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Cantor Jair Rodrigues morre aos 75 anos

Músico estava na casa onde morava em Cotia, no interior de São Paulo

Redação Publicado em 08/05/2014, às 11h21 - Atualizado às 16h07

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Jair Rodrigues - Divulgação
Jair Rodrigues - Divulgação

Atualizada às 16h03

O cantor Jair Rodrigues, uma das figuras mais sorridentes da música brasileira, morreu nesta quinta-feira, 8, aos 75 anos, na casa onde morava, em Cotia, no interior de São Paulo. A informação foi confirmada pela produtora JRC Produções. Jair entrou na sauna na casa dele pela manhã, e foi encontrado, já sem vida, por volta das 10h. O corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) e um exame preliminar apontou que a causa da morte foi um infarto do miocárdio.

Galeria: a vida e a obra de Jair Rodrigues em fotos.

A página de Facebook oficial do músico publicou uma mensagem confirmando a morte e dizendo que “o mundo vai ficando mais triste”. A frase diz muito sobre quem foi Jair Rodrigues de Oliveira, nascido em Igarapava, interior de São Paulo, em fevereiro de 1939.

Sorridente e bem humorado, o pai dos também músicos Jair Oliveira e Luciana Mello começou a carreira na década de 1950, como crooner em programas de calouros de rádio no interior do estado. Na década seguinte, o destino sorriu de volta para Jair e ele se mudou para a capital paulista, para participações na TV.

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Em 1962, gravou o primeiro compacto, um single de 78 rotações que trazia duas músicas criadas para a Copa do Mundo daquele ano, realizada no Chile e vencida pelo Brasil: “Brasil Sensacional” e “Marechal da Vitória”.

Os discos Vou de Samba Com Você e O Samba Como Ele É saíram em 1964 e já traziam um dos maiores clássicos do repertório de Jair. “Deixa Isso Pra Lá” (uma composição de Alberto Paz e Edson Menezes) foi presença constante nas apresentações dele. E, mesmo que a canção tenha completado quatro décadas de existência, ele não deixava de interpretá-la, inclusive com coreografia. Foi ela que fez Herbert Vianna dizer que o cantor era o "pai do rap".

Em 1965, mais um sorriso do destino selou de vez o sucesso de Jair: ele foi escalado para substituir Baden Powell em um show com Elis Regina, com quem manteve uma das maiores parcerias da cantora. Com ela, gravou um dos discos mais clássicos da bossa nova brasileira, reinterpretando clássicos de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Carlos Lyra, Edu Lobo. Dois na Bossa, lançado em 1965, foi registrado ao vivo, durante uma apresentação da dupla no Teatro Paramount, em São Paulo. O álbum ganhou outros dois volumes, em 1966 e 1967.

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Novamente com a Pimentinha, Jair foi alçado à posição de apresentador do programa Fino da Bossa, transmitido pela TV Record. Na emissora, ele também teve bons momentos durante os Festivais da Música Popular Brasileira.

Ele levou a música “Disparada”, de Geraldo Vandré e Teo de Barros, ao primeiro lugar da segunda edição do festival, em 1966, dividindo o posto com “A Banda”, de Chico Buarque e interpretada por Nara Leão. Dois anos depois, voltou ao festival com uma terceira colocação, cantando a música “A Família” (Chico Anysio e Ari Toledo).

O mais recente trabalho dele foi lançado neste ano, em uma parceria com o filho Jair Oliveira. O projeto Samba Mesmo foi editado em dois volumes e trazia 26 clássicos da música brasileira que Jair não havia gravado ao longo dos 55 anos de carreira.

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