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“Nossa obrigação é não repetir ninguém, nem nós mesmos”, diz Josh Homme sobre o novo disco do Queens of The Stone Age

Antes do show no Lollapalooza, em entrevista exclusiva, banda revela (poucos) detalhes sobre o novo disco, ...Like Clockwork, com estreia prevista para junho

Pedro Antunes e Paulo Terron Publicado em 30/03/2013, às 20h29 - Atualizado em 02/04/2013, às 19h00

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Queens of the Stone Age (Josh Homme) - Pedro Antunes
Queens of the Stone Age (Josh Homme) - Pedro Antunes

Josh Homme chegou à sala da presidência do Jockey Club, no meio da tarde deste sábado, 30, com um cigarro preso na orelha. Enquanto os outros integrantes do Queens of the Stone Age, Troy Van Leeuwen, Dean Fertita e Michael Shuman vestiam cores escuras, Josh usava uma camisa marrom. Todos estavam vermelhos pelo sol que voltou a aparecer, neste sábado, 30, segundo dia de Lollapalooza.

A banda é uma das grandes atrações da noite fechada pelo Black Keys, e toca no palco Cidade Jardim enquanto este texto é escrito. Ali, em entrevista exclusiva para a Rolling Stone Brasil, Josh evita confirmar que Jon Theodore, baterista conhecido pelo trabalho no The Mars Volta, será o responsável pelas baquetas. “É, ninguém sabe, né?”, diz ele, com um sorriso meio sacana, antes de falarmos que a produção já havia confirmado o nome dele. “Bom, agora todos sabem”, diz, por fim.

A banda está prestes a lançar um novo disco, ...Like Clockwork, que sairá simultaneamente no Brasil e no exterior (por aqui, pelo selo carioca LAB 344). São seis anos longe do estúdio, desde Era Vulgaris (2007). A apresentação brasileira também marca o retorno aos palcos – a última apresentação foi há um ano e meio. “Parem de falar isso, você estão me deixando nervoso”, brinca ele.

Sobre ...Like Clockwork, a banda prefere fazer mistério. Sabe-se apenas que as participações são ilustres, como Trent Reznor (Nine Inch Nails), Jake Shears (Scissor Sisters) e Elton John. “Acho que para as outras bandas, as participações especiais são uma pressão a mais”, diz Homme. “Para nós, como músicos, só estamos próximos dos nossos amigos quando tocamos juntos. Não temos pressão. Só queríamos tocar com músicos que respeitamos. Se não funcionasse, tudo bem também.”

Participam do álbum Dave Grohl (na bateria), Nick Oliveri (baixo) e Mark Lanegan (backing vocal), um trio que atuou no que é considerado o melhor disco da banda, Songs for the Deaf, lançado há 11 anos. “Eu não gosto de ser o cara que estraga tudo, mas não foi assim”, disse ele, sobre um planejamento prévio com essa formação. “Encontrei o Mark e ele perguntou se queríamos um backing vocal. Claro!”, completa ele, que quer manter segredo sobre o resto do álbum.

Homme diz que eles ainda não decidiram qual será a master final do disco. “Viemos ouvindo as duas versões no avião vindo para cá”, conta ele. “São duas versões, ainda não conseguimos nos decidir.”

O álbum, segundo ele, demorou mais do que o suficiente para ser feito. “Normalmente somos rápidos e gravamos em seis semanas”, conta. “Este levou de agosto a março. Às vezes, se você realmente quer algo, precisa perseguir isto. As pessoas têm a impressão que somos os mestres da músicas, mas, na verdade, somos garçons ou mordomos. Precisamos entender as canções até o fim para chegarmos onde queremos”, divaga ele.

O nome do disco, cheio de significados, segundo Homme, converge tudo para exatamente o que faltou ao trabalho deles: “funcionar como um relógio”. “Foi exatamente isso que não aconteceu”, afirma ele, rindo com o resto da banda. “Escrevemos o título em um pedaço de papel, olhávamos para ele e pensávamos: ‘merda!’”, afirma, em referência sobre o atraso. “Isso foi até quando estávamos masterizando o álbum, porque saímos do horário de verão e perdemos uma hora. Merda!”

Troy Van Leeuwen, guitarrista da banda, tentou explicar o novo trabalho, ainda que não muito. “Todos os discos são diferentes”, afirma. “Acho que esse é um disco mais pesado, não na distorção, mas no conteúdo. É sombrio e amável.” Só então Homme resolve revelar alguns segredos: “Nenhuma canção é igual a outra. As pessoas sabem que o nosso estilo é não ter estilo. Nossa obrigação é não repetir ninguém, nem nós mesmos. Isso pode ser assustador, mas, se você não se sente assustado, não está fazendo [do jeito] certo”.