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“Nunca pensamos em acabar com a banda”, diz baterista do Yuck sobre a saída do vocalista

Grupo se apresenta neste sábado, 26, em São Paulo, como parte do festival Popload Festival, que ainda tem a participação da banda The xx

Pedro Antunes Publicado em 25/10/2013, às 19h02 - Atualizado em 27/10/2013, às 11h16

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Yuck - Reprodução / Facebook
Yuck - Reprodução / Facebook

Não é um exagero que o nome da primeira música Yuck pós-reformulação tenha sido “Rebirth” ("renascimento"). Uma reconstrução que se esparrama por guitarras mais vagarosas e letras menos agressivas do que era ouvido no promissor primeiro disco, lançado em 2011 e responsável por chamar a atenção para o grupo liderado pelo guitarrista e vocalista Daniel Blumberg.

Tudo pela arte: "Se você está pensando em dinheiro, então não deveria fazer música", diz Max Bloom, guitarrista e compositor do Yuck.

Sujeito magrelo, cara de poucos amigos, cabelo arredio e voz deliciosamente esganiçada, ele é conhecido por ser um músico de um disco só. Explicando: ao todo, ele já lançou cinco discos de estreia, de cinco bandas diferentes. O que aconteceu com o Yuck, em abril deste ano, foi só uma repetição com o que havia acontecido com Cajun Dance Party, Daniel in the Lion's Den e Oupa. Ele deixou o Yuck para fundar o mais novo projeto, Hebronix.

Max Bloom (guitarra), Mariko Doi (baixo), Jonny Rogoff (bateria) se viram sozinhos, sem a força que movia a banda, apontada por muitos como precursora do movimento de resgate do som alternativo do início dos anos 90. “A gente já previa que isso iria acontecer”, diz Rogoff, por telefone, à Rolling Stone Brasil. “Ele se sentia mais confortável fazendo a música dele. E tínhamos as nossas canções”.

O Yuck foi a última atração confirmada do festival Popload Festival, realizado neste sábado, 26, no HSBC Brasil, em São Paulo. Entre as atrações nacionais e internacionais está o trio inglês The xx que, com seu minimalismo e versos doloridos, caiu nas graças da mídia britânica.

Renascidos das cinzas, os três integrantes remanescentes encontraram um novo guitarrista, Ed Hayes, e um novo direcionamento. “Ele [Ed] é definitivamente parte da banda”, diz o baterista. “Temos a sorte de o termos na banda, porque o conhecemos há muito tempo. Quando o Daniel saiu, foi natural a chegada dele. E tem sido ótimo”, derreteu-se.

No palco, o Yuck era marcado por certa apatia. Blumberg estava longe de ser um frontman e escondia-se entre os cabelos, já Bloom e Doi, que completavam o trio de guitarra e baixo, permaneciam quietos no próprio canto. O mais chamativo era (e ainda é) Rogoff e sua cabeleira black power. E ele garante que, agora, a energia é diferente. “Ed realmente mudou a nossa postura no palco. Era algo que não acontecia antes. É como se todos entrássemos na vibração dele”.

O então trio também passou por um processo de aproximação desde que Yuck foi lançado. Foram shows pelo mundo, turnês intermináveis e o quase fim. Max Bloom, Mariko Doi e Jonny Rogoff, um inglês, uma japonesa e um norte-americano, respectivamente, passaram seis semanas morando juntos para gravar o novo trabalho, Glow & Behold, lançado recentemente.

Revisão dos Anos 90: rock da era do Pavement e do Dinosaur Jr. inspira os garotos retrô do Yuck.

Segundo disco

“Foram três semanas no interior de Nova York e, depois, mais três semanas finalizando o álbum, na cidade”, relembra Rogoff. “Acho que ficamos mais próximos. Isso nos fez sentir renovados”. A renovação também se deu na música do Yuck, que ganhou densidade, como uma sonho embaçado e psicodélico. “É um progresso da nossa música, eu acho”, comenta o baterista.

A mudança de sonoridade se deu pela nova posição de Bloom na banda. Tímido e com cabelos rareando, ele foi praticamente forçado a ir para frente do palco. Antes, ele dividia com Blumberg a composição das músicas, mas quase nunca dividia o microfone. “Max se colocou muito neste disco”, analisa Rogoff. “O antigo disco era uma coleção de músicas, decidimos quais iriam entrar e pronto. Neste álbum, não, montamos um conceito, queríamos que as pessoas o ouvissem do começo ao fim”.

Em junho de 2011, o Yuck veio ao Brasil para um show fechado de uma marca. Eles ficaram menos de 24 horas em São Paulo e tocaram para um público formado por convidados, bem longe de serem todos fãs do som da banda. “Foi uma pena não termos conseguido ver nada”, diz o baterista, que poucas lembranças guarda da viagem ao país. “Desta vez prometo ir ver mais coisas da cidade”. A banda chega a cidade nesta sexta-feira, 25.

O show, garante o baterista, fará uma boa união do material dos dois discos da trupe, além de um cover de New Order, que entrou para o setlist e não saiu mais. “Será dividido, acho, uns 50% do show será com o primeiro disco e, a outra metade, será de Glow & Behold”, diz ele. O Yuck passou pelo período de luto e saiu, de acordo com o baterista, fortalecido. E renascido. “Até a músicas antigas, da época do Daniel, soam diferentes.”

Popload Festival

Sábado, dia 26 de outubro

Local: HSBC Brasil: Rua Bragança Paulista, 1281 - Chácara Santo Antônio

Ingressos: de R$ 200 a R$ 800

Onde comprar: No local ou no site

Atrações:

Palco Campari

20h30 - Silva

00h30 - Aldo

01h30 - Joe Goddard (Hot Chip)

Palco Desperados

21h30 - Yuck

23h00 - The Xx