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Mick Jagger proíbe a publicação de autobiografia “perdida”

Editor diz que livro foi escrito nos anos 1980 e é leitura “deliciosa e inebriante”

Rolling Stone EUA Publicado em 17/02/2017, às 16h09 - Atualizado às 16h28

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Mick Jagger, dos Rolling Stones, se apresenta no Indianapolis Motor Speedway

 - Barry Brecheisen/AP
Mick Jagger, dos Rolling Stones, se apresenta no Indianapolis Motor Speedway - Barry Brecheisen/AP

Mick Jagger revelou fascinantes histórias do mundo do rock e “desnudou sua alma” em uma biografia inédita de décadas atrás, de acordo com o editor britânico John Blake. No entanto, os responsáveis pelo gerenciamento da carreira dos Rolling Stones não deram permissão para que ele publicasse o livro.

Blake disse à revista The Spectator que tem uma cópia do original, com 75 mil palavras, a qual ele definiu como “extraordinária”. O editor adquiriu o livro de memórias (incluindo anotações feitas à mão pelo próprio Jagger) de um “amigo em comum” três anos atrás e acredita que o vocalista trabalhou com um ghost writer.

Na entrevista, Blake insinuou haver passagens como Jagger comprando uma casa de campo enquanto estava sob efeito de drogas psicodélicas e a banda exigindo, mesmo que não consumisse, caviar e codornas recheadas nos camarins. “São coisas deliciosas e inebriantes [de se ler]”, relatou sobre o livro, que teria sido escrito pelo vocalista dos Rolling Stones no início dos anos 1980 e sido rejeitado pela editora por causa de seu conteúdo, que tinha “pouco sexo e drogas” em uma era na qual “chocar era uma parte vital de qualquer autobiografia de sucesso”.

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Blake disse que procurou Jagger por meio de Joyce Smyth, empresária dos Rolling Stones, que inicialmente afirmou que o cantor não se lembrava do livro e requisitou uma cópia. Segundo Blake, Joyce mais tarde confirmou a autenticidade do trabalho, tendo perguntado a Jagger se ele escreveria um prefácio explicando que aquilo havia sido criado décadas atrás. No entanto, nos meses seguintes, Jagger ficou ocupado demais para se dedicar ao projeto; no fim de 2015, depois da insistência de Blake, Joyce negou permissão para publicar o livro.

Em declaração ao The New York Times, Joyce Smyth pareceu confirmar a existência do livro. “John Blake me escreve de tempos em tempos atrás de permissão para publicar esse trabalho”, afirmou. “A resposta é sempre a mesma: ele não pode, porque não é dele, e ele aceita esse fato. Os leitores poderão formar uma opinião em relação aos assuntos citados por John Blake quando for publicada uma autobiografia de Sir Mick, caso um dia ele decida escrevê-la.”

Em entrevistas passadas, Jagger se mostrou desinteressado em trabalhar em algo do tipo. “Eu acho que o mercado de livros de memórias de artistas do rock and roll está saturado”, disse ao The Hollywood Reporter em 2014. “Se alguém quiser saber o que eu fiz em 1965, pode olhar na Wikipedia.”

Blake esclareceu que não pode passar por cima dos representantes dos Rolling Stones porque Jagger é dono dos direitos do material. Ele contou que não sabe da existência de nenhuma outra cópia além da que tem em mãos e da que enviou para Jagger.