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Miley Cyrus — Plastic Hearts [REVIEW]

No sétimo disco da carreira, enfim, ouvimos o vocal que pedia para sair com urgência da garganta da artista

Nicolle Cabral | @NicolleCabral Publicado em 27/11/2020, às 07h00

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Miley Cyrus na capa do disco 'Plastic Hearts' (Foto: Reprodução)
Miley Cyrus na capa do disco 'Plastic Hearts' (Foto: Reprodução)

Após se despedir da estrela pop adolescente fictícia, Hannah Montana, em 2011, Miley Cyrus passou boa parte da carreira musical brigando — com ela mesma — para não ser relacionada a figura limpa e infantil pintada pela Disney. Com isso, a artista lançou a persona pop provocativa de Bangerz (2013) e a imagem dela nua sentada em cima de bola de concreto cinza e quebrando paredes em "Wrecking Ball" foi um indicativo que ela era seria tudo — menos o que pedissem que ela fosse. 

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Na sequência, Miley se rendeu a psicodelia e lançou o Miley Cyrus & Her Dead Petz — com hits injustiçados — em 2015. Nesse ponto, toda nova aparição da cantora parecia confusa — exceto quando ela arriscava a voz em versões músicas de rock. Em 2014, Miley fez uma apresentação no MTV Unplugged onde cantou "Why'd You Only Call Me When You're High?" do Arctic Monkeys e, de repente, as coisas fizeram sentido. A roupagem de "estrela do rock" parecia servir muito do que qualquer nova aposta sobre ela e isso se provou em outras novas ocasiões com covers do Blondie, The Cure, The Cranberries e Pink Floyd

Nesta sexta, 27, a artista, enfim, se cobriu da ousadia que só encontrava quando revisitava grandes clássicos do gênero dominado pelos solos de guitarra e lançou o sétimo disco de estúdio. Em Plastic Hearts, Miley faz as pazes com o que sempre lhe caiu muito bem (o rock'n' roll e a música country) e se uniu com os antigos heróis como Joan Jett, Stevie Nicks e Billy Idol. No novo registro alçado pela RCA Records, a artista se aventura na energia do glam-rock com baixos pesados, guitarras elétricas, sintetizadores e um vocal que pedia com urgência para sair da garganta. 

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A faixa "Midnight Sky", por exemplo, que já é um grande atrativo na primeira audição, ganha brilho duplo após aparecer mais uma vez no disco como "Edge Of Midnight (Midnight Sky Remix)"  — desta vez, com a energia deslumbrante de Stevie Nicks. Quando falamos de feats da nova produção, todos soam são palpitantes: "Bad Karma" com Joan Jett é uma passagem de ida direto para 1978; "Night Crawling" com Billie Joe é um banho de synth-rock e "Prisoner" canaliza o ponto exato de fusão entre o pop disco de Future Nostalgia de Dua Lipa e a energia do glam-rock de Miley. "Never Be Me", uma das poucas faixas mais melódicas do disco, também é um ponto alto. O discoteve a produção de Louis Bell e Andrew Watt — que tem um currículo imenso de artistas pop como Bebe Rexha e o gigante Ozzy Osbourne

Para quem estava ansioso com a emulação da cantora após o lançamento do EP She Is Coming, com certeza, terminará a audição do disco contente por essa faceta finalmente ter sido explorada. Em Plastic Hearts, Miley Cyrus parece estar muito mais confortável na própria pele e desfila muito bem acompanhada com o eco dos acordes de guitarra. 

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