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"As pessoas o protegiam porque achavam que eu que estava exagerando", diz esposa de Chorão

Graziela Gonçalves contou ao Fantástico detalhes da tentativa de internação involuntária do vocalista do Charlie Brown Jr., morto na última semana; " É uma honra ver o que ele era, o que ele é para as pessoas", afirmou o filho do cantor

Redação Publicado em 10/03/2013, às 23h00 - Atualizado às 23h17

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<b>Acidente em Santos</b>
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Em 2005, Chorão se envolveu em um acidente automobilístico e colidiu com um carro e três ciclistas, mas saiu sem qualquer ferimento. - Divulgação / MTV
<b>Acidente em Santos</b> <br> Em 2005, Chorão se envolveu em um acidente automobilístico e colidiu com um carro e três ciclistas, mas saiu sem qualquer ferimento. - Divulgação / MTV

Graziela Gonçalves, mulher de Chorão, e Alexandre, o filho dele, falaram ao programa Fantástico, da Rede Globo, sobre a morte do cantor.

A estilista contou novamente que havia conseguido na justiça a permissão para a internação involuntária de Chorão, que há um ano e meio havia intensificado o uso de cocaína. “Era uma coisa que eu estava me odiando por fazer. Eu falei para o filho dele: ‘Não interessa, o teu pai pode me odiar para sempre, mas se isso for salvar a vida dele, que ele me odeie, então”, disse. Graziela revelou que não conseguiu interná-lo porque os funcionários do hotel onde Chorão estava hospedado não permitiram. “Uma dessas pessoas falou: ‘Não, eu não vou deixar’”, contou ela. “As pessoas o protegiam porque achavam que eu que estava exagerando. Eu sinto que falhei [chorando]. A gente sempre fala ‘por que eu não voltei no dia seguinte?’. Eu sou um ser humano, e também achei que ia ter outra chance. Eu não tive.”

Relembre a trajetória e os sucessos do Charlie Brown Jr.

Graziela afirmou que Chorão usava cocaína em casa, mas que nos últimos meses em que o casal esteve junto, o comportamento dele havia mudado. “No final, sim [ele usava drogas dentro de casa]. No meu pensamento, era ‘eu prefiro ele aqui, que ele longe’, só que chegou um determinado momento que ele começou a sair de casa para usar, para eu não ver, para eu não brigar com ele.” Ela também disse que o vocalista da banda Charlie Brown Jr. não usava cocaína diariamente, tendo intervalos “de dois ou três dias” no uso. “Essa droga, ela tem uma capacidade... é o corpo, mas parece que tem outro ser ali, as reações são outras, o jeito é outro, o olhar é outro”, continuou.

Alexandre, 23 anos, filho de Chorão, também falou à reportagem. “As letras sempre foram muito autobiográficas. Sempre foi muito verdadeiro (...). Eu era o fotógrafo da banda nesses últimos meses, a gente se aproximou bastante. Tinha horas que eu ficava assim: ‘Caraca, essa galera toda está cantando, gritando, se esgoelando pelo meu pai’. É uma honra ver o que ele era, o que ele é para as pessoas”, contou. Alexandre mostrou um skate que pertenceu a Chorão, que ele havia encontrado no carro do músico. “Esse skate aqui é dele [voz embargada]. Eu fiz uma promessa agora, pra ele, que pelo menos uma vez por mês eu vou botar isso aqui pra rodar.”

Cedo demais: artistas brasileiros que morreram antes dos 50.

A esposa de Chorão finalizou a entrevista fazendo um apelo. “Que isso sirva de lição para essa molecada não achar que droga é brincadeira, que é fácil, que é só uma curtição, porque não é. Não é.”

A morte de Chorão

Alexandre Magno Abrão tinha 42 anos e foi encontrado morto no apartamento que, segundo amigos de familiares, era o espaço comumente usado por ele para se drogar. O corpo foi achado pelo segurança e pelo motorista do cantor, Victor Vasconcelos e Kleber Atalla, respectivamente. O imóvel, localizado em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, estava muito danificado por dentro, com um buraco na parede, tacos arrancados, portas e interruptores quebrados, e até um ar condicionado arrancado da parede. Chorão tinha problemas para controlar a agressividade, principalmente quando estava sob efeito de cocaína, reportam conhecidos. Ele tinha ainda ferimentos em uma das mãos, no pé e no rosto. Além do medicamento Lexotan e do anestésico bucal Nene Dent, havia no apartamento um pó branco, que a polícia acredita ser cocaína, e um canudo feito com uma folha de cheque.

O velório e o sepultamento de Chorão aconteceram em Santos. Cerca de cinco mil pessoas passaram pela Arena Santos, onde ele foi velado. Após as investigações – em duas semanas, exames devem revelar a causa da morte –, o corpo do vocalista será cremado, como era o desejo dele.

Veja fotos do velório de Chorão.