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Metáfora Perfeita: atores de Liga da Justiça se esforçam para manter a boa fase da DC Comics no cinema

“O Batman e a Mulher-Maravilha meio que são a cola que gruda a Liga”, comenta a protagonista Gal Gadot

Stella Rodrigues Publicado em 16/11/2017, às 18h34 - Atualizado às 19h01

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<b>Força de Amazona</b><br>
Ao lado de The Flash e Batman em <i>Liga da Justiça</i>
 - Warner Bros. Pictures
<b>Força de Amazona</b><br> Ao lado de The Flash e Batman em <i>Liga da Justiça</i> - Warner Bros. Pictures

Gal Gadot e os colegas de elenco em Liga da Justiça acabaram de sair da Comic-Con de San Diego, também conhecida como a Comic-Con mais importante do mundo. Acabaram mesmo: eles participaram do painel do filme e, em seguida, atravessaram a rua para encontrar a imprensa internacional e falar sobre o longa. Dentro do centro de convenções onde é realizado o evento anual, o que impressionou a atriz não foi ver muitas garotinhas vestidas como a personagem que ela interpretou no recente filme solo da heroína, e que volta a viver no novo longa. Por isso ela já esperava.

“O que me empolga mais é ver os meninos e os homens usando fantasia de Mulher-Maravilha, porque me parece que ela rompeu todas as barreiras de gênero”, comemora. Gal, Ray Fisher (Cyborg), Ezra Miller (The Flash), Ben Affleck (Batman) e Jason Momoa (Aquaman) estão extremamente empolgados com a recepção do público da Comic-Con e, embora Affleck não largue do celular e Momoa tenha que interromper a entrevista diversas vezes para correr atrás dos filhos, que demandam atenção o tempo todo, os atores falam com genuíno afeto sobre a produção, que estreia em 16 de novembro e chega em uma hora excelente.

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Os filmes de herói nunca estiveram tão em alta e nunca tiveram tanta liberdade de, por exemplo, penderem mais para a comédia do que para roteiros de ação amarrados. Acima de tudo, as adaptações das HQs da DC Comics estão surfando na onda do sucesso de Mulher-Maravilha, que quebrou vários recordes de bilheteria. Um dos elogios mais tecidos à obra de Patty Jenkins, que dirigiu Gal e seu laço da verdade na bem-sucedida incursão cinematográfica, é que o filme traz humor de uma forma orgânica, com piadas bem escritas e apropriadas para cada personagem. A fórmula e o tom devem se repetir na Liga. “É mais divertido, tem mais leveza do que os outros filmes”, garante Affleck.

Mas nem só de piadas pode viver um filme de herói. Especialmente quando são cinco deles, cada um levando para o conjunto uma série de intenções, traumas e particularidades. Pensando nessas características de cada personagem, o intérprete de The Flash, cujo poder é a rapidez, brinca: “Bom, eu geralmente torno tudo mais lento”. Apesar de Ezra Miller ser praticamente incapaz de dar uma resposta séria (durante quase toda a entrevista), Gal fica compenetrada na hora de refletir a respeito de o que a personagem dela acrescenta ao coletivo. “O Batman e a Mulher-Maravilha meio que são a cola que gruda a Liga”, define. “Mas eles, obviamente, precisam de cada um dos outros integrantes para conseguirem atuar como a melhor versão deles mesmos.”

“Eles são os líderes do rebanho”, completa Fisher. “Estão ali para argumentar, nos convencer das coisas e fazer com que todos trabalhem juntos. Segundo Ezra, são nossos pai e mãe.” “Sim”, interfere o intérprete de The Flash. “O Ben é meu pai e a Gal é a minha mãe. Eles são muito legais até eu fazer alguma coisa errada”, ri.

“A ironia de tudo isso é que o Bruce/Batman nunca foi um cara particularmente bom em cooperar”, diz Affleck. “E, ainda assim, ele é colocado nessa posição de ter que não apenas trabalhar ao lado dos outros como também liderar, organizar a ação e reunir a turma.”

Uma das expectativas dos fãs é dever como a equipe superou um problema que poderia colocar tudo a perder. Em maio deste ano, o diretor de Liga da Justiça, Zack Snyder, anunciou que teria que se afastar do projeto para cuidar de sua vida pessoal, arrasada depois que a filha cometeu suicídio em março. A pós-produção e a refilmagem de algumas cenas, então, foram assumidas pelo cineasta e corroteirista do longa Joss Whedon, que tem um estilo bem diferente do de Snyder – o que pode causar um efeito de os fãs saírem do cinema tentando adivinhar qual cena foi assinada por quem.

Fisher concorda que são dois diretores com estéticas divergentes, mas argumenta: “No fim das contas, acho que todos queremos a mesma coisa, que é contar a melhor história possível. Tivemos um processo de trabalho muito mais longo com Zack do que com Joss, mas como uma boa parte da equipe era a mesma isso deu uma familiaridade.”

Miller, nesse momento, deixa as gracinhas de lado e é ele quem explica da forma mais “super-heroinesca” a situação toda. Diante da adversidade, do momento de crise, foi tomada a melhor solução possível para resolver as coisas de uma forma justa. “Foi muito bonito ver as pessoas, artistas, se unindo para dar apoio um ao outro em uma hora como essa. Uma das coisas mais belas que você pode fazer é ajudar a realizar a visão de outro artista quando ele não é capaz. E isso é, de certa forma, o tema do filme: quando a situação é complicada demais, a única solução é a união. E encontrar nos outros a bondade e os talentos deles.”

“Todos temos essa capacidade interna de fazer a coisa certa e pensar nos outros. Simplesmente atribuímos essas qualidades aos heróis, mas é algo que está dentro de nós e que é necessário aplicar à vida”, Momoa complementa. Miller retoma: “Precisamos confiar uns nos outros. É quase a metáfora perfeita, não?”.