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Por que Michael Jackson queria destruir fitas do clipe de 'Thriller'?

Segundo o diretor John Landis, líderes de igreja Testemunha de Jeová não apoiavam o clipe de 'Thriller'

Felipe Grutter (com supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 29/07/2021, às 11h07

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Michael Jackson no clipe de "Thriller" (Foto: Divulgação)
Michael Jackson no clipe de "Thriller" (Foto: Divulgação)

O videoclipe de "Thriller," de Michael Jackson, foi histórico e icônico em diversos níveis, seja a jaqueta de couro vermelha, transformação em lobisomem ou danças com zumbis. Porém, o Rei do Pop queria destruir as fitas do vídeo. Como o Express relatou, o astro teve um colapso emocional com a situação e se isolou por dias. O lendário diretor John Landis revelou os dramas de bastidores anos depois.

Landis chamou a atenção de Michael Jackson ao dirigir Um Lobisomem Americano em Londres (1981). "Ele estava fascinado pela metamorfose, pela transformação. Realmente queria se transformar em um monstro, esse era o desejo dele," revelou o cineasta. "Queria se transformar em um lobisomem quadrúpede, mas eu disse: 'Caso queira dançar, será difícil com quatro pés.' Decidimos por um de duas pernas."

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Depois disso, criaram o clipe mais ambicioso e caro já feito naquela época, considerado uma obra-prima até os dias de hoje, mas quase não viu a luz do dia. A empolgação foi grande no set de filmagem: estrelas como Marlon Brando, Jackie Kennedy e Fred Astaire visitaram o local.

Quando as filmagens acabaram, a MTV planejava uma grande campanha promocional, enquanto uma estreia mundial estava marcada para 14 de novembro de 1983, com um público repleto de celebridades, como Diana Ross e Eddie Murphy. Porém, Michael Jackson era Testemunha de Jeová e os líderes da igreja o criticavam devido ao assunto do videoclipe.

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O advogado de celebridades John Branca revelou como Jackson ligou para ele e exigiu que todos as fitas fossem destruídas: "Ele disse como as Testemunhas de Jeová ouviram sobre as filmagens de um clipe de lobisomem. Acusaram-lhe de promover a demonologia e falaram de excomungá-lo."

Todos concordaram como os negativos precisavam ser protegidos, então foram retirados dos laboratórios e trancados com segurança no escritório de Branca. Enquanto isso, Michael Jackson se isolou no quarto dele. O chefe de segurança do músico, Bill Bray, ligou para John Landis preocupado, porque o dono de "Bad" não comia há dias.

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"Bill e eu chutamos a porta, derrubamos e Michael estava deitado lá. Ele disse: 'Me sinto tão mal.' Respondi: 'Você já comeu?' Ele não comera. Foi estranho. Apenas disse: 'Olha, eu quero que você consulte um médico agora,'" relembrou o diretor.

No dia seguinte, Landis voltou para ver o músico e explicar como não destruiu as fitas de "Thriller." O cineasta descreveu o Rei do Pop como totalmente em conflito com o projeto, dividido entre duas paixões. Na estreia do clipe, Michael Jackson se escondeu na cabine do projecionista e se recusou a sair, mesmo quando a plateia exigia um repeteco.

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Mesmo com o sucesso, o cantor exigiu em ter um aviso no vídeo, o qual dizia: "Devido às minhas fortes convicções pessoais, gostaria de enfatizar que este filme de forma alguma endossa uma crença no ocultismo." Mais tarde, explicou a decisão: "Apenas pretendia fazer um curta-metragem bom e divertido, não de trazer para a tela algo responsável por assustar as pessoas ou fizesse algo ruim. Quero fazer o certo. Nunca faria nada como Aquilo novamente."


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