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Folclórico como sempre, Ozzy Osbourne dá tchau ao público de São Paulo

A voz do artista ainda segura as pontas e o show, apesar de ter poucas novidades, agradou geral

Paulo Cavalcanti Publicado em 14/05/2018, às 12h38 - Atualizado às 14h57

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Ozzy Osbourne, vocalista do Black Sabbah, em apresentação da banda como headliner do festival Lollapalooza, em Chicago, em 2012  - Steve C. Mitchell/AP
Ozzy Osbourne, vocalista do Black Sabbah, em apresentação da banda como headliner do festival Lollapalooza, em Chicago, em 2012 - Steve C. Mitchell/AP

Ozzy Osbourne está de volta ao Brasil para uma série de apresentações. O ex-vocalista do Black Sabbath subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, no último domingo, 13, com uma apresentação que faz parte da turnê No More Tours 2, anunciada como a despedida dele dos palcos. Ozzy já deu adeus junto aos companheiros do Sabbath, mas agora, aos 69 anos, diz que a jornada solo também chega à reta final – embora este adeus tenha chances de ser esticado até 2020 ou além.

O Príncipe da Trevas já veio tantas vezes ao Brasil nos últimos anos que é natural que todo mundo saiba como será o show. Mas nem mesmo esta previsibilidade tirou o entusiasmo e o ânimo do enorme plateia, que não parava de gritar o nome de Ozzy. O local estava lotado, com um público de cerca de 40 mil pessoas.

Nos tempos em que cantava com o Sabbath, Ozzy se mostrava um pouco mais alerta e dinâmico, sob os olhares severos do guitarrista Tony Iommi e do baixista Geezer Butler. Quando está por conta própria, Ozzy aparece sempre mais relaxado e brincalhão. Esse foi o caso na performance realizada na capital paulista – o cantor estava agindo de forma típica no palco, ou seja, batendo palmas de forma desconexa, se locomovendo de maneira desengonçada e pedindo para que a plateia batesse palmas e fizesse barulho. Trajando roupas escuras, Ozzy permanece folclórico. E, o mais importante, a voz dele ainda segura as pontas.

A bem entrosada banda dele inclui o baterista Tommy Clufetos (que nos últimos tempos também tocava como o Sabbath) e o guitarrista Zakk Wylde, que tocou com o vocalista de 1988 a 2007 – o músico, como todos sabem, também é dono de uma carreira de destaque dentro do universo do metal com a sua banda Black Label Society. Quando Ozzy anunciou que estava se despedindo, Wylde resolver se juntar ao antigo mestre para recordar os velhos tempos. Ver Ozzy e Wylde interagindo novamente já valeu o show. Ainda fazem parte da trupe o baixista Rob "Blasko" Nicholson e o tecladista e guitarrista Adam Wakeman.

No geral, não houve muita mudança em relação à apresentação solo do artista no Brasil em 2015, dentro da programação do Monsters of Rock. Iniciando às 21h30, com “Bark at the Moon”, o repertório teve algumas canções-chave do Black Sabbath, mas Ozzy, naturalmente, privilegiou a sua também bem-sucedida carreira solo.

O show seguiu com a sinistra “Mr. Crowley” (de Blizzard of Ozz, 1980, estreia solo de Ozzy), cujo refrão tomou conta do estádio, e seguiu com “I Don't Know”, outra de Blizzard of Ozz. Depois, Ozzy e seus músicos emendaram com “Fairies Wear Boots”, clássico lançado pelo Black Sabbath no álbum Paranoid (1970). “Suicide Solution”, também de Blizzard of Ozz, teve uma boa acolhida. Na sequência, veio uma dobradinha de pontos altos de No More Tears (1991): a power-ballad que dá nome ao disco e o rock “Road to Nowhere”.

O Black Sabbath foi relembrado novamente com o sempre contundente hino anti-bélico “War Pigs”, faixa revelada também em Paranoid. Foi um grande momento para Wylde brilhar e mostrar que, além de um músico de muita técnica, também é um showman de primeira. Ele fez um extenso solo, tocando com os dentes e coma guitarra nas costas. Neste momento, chegava a hora de Ozzy ir para os bastidores dar uma descansada, então, o guitarrista ganhou os holofotes para uma jam que incluiu “Miracle Man”, “Crazy Babies”, “Desire” e “Perry Mason”. Na sequência, foi a vez do pirotécnico Tommy Clufetos executar um pesado solo de bateria.

Ozzy voltou para o segmento final, durante o qual foram apresentadas “Flying High Again” (de Diary of a Madman e uma figurinha rara no repertório ao vivo), “Shot in The Dark” e “I Don’t Want to Change The World”. “Crazy Train”, de Blizard of Ozz, fechou a parte principal da apresentação de forma memorável. Mas Ozzy ainda voltou para o bis com a power-ballad “Mama I’m Coming Home” (de No More Tears), com a qual Wylde novamente brilhou com um belo solo. Ozzy, então, começou a entoar repetidamente “one more song” (“mais uma canção”). Foi a deixa para “Paranoid”, outro grande clássico do Sabbath, que foi executada de forma caótica e barulhenta, com Ozzy atropelando a métrica da letra. A apresentação acabouàs 23h10. Ozzy segue para outras capitais do Brasil. No dia 16 ele se apresenta em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski), aí vai para Belo Horizonte (18/5, na Esplanada do Mineirão) e Rio de Janeiro (20/5, na Praça da Apoteose).