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“Não estou aqui para facilitar a vida de quem quer ouvir música”, diz Lisa Kekaula, vocalista do BellRays

Banda californiana é headliner no Goiânia Noise nesta sexta, 2; na próxima terça, 6, o grupo se apresenta em São Paulo, na Clash Club

Stella Rodrigues Publicado em 02/12/2011, às 18h29 - Atualizado em 17/04/2012, às 18h49

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Bellrays - Divulgação
Bellrays - Divulgação

Os californianos do BellRays estão de volta ao Brasil e felizes por isso. A banda passou por aqui pela última vez em 2007, para o festival Porão do Rock, e Lisa Kekaula, a vocalista black power que dá o tempero soul para a banda de garage rock, conta que os integrantes sempre esperam algo incrível quando estão no país.

A viagem é para dois shows: um no festival Goiânia Noise, nesta sexta, 2, e outro na próxima terça, 6, na Clash Club, em São Paulo. Ela conta que, geralmente, se empolga mais com shows de festival, mas que não tem certeza se esse será o caso: “É o Brasil! Nunca se sabe! As pessoas aqui tendem a estar dispostas a se divertir não importa onde estejam. Na Europa, elas viram crianças em festival, acampam, brincam na lama, não estão com mentalidade normal. Pelo que senti, o festival aqui é diferente. Até porque os brasileiros não me parecem precisar desse tipo de desculpa para se soltarem”.

Peixe pequeno em um grande lago

O grupo surgiu na década de 90 e, desde então, se orgulha de ter um posicionamento firme na cena indie, transitando entre selos pequenos, sem jamais ter se associado a nenhuma grande empresa. “A gente nunca quis porque não temos um nicho, é uma cantora de soul à frente de uma banda de rock. Sempre querem ou mudar o que eu faço ou o que eles fazem para encaixar em um padrão e isso nunca nos interessou. Foi meio por isso que a gente teve que correr atrás da nossa independência.” Quando diz “eles”, ela está citando os outros integrantes do BellRays: Bob Vennum (guitarra), Justin Andres (baixo)e Stefan Litrownik (bateria).

Além disso, Lisa diz que não sabe nem contar quantas bandas já viu sair de produtoras e gravadoras pequenas para outras renomadas e acabarem esquecidas. “Em um momento, estão indo bem, têm shows marcados e, no outro, não conseguem tocar em lugar nenhum”. Isso porque a gravadora tem peixes maiores nos quais investir e não trabalha os grupos menores. Para ficar em uma expressão da terra do BellRays, eles eram peixe grande em um lago pequeno, mas se tornaram peixe pequeno em um lago grande. “É como se eles tivessem sido comprados para serem jogados fora”, diz ela, que não conhecia, mas adorou conhecer o conceito que temos na língua portuguesa de “ser colocado na geladeira”.

Kelly Clarkson

O BellRays comprou uma briga enorme há alguns anos com muita gente quando postou uma referência à cantora Kelly Clarkson, vencedora da primeira temporada do American Idol. No texto escrito no espaço reservado a contar a história da banda no MySpace, eles diziam: “Que biografia que nada. Quem liga para de onde viemos ou o que fazíamos antes, quantos discos temos? A música e esta banda não têm a ver com estatística. Se você tem uma mente aberta e quer algo desafiador na sua vida, pare e ouça. Escute e decida. Se quiser que alguém te conte tudo, vá para o site da Kelly Clarkson. Nos diga você quem somos e depois conte para seus amigos se gostou ou não”. A cutucada, claro, não é propriamente em Clarkson, mas no que ela representa. “É ao gênero que incentiva a preguiça de pensar. Não estou aqui para facilitar a vida de quem quer ouvir música.” Não ajuda o fato de Clarkson ter “nascido” em um gênero de entretenimento que Lisa despreza. “Detesto realities, não consigo gostar nem um pouco. Saíram algumas pessoas boas, é verdade, e isso é bom. Mas eles querem atingir uma faixa etária e fazer um som muito específico.”

AC/DC capitaneado por Aretha Franklin

Mesmo rejeitando definições ao ponto de se recusar a ter uma bio no MySpace, esta no título acima, mencionada no site do Goiânia Noise, é uma das poucas que Lisa aceita. Afinal, nada errado em ser equiparada à Aretha e ter de apoio uma banda comparada ao AC/DC, certo? Tratam-se só dos supra-sumos do vocal do soul e do rock, respectivamente. Só que a frontwoman, que posa brava para fotos, mas que ao telefone é puro açúcar, não deixa de complementar, entre risos: “Contanto que as pessoas estejam tirando o que têm que tirar da música, quem está se fodendo para como elas explicam a banda?”.

BellRays no Brasil

Goiânia Noise

2 de dezembro, às 2h40

Sol Music Hall – Av. Quitandinha n°600 Setor Jaó Anexo ao Clube Jaó

R$ 60 por noite

Informações e vendas online: www.shopdelivery.net

São Paulo

6 de dezembro, às 21h

Clash Club – Rua Barra Funda, 969, Barra Funda

R$ 140 (inteira)

Informações: www.clashclub.com.br