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MySpace estréia no Brasil

Comunidade online mais importante no circuito musical acaba de ganhar versão brasileira

Por Artur Tavares Publicado em 13/12/2007, às 22h36 - Atualizado em 14/12/2007, às 12h18

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Detalhe do anúncio do "secret show" na página inicial do br.myspace.com - Reprodução
Detalhe do anúncio do "secret show" na página inicial do br.myspace.com - Reprodução

O site de relacionamentos MySpace, conhecido por ser o principal estandarte de grupos musicais da atualidade, acaba de estrear sua versão brasileira. Criado em 2004 por Chris DeWolfe e Tom Anderson, nos EUA, o portal foi adotado por músicos de diversos países como hóspede de seus perfis. Para o gerente de conteúdo no Brasil, Luiz César Pimentel, o portal acabou se destacando no mundo da música porque é "uma plataforma muito confortável para as bandas se posicionarem na internet".

Os números confirmam a preferência: segundo dados do próprio portal, há um milhão de bandas hospedadas no MySpace em todo o mundo; 56 mil são brasileiras.

O MySpace funciona segundo os conceitos da web 2.0. Depois de cadastrado, o internauta pode personalizar seu perfil, incluir músicas (tanto feitas por si, como suas favoritas), videoclipes, criar um blog e hospedar uma quantidade ilimitada de imagens. Para bandas, o serviço ainda proporciona a possibilidade de incluir agenda de shows.

O Brasil é um dos vinte e dois países que ganhou versão nacional desde 2006. Victor Andre Kong, vice-presidente e diretor de gestão do MySpace América Latina, explica a entrada do serviço no país: "O internauta brasileiro é o que passa mais tempo conectado no mundo inteiro. A internet está muito desenvolvida aqui, e o mercado publicitário online também. O Brasil representa 70% do mercado publicitário na América Latina."

A música é o carro-chefe do MySpace no mundo inteiro. A comunidade organiza shows secretos gratuitos apenas para usuários do serviço. Na Espanha, a primeira apresentação foi do Smashing Pumpkins. No Brasil, o NX Zero abre em São Paulo o circuito de secret shows no dia 19, ainda sem local divulgado. "É importante levar nossos usuários online para o mundo offline, ao mundo real, e fazer um evento gratuito para eles. É um benefício", diz Kong.

O mecanismo dos shows secretos no Brasil será o mesmo do resto do mundo. Um mês antes, o MySpace divulga que vai acontecer uma apresentação. Cinco dias antes, anuncia a cidade e a banda que vai tocar. Os usuários só descobrem o local exato a dois dias do evento. Para assistir, o internauta deve levar seu perfil da comunidade impresso com o secret show entre seus amigos.

Pimentel explica o critério de seleção para os secret shows: "O quesito básico é que seja música boa. Não queremos ficar restritos ao mundo indie, ou ao mundo emo, a nichos específicos. Música boa é música boa, independentemente do estilo". Também de acordo com Pimentel, a intenção é fazer intercâmbios entre bandas de diferentes regiões do país e também trazer bandas internacionais.

Novidades dos brasileiros

Com a vinda do MySpace ao país, os usuários ainda ganham na quantidade de conteúdo musical exclusivo. A cantora Pitty e o grupo de punk Inocentes estão disponibilizando em suas respectivas páginas novas músicas.

A compra do MySpace pelo conglomerado midiático News Corp. em 2006 ajudou na expansão mundial da comunidade virtual. De acordo com Victor Kong, o grupo de Rupert Murdoch (Fox, Washington Post, Time), não interfere nas decisões do site: "Temos o melhor dos dois mundos. O dinheiro e o suporte para a participação internacional da Fox, que sabe que o MySpace é uma coisa totalmente diferente da mídia tradicional".

Kong diz não saber quais as intenções da News Corp. em relação ao Brasil, mas dá dicas: "Temos outros sites que também têm tráfico brasileiro, como o Photobucket (uma espécie de fotolog) e o IGN (um dos maiores websites especializados em entretenimento dos EUA). E temos outros sites que eventualmente vamos localizar no Brasil".

O vice-presidente da porção latino-americana do MySpace, que agora trabalha para a implementação do serviço na Argentina, ainda confirma a intenção de patrocinar festivais de música a partir de 2008.