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“A porcaria do mundo real estava alcançando a gente!”, brinca Charlie Brooker, criador de Black Mirror

A série volta para mais seis episódios e se esforça para não ficar para trás diante das bizarrices do mundo real

Stella Rodrigues Publicado em 21/10/2016, às 11h26 - Atualizado às 11h49

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Cena da terceira temporada da série <i>Black Mirror</i> - Reprodução
Cena da terceira temporada da série <i>Black Mirror</i> - Reprodução

Entre os horrores da tecnologia e as delícias de uma história bem contada (e, às vezes, o o inverso), Black Mirror conquistou fãs no mundo todo, ao ponto de ter sido resgatada pela Netflix depois que a série foi cancelada na Inglaterra. A série antológica (com cada episódio trazendo uma trama totalmente nova, com personagens e atores diferentes de um capítulo para o outro) de ficção especulativa ganha seis episódios a partir desta sexta, 21.

“Tem mais diversidade, porque agora que vamos fazer seis episódios [as temporadas anteriores tiveram três episódios cada uma] podemos variar os tipos de história, os aspectos visuais e até o tom. Temos vários gêneros: uma história de amor doce, uma história de guerra, brutal, uma trama de detetive, tem muito mais alcance”, conta a produtora executiva Annabel Jones. “Não somos sempre implacavelmente apavorantes”, complementa o produtor executivo e criador Charlie Brooker.

A série continua a mesma, apenas dobrou de tamanho e renovou sua verve desafiadora (“a porcaria do mundo real estava alcançando a gente!”, brinca Brooker). Mas o cerne continua o mesmo: “É sobre como é viver no nosso mundo moderno, sempre em modificação e evolução”, resume Annabel com dificuldade. “Uma seleção de histórias bizarras, inquietantes e, espero, divertidas, sobre ‘e se’”, define Brooker. “A tecnologia nunca é usada como vilã nas nossas histórias, é usada no lugar de mágica, basicamente. É sobre os dilemas humanos.”

“O que eu gosto de fazer essa série é que ela te obriga a se reinventar sempre, então, não queremos que ela vire um clichê dentro dela mesma”, reflete ele, que se recusa a se restringir diante das expectativas. “Muita gente reclamou: ‘Se a série vai para a Netflix, vai ficar toda americanizada’. Pensei: ‘Ah, é? Então vamos fazer um episódio que se passa bem na Califórnia, em 1987’!”, se diverte.