao palco para pronunciar o protesto de Brando ao tratamento dado por Hollywood aos índios norte-americanos.

No mesmo ano, o ator contracenou com Maria Schneider em O Último Tango em Paris. Repleta de cenas de sexo, a fita causou furor no mercado cinematográfico e foi proibida em diversos países, entre eles o Brasil. Anos depois, na década de 80, Brando fez uma pausa em sua carreira e fugiu dos olhos da mídia, se mudando para a ilha de Tetiaroa, na Polinésia Francesa, comprada por ele em 1966. Foi nessa época que o ator começou a enfrentar problemas com o excesso de peso e abuso de bebidas alcoólicas. Em 1989, voltou às telonas em Assassinato Sob Custódia e Um Novato na Máfia, em que parodiou o personagem Vito Corleone na iniciação de Matthew Broderick na gangue italiana. Na sequência, Brando teve papeis secundários em filmes como Don Juan di Marco (1994) e A Ilha do Doutor Moreau (1996). A Cartada Final (2001) marcou sua última aparição nos cinemas.

Marlon Brando casou-se quatro vezes e teve seis filhos, um deles adotado. O mais velho da prole, Christian, abalou a família ao assassinar o cunhado Dag Drollet, namorado de Cheyenne, em 1990. Cinco anos depois, ela suicidou-se.

Ao morrer, Brando deixou uma lista de instruções detalhadas para seu funeral. No documento, o astro pediu que o amigo e ator Jack Nicholson comandasse a cerimônia de cremação de seu corpo, em ato reservado à família.