Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Morre o físico britânico Stephen Hawking, gênio da ciência, aos 76 anos

Cientista teve a história de vida imortalizada no filme A Teoria de Tudo (2014), que rendeu um Oscar ao ator Eddie Redmayne

Redação Publicado em 14/03/2018, às 07h38 - Atualizado às 12h48

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O cientista Stephen Hawking - Ted S. Warren/AP
O cientista Stephen Hawking - Ted S. Warren/AP

O físico britânico Stephen Hawking morreu nesta quarta-feira, 14, aos 76 anos de idade, devido a complicações geradas pela doença degenerativa esclerose lateral amiotrófica (ELA), com a qual ele sofre desde a juventude. A informação da morte foi dada pela imprensa britânica, depois de divulgada pela família. Ele estava na casa em que morava, em Cambridge, na Inglaterra.

“Estamos muito tristes que nosso amado pai morreu hoje”, disseram Lucy, Robert e Tim, filhos de Hawking, em comunicado. “Ele foi um grande cientista e um extraordinário homem cujo legado vai durar por muitos anos. A coragem e persistência dele, junto ao brilhantismo e humor, inspirou diversas pessoas ao redor do mundo. Uma vez ele disse: ‘Não seria bem um universo se não fosse habitado por pessoas que você ama’. Sentiremos saudades para sempre.”

Hawking ficou conhecido mundialmente por aproximar a ciência do grande público com teorias que ajudaram a formatar o conhecimento em torno da cosmologia. Ele também se tornou uma espécie de celebridade, apesar de ter o corpo atrofiado, viver aprisionado em uma cadeira de rodas e se comunicar por um sistema de som que reproduzia palavras através de um sintetizador eletrônico – gerando a “voz robótico” que foi marca registrada” – a partir do movimento dos olhos do cientista. No fim da vida, ele só conseguia mexer um dedo e os olhos. “O sintetizador dá um sotaque norte-americano”, ele brincava.

O britânico passou a ser respeitado no mundo da ciência pelo trabalho em relação à origem do universo e aos buracos negros, e por conseguir comunicar as teorias cosmológicos complexas em linguagem compreendida até pelos leigos. Dentre os 14 livros escritos por ele, como O Universo Numa Casca de Noz (2001), Hawking teve três best-sellers, sendo o primeiro deles Uma Breve História do Tempo (1988), o mais famoso de todos, tendo vendido mais de 10 milhões de cópias ao redor do mundo entrado para o Livro dos Recordes após ficar na lista de mais vendidos do Sunday Times por 237 semanas.

Mas antes disso, já nos anos 1970, o cientista já era reconhecido e havia sido eleito professor lucasiano emérito – cargo anteriormente ocupado por Isaac Newton – da Universidade de Cambridge, lecionando matemática. Hawking não foi o maior cientista de todos os tempos, mas se tornou um dos pilares na história do estudo da cosmologia, tendo dado aulas na Casa Branca, nos Estados Unidos, e ganhando prêmios como o Albert Einstein, o Wolf, e a Medalha Copley, entre outros. Recebeu também, do então presidente norte-americano Barack Obama, a Medalha Presidencial da Liberdade.

O físico teve a vida contada em diversos documentários e, mais notoriamente, no filme A Teoria e Tudo, que saiu em 2014 e rendeu a Eddie Redmayne um Oscar de Melhor Ator pelo papel como Hawking. O longa, contudo, também traz o ponto de vista de Jane Wilde (vivida por Felicity Jones e cujo livro baseou a produção cinematográfica), a primeira esposa do cientista. Estudante de artes, ela se casou com Hawking em 1965, dois anos depois de ele ser diagnosticado com ELA (aos 21 anos), e o relacionamento aparentemente falido durou décadas e gerou três filhos. O casamento acabou em 1991, devido à progressão da doença dele e do desgaste da situação de Jane, que o descreveu como “uma criança possuída por um imenso ego”, tratando da relação entre eles como de “mestre” e “escrava”.

Hawking já participou de Star Trek, Big Bang Theory, Os Simpsons, Laboratório de Dexter, narrou o trailer de Zoolander 2, esteve em Uma Família da Pesada e falou em dois discos do Pink Floyd: The Division Bell (1994) e o último álbum da banda, The Endless River (2014). “Eu tenho vivido com a perspectiva de morrer cedo nos últimos 49 anos”, ele disse ao Guardian em 2011. “Não tenho medo da morte, mas não tenho pressa para morrer.”