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Netflix chega ao Brasil com assinatura mensal de R$ 14,99

Empresa líder no mundo dos serviços de streaming de vídeo quer fazer diferença no país na diminuição da pirataria

Stella Rodrigues Publicado em 05/09/2011, às 14h29 - Atualizado às 20h56

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Netflix - Foto: Reprodução
Netflix - Foto: Reprodução

Chegou ao Brasil na manhã desta segunda, 5, a Netflix, o maior serviço por assinatura para assistir a vídeos existente. Nascida em meados dos anos 90, nos Estados Unidos (onde revolucionou a forma como os norte-americanos consumiam filmes e séries), e já bem-sucedida no Canadá, a empresa viu no mercado de vídeos e na economia brasileira um lar confortável para expandir sua área de atuação. Pelo valor mensal de R$ 14,99, o serviço disponibiliza títulos do cinema e da TV, que podem ser vistos em streaming. O valor, segundo foi informado em coletiva de imprensa realizada em São Paulo nesta segunda, não é uma promoção e deverá ser mantido por um bom tempo sem reajuste.

Nos Estados Unidos, a Netflix funciona de duas formas: com o streaming, liberando um catálogo de vídeos via internet para assinantes, e com um aluguel de DVDs com delivery. Apenas o primeiro serviço desembarcou por aqui e, por enquanto, não há intenção de implementar o aluguel de DVDs. Os usuários do streaming, aqui no Brasil, poderão nesse primeiro momento acessar o conteúdo do site, de forma ilimitada, via computador, Playstation 2 e 3 e Wii. Fazendo as vezes de um meio termo entre a locadora e a TV a cabo, a Netflix chega ao Brasil com pouca concorrência, já que não há muitos serviços idênticos. Sites como o Portal Terra e o NetMovies já ofereciam vídeos em streaming da mesma forma. Porém, vindo de um mercado internacional, a empresa promete que seu diferencial será uma maior facilidade em licenciar conteúdos estrangeiros – enquanto, ao mesmo tempo, deverá ter mais dificuldade para oferecer material brasileiro. Por enquanto, há pouca coisa nacional no ar, porém, a ideia é expandir e disponibilizar, por exemplo, séries e novelas da Globo aqui no Brasil – conteúdo que a Netflix já vende lá fora.

Para atrair clientela, a Netflix oferece o primeiro mês de graça. De acordo com Reed Hastings, CEO da companhia, que apresentou o produto na coletiva, essa é a maior estratégia de marketing para fazer emplacar o serviço no Brasil. A tática pode dar certo, porém, com um catálogo ainda fraco, mesmo com a mensalidade baixa, é possível que a empresa tenha trabalho para conquistar os clientes já acostumados a consumir vídeos usando como fonte a ampla pirataria que corre solta no país. Segundo Hastings, a chegada da Netflix no Canadá foi eficiente na missão de diminuir a pirataria, tendo o serviço ultrapassado o sistema de BitTorrent, uma das maiores fontes de download de vídeos que há. No entanto, no Brasil, apesar do custo baixo e de ter uma variedade de títulos clássicos interessante, a demora que há entre a estreia de longas e episódios e a chegada deles à Netflix poderá desanimar – a expectativa é que filmes levem um ano entre sua exibição nos cinemas e o licenciamento para usuários da rede.

Quanto às séries de TV, os assinantes poderão assistir aos episódios da temporada anterior à que está no ar, ou seja, há também cerca de um ano de defasagem. Outra questão que poderá gerar rejeição é relativa ao velho embate legendas versus dublagem. Parte do conteúdo conta com os dois recursos, porém, a maioria dos títulos dispõe de apenas um ou outro, de forma que diversos seriados antigos serão colocados no ar dublados.

Em geral, os executivos participantes da coletiva se esquivaram de citar números no que diz respeito às expectativas. Não foi especificado, por exemplo, quantos títulos já estão sendo oferecidos. Falou-se apenas em "milhares de horas de entretenimento" e que a ideia é que seja adicionando novo conteúdo diariamente, de forma que o número de horas seja duplicado até o fim do ano. O Brasil é a primeira experiência da Netflix fora de Estados Unidos e Canadá, sendo que é sucesso por lá, com mais de 25 milhões de lares assinantes. Porém, ao longo da semana, 42 outros países do Caribe e América Latina, como Argentina, Uruguai e Paraguai, passarão a ter acesso ao serviço.

Tecnologia

O acesso a vídeos em streaming esbarra na questão da conexão. Sem uma boa conexão de banda larga, é insuportável assistir qualquer material online - o vídeo não carrega, trava e torna a experiência de entretenimento uma verdadeira tortura. Hastings garantiu que quem consegue ver conteúdo no YouTube poderá também assistir ao Netflix. Com um sistema semelhante ao que já é utilizado pelo Portal Terra, o serviço é capaz de detectar a velocidade da conexão do usuário e exibir o vídeo de acordo com ela, com qualidade mais baixa ou em HD (que exige pelo menos 2 mbps). Os aparelhos iPhone e iPad poderão acessar o serviço até o fim do ano, assim como o Xbox 360, aparelhos de Blu-ray que estejam conectados e TVs smart.