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Muito para melhorar

Rock in Rio é experiência intensa de festival, mas tem diversos problemas a serem corrigidos

Stella Rodrigues, do Rio de Janeiro Publicado em 26/09/2011, às 19h13 - Atualizado às 20h09

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Cerca de 300 mil pessoas passaram pela Cidade do Rock entre sexta, 23, e domingo, 25 - Glaucio Burle/Estacio
Cerca de 300 mil pessoas passaram pela Cidade do Rock entre sexta, 23, e domingo, 25 - Glaucio Burle/Estacio

Com uma performance eletrizante de “Seek and Destroy”, o Metallica encerrou o fim de semana de estreia do Rock in Rio. A primeira parte do evento tem um saldo positivo em diversos aspectos, mas também uma extensa lista de questões de estrutura a serem melhoradas para os quatro dias de evento restantes (29 e 30 de setembro, 1 e 2 de outubro).

Banheiros

O problema mais marcante no último domingo, 25, foi em relação aos banheiros. A produção do Rock in Rio optou por dispensar os costumeiros banheiros químicos e instalar 500 cabines de banheiro com sistema próprio de água e esgoto. Porém, no terceiro dia de atividades na Cidade do Rock, a quantidade de objetos jogados no sistema sanitário contribuiu para que os encanamentos não suportassem e vazassem, deixando um odor fétido de urina nas regiões em torno dos banheiros. A assessoria de imprensa do evento informou que, ao longo dos próximos dias, a equipe de engenharia trabalhará para consertar o problema e retomar o festival no próximo fim de semana sem questões de higiene pendentes. (leia toda a entrevista aqui).

Alimentação

Uma dificuldade que também atrapalhou a diversão das 100 mil pessoas a cada dia que estavam na Cidade do Rock, com seus 150 mil metros quadrados de extensão, foi a alimentação. Os 12 quiosques e 48 lojas de comida não deram conta da fome do público. O tempo nas filas (foto) durava mais do que algumas das apresentações. E, com a pressa de atender toda aquela gente, os funcionários das lanchonetes acabavam servindo comida ainda parcialmente congelada, por exemplo. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, a vice-presidente Roberta Medina declarou, a respeito da rede de fast food Bob’s, uma das mais presentes no local e que chegou a ficar sem comida, em alguns momentos: “É o maior operador e está deficitário. Eles estão trabalhando para aumentar a agilidade do atendimento. Sabemos que um dos problemas é a contratação de mão de obra temporária, que não se compromete, não está habituada com a dinâmica, porque não trabalham nas lojas. São coisas que estamos consertando.” Leia mais aqui..

Organização do espaço

A quantidade massiva de pessoas não tornou apenas inviável a alimentação. A circulação estava complicada, pois, por mais que todos coubessem ali, o lugar não tem espaço de fluxo, de forma que para chegar de um ponto a outro, leva tempo - e paciência. Isso vale também para a região de saída da Cidade do Rock. Roberta Medina afirmou que fez duas vezes o trajeto entre a porta da Cidade do Rock e o local de onde partiam os ônibus que transportavam o público de volta às suas casas – e que levou, em cada uma delas, cerca de 12 minutos. Porém, levando em consideração que boa parte do público chegava e saía na mesma hora, a aglutinação de pessoas fazia com que essa caminhada levasse mais de uma hora. Lá dentro, o ponto de maior problema de fluxo de pessoas é a região da Rockstreet. Era bastante difícil circular pela rua baseada no cenário de Nova Orleans que, afinal de contas, era uma rua e servia para isso. Roberta citou esse espaço nominalmente, em entrevista, e afirmou que a rua deverá ser alargada, conforme a possibilidade do espaço, para que a situação seja sanada quando o festival reabrir.

A dificuldade em ir de um ponto a outro intensificou um hábito que é tido como comum entre muitos brasileiros: o de jogar lixo no chão. Era possível ver latas de lixo com bastante espaço e gente jogando lixo fora delas, ou seja, não foi uma questão de falta de latões onde colocar os dejetos. Ainda assim, a Cidade do Rock parecia um aterro ao final de cada dia. Na noite de sábado, quando choveu e as pessoas dispensaram suas capas de chuva usadas nos gramados, a paisagem ficou ainda pior.

Segurança

Outro problema que deu trabalho aos organizadores foi a segurança. Como é costumeiro em aglomerados desse porte, furtos aconteceram, sendo registrados entre 100 e 200 boletins de ocorrência a cada dia – nem todos relativos a furtos, mas a grande maioria. “A diferença do primeiro para o segundo dia foi brutal. A história dos furtos, que é algo que a própria polícia questiona, porque não necessariamente foram furtos – já que as pessoas largam bolsas no canto e vão pular com a banda”, despistou Roberta Medina, acrescentando que aumentou a quantidade de homens que fizeram a segurança e colocou alguns agentes à paisana em meio ao público para facilitar, afinal, não é nada fácil pegar pessoas colocando a mão nas bolsas dos outros e roubando celulares em meio ao caos da pista. Para mais informações a respeito das ocorrências policiais durante o Rock in Rio, clique aqui e aqui.

No mais, o Rock in Rio, se provou uma experiência de festival bastante intensa – pecando, porém, nessas questões de logística. Em termos de show, mesmo, o que atrapalhou foram os atrasos, que Roberta Medina garante que serão evitados ao máximo no próximo fim de semana, e problemas de áudio no palco Sunset (que geraram ainda mais atrasos).

O Rock in Rio continua sua maratona de 160 bandas e mais de 14 horas por dia de shows na próxima quinta, 29, com Stevie Wonder, Ke$ha, Joss Stone, entre outras atrações.