Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

McCartney abre turnê mundial em Minas Gerais: “Finalmente o Paul veio falar ‘uai’”

O ex-beatle fez em Belo Horizonte o primeiro show da turnê Out There, com repertório renovado

Paulo Terron, de Belo Horizonte Publicado em 05/05/2013, às 04h27 - Atualizado às 05h55

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Paul McCartney no primeiro show da turnê <i>Out There</i>, em Minas Gerais - Marcos Hermes/Divulgação
Paul McCartney no primeiro show da turnê <i>Out There</i>, em Minas Gerais - Marcos Hermes/Divulgação

Paul McCartney mostrou na abertura da Out There Tour - no Mineirão, em Belo Horizonte, no sábado - que ainda consegue surpreender até os fãs mais dedicados. Em 2h40 de show, o britânico mostrou os hits óbvios, mas também passou por partes incomuns de seu extenso catálogo musical.

A noite já começou com uma mudança, às 21h24, quando McCartney subiu ao palco sem cerimônia, vestindo um blazer azul com camisa branca e preta, olhou a plateia do estádio por algum tempo e abriu com “Eight Days a Week”, faixa dos Beatles que ele nunca havia tocado em um show. Depois de “Junior’s Farm”, a primeira comunicação com a plateia: “Oi, povo bão”, disse, em “mineirês”. Enquanto os fãs vibravam, a banda começou a execução de “All My Loving”, também do quarteto de Liverpool.

“Finalmente o Paul veio falar ‘uai’”, brincou o músico, referindo-se à campanha online “Vem Falar Uai, Paul” (mais tarde naquela noite ele receberia as organizadoras do abaixo-assinado, que ganharam autógrafos – algumas delas no corpo, para serem transformados em tatuagem). Depois da frase simpática veio “Listen to What the Man Said” (com direito a falsete no fim), que nunca tinha sido tocada sem o Wings, grupo que se separou em 1981.

A parte seguinte da apresentação foi praticamente igual à vista na visita anterior ao Brasil, no ano passado, com “Let Me Roll It”, “Paperback Writer”, “My Valentine” (“Eu escrevi esta para a minha belíssima esposa Nancy”, explicou sobre a balada de Kisses on the Bottom), “Nineteen Hundred and Eighty-Five”, “The Long and Winding Road” e “Maybe I’m Amazed” (“Esta é para Linda”, disse).

“Hope of Deliverance”, sucesso solo de 1993, havia sido tocada em Florianópolis no ano passado, e agora parece ter ganhado fôlego para virar titular no Brasil, onde foi muito executada na época do lançamento. “We Can Work It Out” colocou o Mineirão para cantar, o que fez reforçar um defeito acústico do estádio, que gera muito eco – mas isso não pareceu incomodar McCartney nem um pouco. “Que trem bão, sô!”, brincou mais uma vez com o sotaque local, antes de “Another Day” (música que estava fora do setlist do músico há 20 anos). “And I Love Her” foi seguida de “Blackbird”, que na Out There ganhou uma plataforma que eleva o músico, enquanto projeções são exibidas nas laterais. Ainda do alto, ele fez a já tradicional homenagem ao amigo John Lennon, com “Here Today”.

“Your Mother Should Know”, da fase psicodélica dos Beatles, foi mais uma que fez sua estreia ao vivo: ele nunca havia sido tocada em um show desde o lançamento, em 1967. Depois de “Lady Madonna”, mais uma canção apresentada pela primeira vez, “All Together Now”.

“Mrs. Vandebilt”, do Wings, ganhou presença fixa no repertório nos últimos anos (talvez pelos marcantes “ho, hey ho”, cantados em coro pelo público) e foi seguida por “Eleanor Rigby”. Mas a grande surpresa da noite veio na sequência, com a execução de “Being for the Benefit of Mr. Kite” – originalmente composta e cantada por John Lennon no clássico Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Foi a primeira vez que McCartney cantou a música, que já andava sendo ensaiada em passagens de som recentes.

Daí para a frente, ressurgiram velhas conhecidas das apresentações no Brasil, pontuadas por mais algumas anomalias: “Something” (em homenagem a George Harrison), “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, “Band on the Run” (com o som do estádio se desligando completamente por alguns segundos, duas vezes), “Hi, Hi, Hi” (outra que havia sido abandonada com o fim do Wings, mais de 30 anos atrás), “Back in the U.S.S.R.”, “Let It Be” (com os fãs acendendo pequenas luzes e enchendo as arquibancadas de pontos luminosos), “Live and Let Die” (que ganhou - além dos fogos, explosão, fogo e luzes – lasers e uma imagem do Palácio de Buckingham sendo explodido) e “Hey Jude” (saudada por centenas de cartazes com o agradecimento “thank you”).

Os dois bis foram só com faixas dos Beatles: “Day Tripper”, “Lovely Rita” (outra tocada pela primeira vez na história), “Get Back”, “Yesterday”, “Helter Skelter” e encerrando com o medley “Golden Slumbers” / “Carry That Weight” / “The End”. Passados cinco minutos da meia-noite, Paul McCartney se despediu com um “até a próxima”.

O ex-beatle ainda se apresenta em Goiânia (dia 6) e Fortaleza (9). Depois disso a Out There segue para os Estados Unidos.