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“Não é Rico versus Pabllo”, diz Dalasam sobre polêmica envolvendo a música “Todo Dia”; entenda a disputa

“Não tenho pretensão nenhuma de liberar essa faixa para ser executada por eles novamente, já me chateei demais com isso”, diz o rapper, que briga judicialmente pelos direitos autorais da canção com o produtor Rodrigo Gorky

Redação Publicado em 04/08/2017, às 17h36 - Atualizado às 21h08

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Rico Dalasam - Henrique Grandi
Rico Dalasam - Henrique Grandi

A música “Todo Dia”, da drag queen Pabllo Vittar, foi retirada de todas as plataformas de streaming e do YouTube na última terça, 1. A decisão foi tomada devido à notificação extrajudicial enviada por Rico Dalasam para o DJ Gorky e para a Pabllo no dia 29 de junho.

Dalasam exige receber mais royalties pelo vídeo, que tinha cerca de 50 milhões de visualizações no YouTube. Através de comunicado, a assessoria de Vittar rebateu que o rapper havia cedido o valor que receberia como cointérprete da canção em troca da íntegra dos direitos referentes à composição. Na realidade, a faixa foi coescrita por DJ Gorky e Maffalda, nome artístico de Arthur Gomes.

“Na época do lançamento do álbum, foi acordado e assinado contrato entre as partes que estipulava a integralidade de Rico com 100% dos direitos autorais pela composição da música. Em contrapartida, sua participação como artista convidado na gravação da música seria gratuita, ressalvados os seus direitos de execução pública como intérprete, que são aqueles pagos diretamente pelo ECAD e sociedades autorais. Todos os documentos e autorizações foram assinados refletindo esse combinado”, explica o comunicado.

A assessoria responsável por Rico Dalasam se pronunciou, afirmando que "a notificação feita pelo advogado do artista só precisou ser realizada devido ao fato dos produtores da canção quererem se apropriar dos direitos autorais da obra musical 'Todo Dia'." "Rico não recebeu um centavo pela sua participação como cointérprete da gravação com Pablo Vittar, e quando questionou sobre sua parcela de direitos a este título, já que canta e participa do clipe, recebeu a indecorosa contraproposta de só receber caso cedesse 50% da composição que criou para o produtor DJ Gorky, dono do fonograma e também produtor musical."

“A música e a melodia foram criadas no carnaval de 2016, antes de eles começarem a gravar o disco [Vai Passar Mal, de Vittar]”, explica Dalasam. “E eu mostrei o que havia feito para o Rodrigo [Gorky]. Depois de um tempo, ele me ligou falando 'vamos colocar a música no álbum da Pabllo'.” Na época, o músico havia acabado de divulgar o trabalho de estreia Orgunga (2016). “Não ia lançar mais nada por aquele tempo, então achei que uma colaboração ia ser positiva durante a turnê e, por isso, gravamos.”

“Mas, muito claramente, o certo seria eu, por ter feito música e melodia, ter a autoria da faixa. E, por eu ter cantado na música, ter uma parcela enquanto cointérprete”, enfatiza. “Ele [Gorky] disse que eu tinha cedido os direitos. Só que obviamente eu não iria ceder um direito de intérprete.”

Apesar da luta pelos direitos jurídicos, o cantor afirma que não é uma questão de “artista para artista.” “Não é Rico versus Pabllo, é uma coisa de jurídico para jurídico, em que requeremos esse direito, pedimos para que fosse corrigido e ele [Gorky] se negou.” Porém, ressalta que não tem a intenção de realizar acordos. “Não tenho pretensão nenhuma de liberar essa música para ser executada por eles novamente. Acho que já me chateei muito com isso.”

Questionado sobre a situação, o DJ alega que Dalasam havia escrito “apenas o refrão da música” quando o procurou. “Todas as bases e a parte instrumental foram criados por mim e pelo Maffalda, inclusive partes que não existiam. Depois disso ele terminou a letra. Estou tranquilo pois tenho toda a documentação necessária para provar a nossa autoria da canção”, disse Gorky.

Nesta sexta-feira, 4, Dalasam soltou o clipe de “Fogo em Mim”, parceria com Mahal Pita lançada no início de julho. Na faixa, o cantor, que se firmou como um dos expoentes do subgênero queer rap ao explorar o hip-hop nas oito composições autorais de Orgunga, traz uma sonoridade mais pop. Assista ao vídeo abaixo.