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“Não dá pra esquecer completamente o primeiro álbum”, diz Max Bloom, do Yuck

Grupo se apresenta nesta segunda, 14, no Balaclava Fest, em São Paulo; festival ainda tem na programação a banda Mild High Club

Gabriel Nunes Publicado em 14/11/2016, às 16h11 - Atualizado às 17h08

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Yuck - Divulgação
Yuck - Divulgação

Em 2013, o Yuck se apresentou em São Paulo como uma das atrações do Popload Festival, que também recebeu sobre o palco do HSBC Brasil o trio inglês The xx. Com mais um trabalho adicionado à discografia, a banda britânica retorna à capital paulista nesta segunda, 14, como parte da quarta edição do Balaclava Fest.

Formado pelos amigos de infância Max Bloom e Daniel Blumberg, o Yuck nasceu como uma ode à espontaneidade descompromissada dos saudosos anos 1990. Mesclando a aridez sonora do Guided By Voices ao lirismo excêntrico do Pavement, o debute do quarteto ainda acenava às guitarras sólidas do Dinosaur Jr., influência absoluta para Bloom: “Quando ouvi J. Mascis tocando em You’re Living All Over Me foi como uma epifania”, afirma o guitarrista e vocalista. “Mudou a forma como eu tocava, fiquei obcecado por guitarras rasgadas e barulhentas.”

Com a saída de Blumberg do grupo, em 2013, o Yuck se viu sem letrista e frontman. Porém, o que poderia ter sido o fim imediato de uma incipiente banda promissora foi na verdade uma chance para recomeçar. Não à toa, a primeira canção do Yuck pós-reformulação – com Bloom nos vocais e Hayes na guitarra – foi “Rebirth” (“renascimento”).

“Eu acho que foi um processo um tanto quanto difícil”, explica Bloom sobre como foi assumir os vocais e a frente da banda após a saída de Blumberg. “Sei que existia muita pressão em cima de mim naquele momento, mas eu não me senti de fato pressionado para assumir o papel de frontman do Yuck. Como eu divido o palco com mais três pessoas, então não sinto como se tivesse toda a atenção do mundo quando canto e toco. O mais difícil foi a separação do Daniel, sempre fomos muito próximos.”

Desde que tomou as rédeas da banda, Bloom busca se desvencilhar gradualmente do saudosismo noventista e transitar por novas searas sonoras. O distanciamento dos alicerces sobre os quais a carreira do Yuck foi projetada ficou evidente em Glow & Behold (2013), sucessor do autointitulado de estreia. Nele, o quarteto deu sinais do desprendimento do indie anos 1990 do Teenage Fanclub e Sebadoh ao acenar para o shoegaze do My Bloody Valentine e do Jesus and Mary Chain.

No entanto, com Stranger Things (2016) – que ganhou lançamento no Brasil pelo selo Balaclava Records –, o grupo resgatou a gênese sonora noise do primeiro trabalho, mas ainda preservando nas entrelinhas ecos do dream pop oitentista do segundo álbum. “Nós estávamos ouvindo um monte de coisas”, explica Bloom. “Muitas bandas punk dos anos 70, Television, Fleetwood Mac, Modern Lovers, etc.”

Para Bloom, conceber o novo trabalho foi “menos estressante” do que Glow & Behold. “Gravamos o Glow… em Nova York. Foi meio que um capricho luxuoso nosso [risos]. Já o Stranger Things gravamos em um estúdio caseiro na casa dos meus pais, onde também registramos o Yuck, em 2011. Foi mais tranquilo por estarmos fazendo tudo no nosso próprio tempo, sem se preocupar com questões como tempo e dinheiro. Mas ainda assim foi um pouco estressante, porque quando você se importa com alguma coisa não tem como não se estressar nem que seja um pouquinho.”

O show do Yuck no Balaclava Fest marcará a terceira passagem do grupo pelo Brasil. Em junho de 2011, ainda com Daniel Blumberg nos vocais, a banda veio ao país para um show fechado de uma marca. Posteriormente, o coletivo britânico tocou como um dos headliners do Popload Festival, em uma perna da turnê promocional do disco Glow & Behold. Apesar do embalo de Stranger Things, Max Bloom promete revisitar faixas do lendário primeiro trabalho: “É um disco de que gostamos muito. Não tem como esquecer completamente que ele existe.”

A primeira edição do festival aconteceu em 2015, no Centro Cultural São Paulo, com shows do The Shivas e do veterano do indie rock Mac McCaughan, integrante do Superchunk. Na segunda edição, também em 2015, o músico canadense Mac DeMarco lotou a casa de shows paulistana Audio. Já este ano, o Swervedriver tocou com status de ícone shoegaze no Cine Joia. Além do Yuck, se apresentarão na quarta edição do Balaclava Fest os grupos Mild High Club, Ventre e Bilhão.

Outros nomes nacionais do selo também já passaram pelas três edições iniciais do festival, entre eles Terno Rei, Mahmed, Shed, The Soundscapes, Séculos Apaixonados, Nuven, Supercordas, Quarto Negro, Medialunas, entre outros.

Balaclava Fest #4

14 de novembro, a partir das 17h

Clash Club | Rua Barra Funda, 969 – Santa Cecília

Ingressos a partir de R$ 80