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“Não somos bons músicos, não sabemos tocar guitarra”, confessa integrante do grupo The Drums

Duo formado por Jonathan Pierce e Jacob Graham toca pela terceira vez no Brasil nesta quarta, 5

Redação Publicado em 05/11/2014, às 16h34 - Atualizado às 16h46

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The Drums - Reprodução/Facebook
The Drums - Reprodução/Facebook

Nesta quarta-feira, 5, The Drums retorna a São Paulo para a terceira apresentação do duo indie pop na capital paulista, que acontece no Cine Joia. Em 2011, com um repertório baseado no primeiro disco da banda, Jonathan Pierce e Jacob Graham se apresentaram no Estúdio Emme. No ano seguinte, amparados com as faixas de Portamento, integraram o line-up do festival Planeta Terra ao lado de bandas como Gossip e Kings of Leon. Desde então, a dupla apertou o pause e sentou-se com calma para montar Encyclopedia, registro lançado há pouco mais de um mês.

Lembre foi o primeiro show do Drums em São Paulo.

Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Graham, animado para subir ao palco do Cine Joia, confessou não ser um bom músico (ou um bom guitarrista), falou sobre o carinho do público brasileiro e afirmou combinar cortes de cabelo com Pierce, para reforçar a identidade visual do grupo.

Veja a resenha dos shows do festival Planeta Terra 2012.

Houve um intervalo de três anos entre o lançamento de Portamento e Encyclopedia. O que vocês fizeram neste meio tempo?

Depois do lançamento de Portamento, continuamos em turnê durante um ano, um ano e meio, ainda estávamos viajando muito e fazendo muitos shows nesta época. Então tomamos uma decisão deliberada de desacelerar e demorar o tempo que fosse necessário para fazer Encyclopedia. Porque tudo aquilo que lançamos no passado foi feito na correria, por imposição nossa ou da gravadora. Meio que fizemos o álbum em segredo, não contamos para ninguém, assim não sentiríamos pressão para acabar logo. E todos nós sentimos que precisávamos de um pouco de férias para viver e ter algo sobre o qual escrever e fazer da nossa música algo jovem e fresco.

Então quando exatamente vocês começaram a trabalhar em Encyclopedia?

É difícil de dizer. Então acho que algumas das primeiras músicas foram escritas... Deixe-me pensar... Provavelmente, em 2012.

Como você percebeu a evolução das composições da banda em três anos?

Eu não sei, não sei nem se mudou tanto, porque somos tão obcecados por música pop e focados em fazer um disco pop convencional. Ainda estamos compondo com esta fórmula. Mas o ornamento mudou, estamos tentando fazer algo muito mais detalhado, muito mais interessante. Gostaria de pensar que crescemos como músicos desde o início [da composição] de Encyclopedia. Mas não sei. Nenhum de nós é musicalmente muito refinado. Acho que somos compositores por naturezas, mas não músicos. Nós demoramos muito tempo para fazer as coisas e deixar as faixas do jeito que imaginamos nas nossas mentes.

Está será a primeira vez que vocês tocarão músicas do novo disco ou chegaram a testá-las antes durante apresentações?

Esta é a primeira vez. Como eu disse, não somos músicos bons. Nós realmente não somos. Não sabemos tocar guitarra, não passamos o dia afinando os instrumentos. Nunca tocamos uma música em um show até ela estar completamente pronta e gravada. Porque sempre compomos e gravamos a música ao mesmo tempo, porque fazer o som é compor parte da música, é uma coisa só. É a maneira que trabalhamos, então nunca tocamos nada até estar completamente pronta.

Quando criam intimidade com a plateia de algum lugar, vocês se sentem mais leves para ser espontâneos e tentar coisas novas?

Sim, provavelmente. Sinto que toda vez que voltamos a um lugar, nos sentimos bem mais confortáveis de estar lá, com certeza. E principalmente no Brasil. Todos lá são tão receptivos e carinhosos, então é muito fácil fazer um bom trabalho.

Por que vocês escolheram “Magic Mountain” para ser o primeiro single do novo disco?

Por vários motivos. Primeiro porque não sabíamos o que fazer com ela. É uma música tão estranha, pensamos: “Nós vamos lançar isso como um single? Se formos lançar como o segundo ou terceiro single não fará sentido.” É a faixa mais estranha e mais diferente comparada a tudo aquilo que nós já fizemos. De alguma maneira chocaria as pessoas. Nós sabíamos que pessoas ficariam chocadas por ser muito diferente. Então também serviu como um aviso: “Ei, todo mundo, nós vamos lançar um disco, não vai ser completamente parecido e não vai ser aquilo que vocês estão esperando, estamos tentando coisas diferentes, confira!” [Risos]

Os vídeos do Drums são sempre interessantes e tem um conceito específico por trás deles. É algo que vocês consideram importante e realmente investem?

Nós sempre pensamos que esse lado é muito importante para uma banda. Muitos dos nossos grupos favoritos estabeleceram uma identidade visual muito forte. Mesmo banda que não amamos, particularmente, mas que tinham imagens fortes, como os Ramones. Eles tinham esse look, que acabou sendo atrelado a eles ao longo de décadas. Isso beneficia a música. Bandas como The Zombies, eles tem esse visual, esse penteado, então Johnny e eu estamos sempre fazendo os mesmos cortes de cabelo. Mas acho que se não estivéssemos em uma banda estaríamos no ramo audiovisual. Porque pensamos mais visualmente do que musicalmente, até.

The Drums em São Paulo

5 de novembro (quarta-feira), às 22h

Cine Joia - Praça Carlos Gomes, 82 – Liberdade

Ingressos: R$ 160 (haverá meia-entrada)

Mais informações: http://cinejoia.tv/ingressos