Artista foi um crítico ferrenho da abertura política da União Soviética e da consequente desintegração do bloco comunista
Morreu neste sábado, 14, um dia antes de completar 78 anos, o escritor russo Valentin Rasputin, ícone da “prosa rural”, movimento literário desenvolvido nas décadas de 1960 e 1970 na então União Soviética.
Segundo informações da agência de notícias Interfax, ele estava hospitalizado, em coma, há alguns dias. A causa da morte não foi divulgada.
Natural do extremo oriente da Rússia, no Sul da Sibéria, Rasputin tem como obra de maior repercussão Adeus a Matiora, relato de um pequeno vilarejo destruído pela construção de uma hidroelétrica, de 1979. O cotidiano da vida no campo era a principal fonte de inspiração do autor.
Rasputin também se tornou conhecido pelo posicionamento contra a Perestroika, a abertura da União Soviética que resultou no fim do regime comunista na Rússia. Recentemente, ele apoiou ações do governo de Vladimir Putin (ao dele na foto acima) contra o grupo feminista Pussy Riot, além das ações contra a Ucrânia pela anexação da região da Crimeia.
“A literatura teria sido muito diferente sem seus marcantes heróis, que permaneciam humanos sob qualquer circunstância. Pelos livros dele, muitas gerações aprenderam como viver, como apreciar a beleza desse mundo, como amar”, escreveu pelo Facebook o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev.