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Polícia interrompe show de hardcore e leva vocalista para a delegacia

JG, vocal da Escombro, cantava música que critica polícia militar

Redação Publicado em 12/06/2019, às 16h32

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Banda Escombro (Foto: Divulgação)
Banda Escombro (Foto: Divulgação)

Lucas Ferreira (JG), vocalista do Escombro, foi detido e levado para uma delegacia da polícia militar neste sábado, 8, enquanto se apresentava no União Underground Fest, festival de hardcore. O show aconteceu em Guará, no Distrito Federal.

JG contou em seu Instagram que a aproximação dos dois policiais que os repreenderam aconteceu enquanto tocava a faixa “S.O.P. (Sistema Padrão Operacional)”, gravada com participação de Henrique Fogaça para o disco Maldita Herança (2017). Antes de tocar a música nos shows do Escombro, o vocalista costuma discursar.

"Eu faço uma introdução a essa música. Falo que é uma instituição corrupta, que não ampara os profissionais e que deveria ser extinta há muito tempo. Bom, durante a música, dois PMs se sentiram ofendidos pessoalmente, entraram no evento, e queriam me conduzir imediatamente à DP. Eu pedi desculpa publicamente aos dois policiais, porque não é uma crítica pessoal, não é voltada diretamente a ninguém, e sim à corporação, isso se encaixa no meu direito de liberdade de expressão."

Apesar disso, o vocalista disse ao UOL que os dois oficiais pediram reforço e logo chegaram seis viaturas para interromper o festival. “Fizeram uma barganha para que eu fosse conduzido ao DP. Falaram que se eu não fosse, iam acabar com o festival de forma violenta."

Afirmou ainda ter ficado quatro horas detido, e teve de ficar nu, além de sofrer agressões físicas e verbais. "Eles me conduziram para o 21º DP. Durante a condução, um dos PMs me ameaçou, dizendo a seguinte frase: 'Quem você pensa que é? Você vem para Brasília tocar e fala uma coisa dessas? Brasília não é igual a São Paulo, que a polícia é relaxada. Aqui em Brasília você pode vir tocar e infelizmente pode acontecer alguma coisa com você e você pode sumir e nunca mais voltar para SP. Utilizaram realmente do abuso de poder e me deixaram preso numa sala por mais ou menos quatro horas, numa situação extremamente constrangedora. Eu não cometi nenhum crime, nem o Escombro, e isso é inaceitável."

O músico teve que assinar um termo circunstancial e foi acusado de desacato à autoridade e incitação à violência.

A Polícia Militar lançou uma nota oficial sobre o assunto, e a instituição afirmou que o artista foi detido pois "ofendeu instituições de segurança pública e policiais militares." e explicou que “o Código Penal, em seu artigo 286, prevê pena de três a seis meses, ou multa, a quem incitar publicamente a prática de crime. O artigo 331 prevê seis meses a dois anos de detenção, ou multa, a quem desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela”. Afirmaram também que JG não foi algemado e estava acompanhado de um advogado.

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