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Morrissey afirma que suicídio é "ato honroso"

Durante entrevista a um programa de rádio britânico, músico bateu várias vezes na tecla da morte

Da redação Publicado em 30/11/2009, às 16h46

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Para Morrissey, o suicídio é um ato "honroso" e "de grande autocontrole". Conhecido pelo apego a letras melancólicas, o ex-vocalista do The Smiths fez a declaração durante entrevista à rádio britânica BBC Radio 4, no programa Desert Island Discs.

"Você já pensou sobre estar em controle da sua vida?", perguntou a apresentadora Kirsty Young. Ao que veio a resposta do músico inglês: "Sim, eu pensei, e acho que autodestruição é honrosa. Sempre pensei que é. É um ato de grande autocontrole, e entendo as pessoas que a fazem".

Não foi apenas "papo puxado" pela entrevistadora. O cantor já havia tocado em assuntos funestos na conversa, como quando se disse "fascinado pela brevidade da vida e como as pessoas usam seu tempo", já que "todos sabemos da queda". "Tão inevitável quanto eu e você sentados aqui, agora, é que chegará a terça-feira em que você, Kirsty, não estará aqui."

Não foi só. Ao ser perguntado sobre o que levaria para uma ilha deserta, Morrissey deu duas opções: ou uma cama, "pois gosto de ir para a cama", ou "um saco com pílulas para dormir, porque posso querer um fim rápido".

Forçado a escolher entre um ou outro, o cantor acabou optando pela cama. Mas a morbidez não deixou a cena. "Levaria a cama, acho, porque ir para a cama é o auge do dia de todo mundo. Gosto de estar escondido e gosto de afundar. Acho que todos amamos ir para a cama e amamos dormir. É o irmão da morte, significa que você pode apenas desligar seu cérebro ao ir para a cama."

"Asleep", canção lançada no lado B do single do Smiths "The Boy With the Thorn in His Side" (1985), sinalizaria desde então o apego de Morrissey ao tópico funesto. Ao menos é o que sugerem versos como "sing me to sleep/ and then leave me alone/ don't try to wake me in the morning" (cante para eu dormir/ e depois me deixe sozinho/ não tente me acordar na manhã).

Na conversa, Morrissey - que no começo do ano lançou Years of Refusal, nono álbum pós-Smiths - também falou sobre a literatura que mais lhe atrai (Oscar Wilde) e algumas de suas canções favoritas. Entre elas, duas de título sugestivo: "The Black Angel's Death Song" (Velvet Underground) e "Your Pretty Face Is Going to Hell" (Iggy & The Stooges). A melhor de todas, para ele, tem tom mais para cima: "(There's Gonna Be A) Showdown", do New York Dolls.