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Música para jogar e dançar

Conhecido por integrar a trilha sonora de diversos games, Datarock se apresenta em São Paulo nesta quinta, 24; confira entrevista com o vocalista Fredrik Saroea

Por Patrícia Colombo Publicado em 24/03/2011, às 15h11

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Datarock toca em São Paulo, no Estúdio Emme, nesta quinta, 24 - Tom Oxley/Divulgação
Datarock toca em São Paulo, no Estúdio Emme, nesta quinta, 24 - Tom Oxley/Divulgação

Você pode até dizer que não é fã de música alternativa, mas se for fissurado por games, conhece o Datarock. A banda norueguesa, que passou pelo Brasil em 2007 como parte do line-up do festival Planeta Terra, está de volta para única apresentação no Estúdio Emme, nesta quinta, 24, em São Paulo. O vocalista Fredrik Saroea conversou, por telefone, com a Rolling Stone Brasil sobre o retorno ao país, novas músicas, os games e os benefícios de ser uma banda distante do mainstream, apesar do sucesso com os populares jogos.

Há pouco mais de três anos, o duo composto por Saroea e Ketil Mosnes, acompanhado de músicos de apoio (Thomas Larssen, no baixo, e Oyvind Solheim, na bateria), se apresentou no palco indie do Planeta Terra, em show animadíssimo que contou com um encerramento inusitado: a execução de "(I've Had) The Time Of My Life", trilha sonora do longa-metragem oitentista Dirty Dancing - Ritmo Quente. "Foi muito divertido", lembra Saroea. "Tudo no festival foi bastante profissional, foi perfeito. E no hotel pudemos conhecer o Devo, que sempre foi uma das nossas maiores inspirações." Segundo ele, a apresentação desta quinta, 24, será semelhante a de 2007, só que melhor. "Será a mesma banda no palco, mas a maior diferença é que nesse tempo fizemos, se não me engano, 300 shows em cerca de 30 países. Será divertido e para dançar", promete.

O público poderá aguardar algumas novidades no set list da banda, além das faixas dos álbuns Datarock Datarock e Red, lançados em 2005 e 2009, respectivamente. "Tocaremos novos singles, como 'Catcher in the Rye'", revela o frontman. Na última segunda, 21, o Datarock lançou alguns materiais inéditos, em um toy art (criado por Bryan Flynn, no Hybrid Design e na pioneira companhia SUPER7, situada em São Francisco) com porta USB. Ele contém, além dos discos já citados, faixas extras, fotos, vídeos, o single "Catcher in the Rye", inserido em um EP com cinco faixas inéditas, e um EP chamado California, com mais cinco novas músicas. "Todos falam da queda das vendas, que as pessoas não apreciam mais o formato físico. E eu entendo. Se vão comprar nossos CDs para colocar no computador ou celular, o USB é uma forma divertida de começar." Os fãs brasileiros poderão adquirir o artigo (veja na galeria de fotos ao lado) no dia do show na capital paulista (o preço não foi divulgado).

Music For Synchronization (algo como "Música para Sincronização") também integra a lista de lançamentos da banda no pacote. O álbum conta com 15 faixas instrumentais. "Achamos que as músicas funcionavam bem sem vocal, sem letras", explica. Um outro motivo que foi somado à iniciativa de lançar um disco com estas características é um pouco mais comercial. "Quando as pessoas nos procuram para sincronizar nossas músicas com algo, nos perguntam se temos a versão instrumental. Por isso que intitulamos o disco assim", conta. A banda é conhecida por ter suas faixas na trilha sonora de jogos de sucesso, como The Sims 2, The Sims 3, FIFA 2010 (com a música "Give it Up"), NHL 2008 (com o hit "Fa Fa Fa", homenagem ao Talking Heads, que também já apareceu em um comercial de refrigerante) e Need for Speed, entre outros.

Saroea diz que a postura do Datarock de licenciar suas músicas foi o que permitiu, de certa forma, a sobrevivência da banda em termos financeiros. "Não tivemos escolha e queremos que todos nós consigamos pagar as nossas contas. Não somos artistas de grandes gravadoras. Nunca teríamos o alcance mundial sem isso. Um jogo da FIFA vende em torno de dez milhões de cópias, isso sem falar nas vias ilegais", explica. "Se uma grande empresa quer usar uma música nossa em um game ou em um comercial, eu dou risada por ela querer associar o nome dela a algo divertido e besta como o Datarock. Se essas marcas optarem por nos ajudar a divulgar nossas mensagens de diversão, que assim seja."

A música do Datarock pode estar ligada a grandes empresas no mercado mundial, porém os integrantes permanecem na cena alternativa, mantendo-se distantes do mainstream. Criada no ano 2000 apenas com a ideia de prestar tributo a artistas que a influenciaram (que vão de Scott Walker ao Happy Mondays, passando por Stone Roses, Rolling Stones, Prince, e os já citados Talking Heads e Devo), a banda assim permanece até hoje. E, segundo Fredrik Saroea, sem precisar obedecer a regras do mercado fonográfico. "Fazemos homenagens aos nossos artistas preferidos", sustenta. "E tudo é meio impulsivo. Hoje nós mesmos cuidamos da nossa própria carreira, temos nossa própria gravadora. É tão divertido quanto quando começamos. Ninguém mata nossa criatividade."

Ouça abaixo "Catcher in the Rye":

Datarock no Brasil

Quinta, 24 de março

Estúdio Emme (Avenida Pedroso de Moraes, 1036, Pinheiros)

Ingressos: R$ 80 (1º Lote), R$ 90 (2º Lote), R$ 120 (3º Lote)

Informações: 11 2626-5835

www.livepass.com.br