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Por que "Long, Long, Long" é tão diferente das outras canções de amor dos Beatles?

Escrita por George Harrison, a faixa integra o amado e polêmico The White Album

Redação Publicado em 21/11/2019, às 11h12

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George Harrison (foto: AP)
George Harrison (foto: AP)

Em 1968, quando os Beatles voltaram da Índia, eles estavam com uma série de músicas que não cabiam em um álbum só. Então, o icônico quarteto decidiu fazer algo que eles nunca haviam feito antes: gravar um álbum duplo. Embora esse disco tenha sido lançado como auto-intitulado, ele ficou conhecido como o The White Album

A quantidade de músicas abriu um espaço para George Harrison já que em Sgt Pepper's (1967), ele havia apenas uma música. No The White Album, o guitarrista tinha quatro músicas e cantou como vocal principal. E ele ainda tinha mais. A lista de composições incluía "Not Guilty", que ele lançou no álbum solo de 1979, e "Sour Milk Sea", que ele deu para Jackie Lomax para gravar. 

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Mas das quatro músicas lançadas no álbum, "While My Guitar Gently Weeps" fica no topo da lista de melhores composições já feitas por Harrison. No entanto, "Long, Long, Long" não passa, de maneira alguma, despercebida. Essa música foi muito especial para os Beatles. 

Embora os Beatles tenham mudado bastante em 1968, algumas coisas permaneceram as mesmas. Um exemplo disso é que Paul McCartney não havia desistido de fazer "música de avó" e os fãs conseguiram "Honey Pie", uma clássica canção do The White Album

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Mas o amadurecimento espiritual de Harrison o levou para um lugar completamente diferente, e quando ele escreveu a última música que gravou para o álbum, ele não tinha uma mulher em mente. O "You" (você) em "Long, Long, Long", na verdade, é Deus, explica no livro I Me Mine.

"Demorou muito, muito, muito tempo"

"Agora estou tão feliz que te encontrei."

Sendo assim, Harrison persistiu no tema e lançou o hit solo "My Sweet Lord". Mesmo que inicialmente, quando fez o primeiro disco solo em 1970, ele ainda hesitava em apresentar músicas falando sobre Deus abertamente. Mas Phil Spector, produtor do álbum, e todos que ouviram All Things Must Pass sabiam do sucesso de "My Sweet Lord".

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O single vendeu mais de 1 milhão de cópias poucas semanas depois do lançamento.

"Se você diz a palavra 'Deus' ou 'Senhor', isso faz com que o cabelo de algumas pessoas se enrole!", brincou em uma entrevista. "Eles se sentem ameaçados quando você fala sobre algo que não é apenas trivial."

Essa música, no final, também teve uma mensagem universal. Quando ele cantou "Eu realmente quero te conhecer, quero muito te mostrar", não pareceu para muitos como algo excessivamente religioso. E quando os vocais de fundo de "Hallelujah" viram "Hare Krishna", ele fez um dos grandes truques das composições pop.