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“Não somos a salvação do rock”, diz músico do Greta van Fleet

Banda que resgata tradição do classic rock lança o primeiro álbum

Paulo Cavalcanti Publicado em 10/09/2018, às 11h52 - Atualizado às 13h18

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Greta Van Fleet - Reprodução/ Facebook
Greta Van Fleet - Reprodução/ Facebook

Vez ou outra surge o debate sobre um artista “x” ou “y” que estaria chegando para “salvar o rock”. A bola da vez é o quarteto norte-americano Greta Van Fleet. A banda de Frankenmuth, Michigan, surgiu em 2012, mas só ficou conhecida do grande público recentemente. A trupe, inicialmente, chamou mais atenção pela similaridade sonora com o Led Zeppelin, particularmente por causa do registro vocal de Josh Kiszka que, sem dúvida, lembra muito o de Robert Plant. Aliás, o próprio já chegou a se manifestar, e positivamente, a respeito dos jovens músicos.

Além do já citado vocalista, integram o Greta Van Fleet dois irmãos dele, o guitarrista Jake Kiszka e o baixista Sam Kiszka, além do baterista Danny Wagner. Curiosamente, esta entrevista com o afável guitarrista, Jake, foi feita em 6 de setembro, um dia antes das comemorações dos 50 anos de existência do Led Zeppelin. Inevitavelmente, o influente quarteto inglês foi assunto. “Bem, é sempre uma imensa honra quando somos comparados ao Led. As pessoas falam sempre disso, as comparações vêm o tempo todo. Não vou negar que o Led está em nosso sangue. Eu estudei (a técnica do guitarrista, Jimmy Page, e o Josh sempre ouviu atentamente o Plant.”

Sobre o Greta Van Fleet ser a suposta “salvação do rock”, Kiszka conta que, realmente, o gênero anda em baixa nos Estados Unidos e que o grupo faz o que pode para manter a chama roqueira viva. “Não acho que o rock tenha morrido. Não viemos para salvar nada, viemos para somar. A realidade é que hoje o rock não tem um público tão grande como nas décadas passadas. Existem menos rádios dedicadas a ele. O lado bom é que há canais independentes e é possível distribuir a nossa música digitalmente, fazendo divulgação nas redes sociais. Foi assim, basicamente, que nos tornamos conhecidos. Estou falando com você, chegamos ao Brasil. É um grande feito.”

Para ele, o debate sobre a situação do rock é cíclico: “As novas gerações são influenciadas por algo que veio anteriormente. No nosso caso, gostamos particularmente da música da Inglaterra. Estudamos todas aquelas bandas da chamada British Invasion da década de 1960. O que eu acho fascinante é que ainda existem jovens como nós e nossos amigos que se ligam no classic rock, no blues, no folk e na soul music. Temos o nosso nicho e um jeito próprio de fazer rock”.

No ano passado, a banda lançou dois EPs, intitulados Black Smoke Rising e From The Fires. O single “Highway Tune” fez um bom barulho e esses lançamentos consolidaram o público do quarteto. Agora, finalmente, chega pela Universal o CD completo, intitulado Anthem Of The Peaceful City. “Queríamos fazer uma declaração pessoal sobre de onde viemos, falando de nossa história, evolução e raízes”, explica Kiszka. “A produção do disco foi bem rápida e as canções tratam de união e de um espírito gregário. Falam direto às pessoas que vão aos nossos shows e se identificam com a nossa mensagem. Este é o nosso exército particular”. O primeiro single do álbum, “When The Curtain Falls”, segundo o músico, veio até eles sem dificuldades: “Nós a escrevemos em um dia. Cheguei com o riff de guitarra e o Josh apareceu com a ideia central. A canção fala de uma história única, muito real e direta”.

Segundo Jake Kizka, cair na estrada com dois irmãos é uma alegria e também um aprendizado. Mas é algo que exige regras. “É interessante. Naturalmente, temos experiências muito similares, mas opiniões bem diferentes”, explica. “O fato de sermos irmãos ajuda muito em nosso crescimento pessoal e musical. O Greta Van Fleet não seria o que é se não tivéssemos crescido juntos”. Antes de encerrar, ele não poupa elogios ao irmão Josh, vocalista e, inevitavelmente, centro das atenções: “A linguagem corporal do Josh já diz tudo. No palco, é só seguir que ele faz e tudo dá certo”.