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Lorde deixa claro que não é mais uma promessa ao assumir o pop em show em São Paulo

Artista voltou a São Paulo quatro anos depois, com um novo álbum, Melodrama, coreografias e mais presença no palco`

Pedro Antunes Publicado em 16/11/2018, às 12h13

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A cantora Lorde, em ação no Popload Festival (Foto: Fabricio Vianna / Divulgação)
A cantora Lorde, em ação no Popload Festival (Foto: Fabricio Vianna / Divulgação)

Quatro anos atrás, a neozelandesa Lorde se derretia. Chorava diante do público do Lollapalooza Brasil. Emocionada, afinal, em oito meses, ela deixou underground da música e foi arremessada para o estrelato como a nova promessa do pop. Tinha um disco, Pure Heroine, e um hit mundial, "Royals", na bagagem.

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No palco, do Popload Festival, nesta quinta, 15, a headliner parece outra artista. Segura e, veja só, dançarina. Seus olhos ainda marejam quando enxerga, diante de si, aquelas 15 mil pessoas (número divulgado pela produção do festival), mas não há mais medo ali. É entrega, comunhão, empatia.

Quando se dirigia ao público, acampado em frente ao palco desde as primeiras horas do festival (o que causou um problema com o vocalista da banda At The Drive-In), fala em gratidão. Também demonstra saber da situação política do País.

“Brasil, eu sei que hoje vocês têm gente tentando podar e diminuir vocês, mas saibam que apoiamos e amamos vocês”, disse Lorde antes da balada Liability. 

Com um figurino inteiro vermelho, que parece ter saído do mesmo guarda-roupa de Letícia Novaes, a Letrux, que abriu o festival com seu show Letrux em Noite de Climão, Lorde assumiu o pop de vez.

Para ela, é ótimo. Está solta no palco, não é mais engolida por ele. Faz dali seu espaço, preenchido por dançarinos e uma banda diminuta. Não era o formato completo da sua apresentação que tem rodado o mundo com o disco Melodrama, o segundo dela, do ano passado, mas foi suficiente.

Pure Heroine era minimalista, havia uma Lorde ali escondida. Tentava sair da casca, mas também tinha medo o que viria a seguir.

Dele, vieram, "Buzzcut Season", "Ribs", "Royals", "Team", "Tennis Court". São momentos mais preto e branco, com menos luz, embora as faixas já estejam adaptadas à atual fase da artista.

Fase essa exposta em Melodrama, executado na íntegra. De "Sober", música que abre o show, ao hit chicletíssimo "Green Light", muito bem escolhida para encerrar a performance: uma canção pop perfeita, com altos e baixos, e refrão explosivo.

A Lorde de 2014 tinha dois caminhos possíveis a partir dali. Poderia querer emular Royals para sempre, mas com isso não sairia do status de promessa e se juntaria a um centena de outros nomes vistos como inovadores da música pop, mas medrosos demais para sair da sua zona de conforto.

Poderia também tentar mais uma vez, de outro jeito. Assim o fez. Cresceu, viveu o mundo, se colocou aberta às novas experiências. Quebrou com as expectativas. E acertou, de novo.

Antes de Lorde, se apresentaram os brasileiros Letrux e o inédito encontro entre Mallu Magalhães e Tim Bernardes. O "bloco indie" veio na sequência, formado por At The Drive-In, Death Cab For Cuttie e MGMT. Depois, por fim, veio o Blondie.