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Por dentro da adaptação cinematográfica de Warcraft

Como o game finalmente foi para a sétima arte pelas mãos de Duncan Jones, filho de David Bowie

GUS LANZETTA Publicado em 19/12/2015, às 14h33 - Atualizado às 16h51

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Toby Kebbell na pele de Durotan - DOANE GREGORY © UNIVERSAL PICTURES/DIVULGAÇÃO
Toby Kebbell na pele de Durotan - DOANE GREGORY © UNIVERSAL PICTURES/DIVULGAÇÃO

A trajetória que levará Warcraft aos cinemas, em junho, só não é mais intrincada do que o enredo da própria série de jogos, notória pela profusão de tramas, personagens e nomes complicados. Warcraft é um sucesso dos games para computador desde os anos 1990 e virou um fenômeno cultural com World of Warcraft (2004), RPG online que teve mais de 100 milhões de usuários na primeira década de vida. Em 2006, a Legendary Pictures comprou os direitos para levar esse universo aos cinemas, mas o projeto ficou no limbo. Em 2009, Sam Raimi foi anunciado como diretor e alguns detalhes do filme foram divulgados. Porém Raimi deixou o projeto para fazer Oz: Mágico e Poderoso.

Stuart Fenegan, sócio e produtor dos filmes do diretor Duncan Jones (filho do ícone David Bowie), conta que os dois entraram em contato com a Legendary várias vezes para deixar claro o interesse que tinham no título. “Nos mudamos para Los Angeles e fomos bater à porta da Legendary para dizer que, se não desse certo com Raimi, que se lembrassem da gente”, conta Fenegan. “Então, fizemos Contra o Tempo e foi um sucesso. Voltamos lá e dissemos: ‘Vocês ainda não fizeram Warcraft e nós somos os caras certos para isso’”, relembra. “Eu ligava para Jon Jashni [da Legendary] a cada seis meses e perguntava como estava o projeto. O ‘obrigado pelo contato’ virou um ‘me liga emtrês semanas’ e aí percebi que algo estava acontecendo.”

Em novembro de 2012, Fenegan e Jones conseguiram colocar as mãos no roteiro. “Duncan e eu achamos uma boa história e uma boa maneira de abordar esse mundo, mas faltava equilíbrio. O que acabou sendo decisivo na contratação de Duncan foi que ele declarou que ‘em Warcraft não há mocinhos e vilões, você ou é da horda ou da aliança. E é por essa perspectiva que você aborda o universo do jogo’.” Por conta desse olhar, a dupla finalmente entrou para o projeto.

A aliança e a horda são asduas grandes facções do jogo, compostas respectivamente por humanos e orcs, criaturas altas, fortes e com presas protuberantes. Jogadores do mundo inteiro se sentem representados por essas facções, por isso era uma prioridade de Jones, responsável pelo aclamado Lunar, ter uma história que mostrasse ambas. “A beleza do jogo é que há heróis nos dois lados. A história se baseia na ideia de que, em um conflito como esse, há razões que vão além de bem contra o mal e não parece haver uma solução pacífica”, explica Jones com gosto, transparecendo a satisfaçãode ir de fã do jogo a diretor do filme baseado no mundo de Warcraft.

Para criar os orcs do longa, a produtora Industrial Light and Magic usou tecnologias de captura de performance similares às utilizadas nos recentes filmes da cinessérie Planeta dos Macacos. Aliás, Warcraft compartilha com a franquia o ator Toby Kebbell, que interpreta Durotan, o orc principal do filme, e encarnou o símio Koba em Planeta dos Macacos: O Confronto. “Para viver o orc, tive que ganhar peso, porque você precisa ter movimentos pesados, quase como um fisiculturista”, explica Kebbel, que vê vantagem em interpretar bípedes. “Em Planeta dos Macacos, usamos um pneu cheio de cimento amarrado à cintura pra dar peso. Nesse filme foi só um pijama cinza com pontinhos, bem mais fácil”, ri. Ainda estão no elenco Ben Foster, Dominic Cooper e Paula Patton.

Mesmo sendo um filme baseado em um videogame e com mais de mil planos nos quais foram utilizados efeitos de computação gráfica, Warcraft tem no DNA os clássicos do cinema, garante Jones: “Eu não quero entregar muito, mas há uma grande influência de Sergio Leone. Há heróis e vilões, personagens arquetípicos se confrontando de maneira que lembra um filme de samurai ou um velho oeste. Queria esses momentos, esse tipo de espetáculo, criar aquela ansiedade. Você vê vários longas com batalhas épicas, que duram 20 minutos, mas você não está investindo nos participantes individualmente. Minha ideia é que você pudesse se importar com os personagens e construir essa expectativa para as lutas deles.”

Assista abaixo ao trailer de Warcraft: