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O que torna Stanley Kubrick um eterno gênio do cinema? [LISTA]

Após 22 anos da morte de Stanley Kubrick, diretor continua sendo um dos maiores nomes na história da sétima arte

Vitória Campos | @camposvitoria (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 07/03/2021, às 12h00

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Stanley Kubrick (Foto: AP)
Stanley Kubrick (Foto: AP)

Considerado por muitos como o maior gênio do cinema e um homem à frente do tempo, Stanley Kubrick realizou apenas 13 longas durante as mais de quatro décadas de carreira e, coincidentemente, foi indicado 13 vezes ao Oscar.

Nascido em Nova York, EUA, o diretor começou como fotógrafo e estreou na direção de curtas aos 22 anos. Colecionou sucessos na filmografia, como Dr. Fantástico (1964), 2001 - Uma Odisseia no Espaço (1968), Laranja Mecânica (1971), O Iluminado (1980), Nascido Para Matar (1987), entre outros.

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Conhecido mundialmente por ser extremamente rígido, mas também pelas obras maravilhosas e inesquecíveis, Kubrick morreu em 1999, aos 70 anos, com um ataque cardíaco. Neste domingo, 7 de março, a morte completa 22 anos. Mas, após tanto tempo, por que o diretor é tão importante na história do cinema?

Confira cinco pontos fundamentais para o sucesso do cineasta Stanley Kubrick:

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1- Fotografia

A fotografia sempre chamou atenção nos filmes do diretor, quem sempre prezava pela simetria, profundidade e abusava da técnica do ponto de fuga. Explicada como a direção para onde o objeto segue, o efeito é conhecido por se assemelhar a uma pintura renascentista, e é usado para aumentar o suspense e a tensão. A cena das gêmeas no corredor em O Iluminado é um clássico exemplo do ponto de fuga nas produções do cineasta.

Kubrick também não mediu esforços para deixar o filme de época, Barry Lyndon, o mais realista possível. Chegou a filmar cômodos iluminados unicamente à luz de velas com lentes especiais fabricadas pela Zeiss, por encomenda da Nasa. Tudo para conseguir captar belas imagens com pouca luz.

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O Iluminado (Foto: Reprodução)

2- Música

Kubrick entendeu como, além dos diálogos e ações dos personagens, a trilha sonora também é essencial para contar uma história. Fã de música clássica, abusou de Beethoven, Schubert e Bartók em seus filmes e acabou mudando a forma como as melodias eram percebidas no cinema.

De Olhos Bem Fechados é destaque na hora de falar sobre a escolha de músicas. Mas, o grande marco na trilha sonora foi 2001 - Uma Odisseia no Espaço, o qual não contou com produções próprias, porém, ao ouvirmos as músicas, associamos primeiramente ao filme e, só depois, aos verdadeiros compositores. 

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2001 - Uma Odisseia no Espaço (Foto: Reprodução)

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3 - Edição 

Kubrick participava de todo o processo, revendo cada tomada e pensando nas melhores soluções. Com isso, é conhecido por um dos match cut mais famoso do cinema em 2001 - Uma Odisseia no Espaço - quando o macaco arremessa o osso para cima e, por meio da edição, surge um satélite em órbita.

A técnica é usada para unir duas cenas, juntando o final de uma com o começo da outra. Os elementos não necessitam estar exatamente na mesma posição, mas precisa haver semelhança para poder relacionar.

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2001 - Uma Odisseia no Espaço (Foto: Divulgação)

4 - Saber contar e escolher histórias 

É evidente a facilidade de Kubrick em contar boas histórias, mas o diretor se destacou ao saber quais escolher. O que Lolita, O Iluminado, Laranja Mecânica e 2001 - Uma Odisseia no Espaço têm em comum? Todos são adaptações de obras da literatura. O cineasta era um amante da leitura e encontrou nos livros uma fonte de inspiração.

Mesmo sem agradar todos os autores, como no caso de Stephen King, quem odiou o resultado final da adaptação de O Iluminado, Kubrick conseguiu colocar a própria marca em histórias nas quais não era, nem mesmo, o próprio autor.

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Laranja Mecânica (Foto: Reprodução)

5 - Perfeccionismo 

O diretor carrega a fama de ser extremamente perfeccionista e querer controlar todos os aspectos em uma produção. Costumava pedir aos atores para refazer as cenas diversas vezes, chegando a, muitas vezes, causar um mal-estar no set.

Shelley Duvall, Wendy em O Iluminado, é um exemplo de vítima da rigidez do cineasta. "[Stanley Kubrick] não estava satisfeito com nada até, pelo menos, o 35º take. 35 tomadas correndo, chorando e carregando um garotinho é difícil", disse em entrevista ao Hollywood Reporter

Kubrick gostava de ver seus filmes tomando grandes proporções, e, com isso, a meticulosidade crescia também. Nunca considerava uma história finalizada, a ponto de mudar inúmeras vezes o roteiro de De Olhos Bem Fechados durante as filmagens.

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Shelley Duvall como Wendy em O Iluminado (Foto: Divulgação)


Resta decidir se o perfeccionismo foi extremo demais ou se acabou tornando-se parte essencial do diretor responsável por mudar o modo de fazer cinema, Stanley Kubrick.

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