Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Paralamas do Sucesso passa a limpo 30 anos de carreira em São Paulo

A banda fez seu show comemorativo no Espaço das Américas no último sábado, 20

Guilherme Bryan Publicado em 21/04/2013, às 10h02 - Atualizado às 13h21

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O Paralamas do Sucesso repassou os 30 anos de carreira em SP - Divulgação/Fabio Nunes
O Paralamas do Sucesso repassou os 30 anos de carreira em SP - Divulgação/Fabio Nunes

Durante cerca de duas horas, incluindo o bis, os Paralamas do Sucesso comemoraram 30 anos de carreira na noite do último sábado, 20, no Espaço das Américas, em São Paulo, diante de cerca de 6 mil pessoas. Estavam lá os grandes sucessos da carreira, faixas que há tempos não apareciam no setlist da banda e covers em homenagem a alguns dos ídolos dos músicos.

O show, dirigido por Cláudio Torres e José Fortes (empresário da banda praticamente desde o início), começou com imagens projetadas no telão contando como Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone começaram a banda no Rio de Janeiro e tornaram-se um dos mais importantes grupos do cenário pop rock nacional. Porém, em vez de abrir com um hit esperado pela plateia, os três, acompanhados por João Fera (teclado), Monteiro Jr. (saxofone) e Bidu Cordeiro (trombone), atacaram com a instrumental “Vulcão Dub” (do álbum Big Bang, de 1989). Em seguida, foi a vez do sucesso “Alagados”, ilustrado pela projeção do videoclipe realizado por Roberto Berliner.

A partir daí, eles misturaram grandes sucessos, como “Lanterna dos Afogados”, “Quase Um Segundo”, “Uma Brasileira”, “Lourinha Bombril”, “Meu Erro”, “Na Pista”, “Cuide Bem do Seu Amor” e “Óculos”, com outras que estavam um pouco esquecidas, como “Patrulha Noturna”, “Caleidoscópio”, “Ska”, “Me Liga”, “Romance Ideal” e “Meu Sonho”. É interessante notar que boa parte do setlist se calca em canções dos álbuns mais antigos, em vez de nas dos mais recentes. Algumas homenagens foram apresentadas inseridas nas músicas da própria banda, caso de “Polícia”, dos Titãs, em “Selvagem”; e de “Do Do Do Da Da Da”, do Police, em “Vital e Sua Moto”, já no bis; ou então de modo completo, caso de “Como Uma Onda”, de Lulu Santos e Nelson Motta; “Você”, de Tim Maia, junto a “Gostava Tanto de Você”; “Whole Lotta Love”, do Led Zeppelin; e “Que País É Este”, da Legião Urbana, que encerrou o show.

Desde a volta após o acidente de Herbert Vianna, em 2002, a banda parece realizar shows intimistas para multidões. Os músicos ocupam apenas uma parte do palco e ficam bastante próximos uns dos outros, mas o som que produzem preenche totalmente o espaço das maiores casas noturnas. E, no caso da apresentação no Espaço das Américas, a performance deles ficou ainda mais forte em função da projeção de imagens antigas e de videoclipes completos no telão. Destaque para “Melô do Marinheiro”, realizado na década de 1980, para o programa de TV Fantástico; e os clássicos “Ela Disse Adeus” e “Busca Vida”, realizados pela Conspiração Filmes.

O que cansou um pouco foi o fato de que cada uma das canções teve o nome exposto no telão, acompanhado do respectivo ano em que foi lançada, algo totalmente desnecessário para uma horda de garotos na faixa dos 20 anos que provou conhecer em profundidade a carreira do power trio – cantaram, dançaram, namoraram, vibraram, berraram o nome da banda, ou seja, demonstraram a imensa alegria de estarem ali fazendo parte da festa. Algo que poderia ser interessante, caso usado com mais parcimônia, tornou-se cansativo, previsível e desnecessário, mas, obviamente, não foi nada que prejudicasse a potência desse show que já nasceu inesquecível.

Herbert Vianna conversou pouco com a plateia – “vamos deixar de blá, blá, blá”, declarou duas vezes –, mas, nesses poucos momentos, fez questão de frisar o prazer de tocar em São Paulo, cidade que lhe provocou grande impacto quando esteve nela pela primeira vez. Os 30 anos de carreira dos Paralamas do Sucesso foram passados a limpo em grande estilo e as imagens projetadas no telão, fotos ou videoclipes, só reforçaram essa sensação prazerosa - não de nostalgia barata, mas de uma banda que reconstrói o passado em perfeita sintonia com seu público, que não para de se renovar, mas não perde os antigos adeptos.