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Público reclama de infraestrutura nos campings do SWU

Falta de organização e longas filas desagradam os que se instalaram nas áreas de acampamento do festival em Itu

Por Patrícia Colombo Publicado em 13/10/2010, às 09h43

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Imagem do camping comum no SWU: público chegou a esperar três horas para tomar banho - Patrícia Colombo
Imagem do camping comum no SWU: público chegou a esperar três horas para tomar banho - Patrícia Colombo

Geralmente, é preciso ser fã de camping para conseguir se divertir sem ligar para a falta de conforto inerente a este tipo de atividade. Muita gente decidiu levar suas barracas para o SWU, entrando no clima "roots" do festival - que ocorreu na fazenda Maeda, em Itu, entre os dias 9 e 11 de outubro. Acontece que, assim como na estrutura do espaço de shows, o camping também não agradou muita gente.

O público tinha a opção de acampar em duas diferentes áreas: o camping Premium (área total de 51 mil m²) e o camping comum (50 mil m²). Os espaços eram numerados e cada indivíduo pagou por um espaço de 16m² - que, segundo o SWU, abrigaria uma barraca com até quatro pessoas. Segundo dados oficiais, havia na área comum cerca de mil barracas e na Premium, 700, em um total de 5,3 mil pessoas acampadas nos três dias de festival. Os valores chegavam, na área mais "sofisticada", a R$ 600. Até aí, paga quem pode e quem está disposto. Em cada um dos campings havia um posto médico e uma tenda de posto de energia (solar), com tomadas disponíveis ao público.

Acontece que muitas reclamações por parte dos que lá se alojaram envolveram não só os altos valores dos alimentos (os pratos feitos, por exemplo, custavam R$ 20) - vendidos em um restaurante e em algumas barracas ambulantes (milho, água de coco, tapioca, entre outros) localizadas dentro do espaço -, como à falta de infraestrutura com relação à higiene pessoal, que não condizia com os altos valores pagos. A começar, tanto no camping comum quanto no Premium, havia dez chuveiros femininos e dez masculinos, e não era raro que algum deles parasse de funcionar durante o uso. Resultado: filas de até três horas para um banho de sete minutos (tempo estipulado pela organização do evento, que defende o conceito de sustentabilidade) no horário da manhã - momento em que as pessoas aproveitavam, já que não havia show algum acontecendo.

Como não foram construídos banheiros - tendo sido instalados banheiros químicos -, as pessoas não tinham lugar para, ao acordar, lavar o rosto e escovar os dentes. A alternativa para muitos foi pagar R$ 4 por uma garrafa de água de 300 ml para suprir a falta de uma pia. E o plástico? Virava lixo (sendo até na própria grama). Segundo a estudante Susana Mendonça, de 20 anos, que se instalou no camping Premium com suas amigas, o banho de sete minutos (cujo chuveiro desligava sem aviso prévio) nem chegou a ser problema perto das filas para se chegar a ele ou com relação às demais formas de higiene. "Se tudo estivesse funcionando direito, não reclamaríamos nem do preço do camping", desabafa. "Tinha que ser uma coisa mais organizada. As informações que dão para a gente se desencontram. Eu esperava que iria ser tenso acampar, mas achava que no mínimo teríamos banheiro, água para lavar as mãos e escovar os dentes."

Apesar de tais problemas relacionados à estrutura, a maioria das pessoas disse que, em termos de convivência com os "vizinhos" de barracas, a situação foi bem tranquila nos três dias do festival. Sem confusões ou tumultos, neste aspecto, dentro dos campings.

Balanço geral do evento

De acordo com dados oficiais fornecidos na noite desta segunda, 11, com ingressos esgotados, o festival na fazenda Maeda, em Itu, recebeu pouco mais de 160 mil pessoas nas três datas, contando com mais de 70 atrações musicais, 30 palestras sobre sustentabilidade e exposição de artes. No último dia, que reuniu bandas como Queens Of The Stone Age, Pixies, Linkin Park, Cavalera Conspiracy, Incubus, Yo La Tengo, Mombojó, Cansei de Ser Sexy e BNegão & Seletores de Frequência, o público foi de 58 mil pessoas.

O espaço onde o evento aconteceu tinha 200 mil m², no qual foram construídos 70 mil m² de área de cobertura. Foram cerca de nove mil funcionários trabalhando nos três dias, entre eles 1600 seguranças e 380 policiais por dia. A organização do SWU informou ainda que ocorrências policiais, até o início da tarde desta segunda, 11, estavam em torno de 75. Entre os motivos mais comuns, estavam perdas de celulares e documentos. Quanto a ocorrências relacionadas ao consumo de drogas, 76 pessoas foram detidas, sendo 69 já liberadas.

No que diz respeito à alimentação, foram servidas 400 mil refeições e 600 mil latas vendidas - que serão recicladas em sua totalidade. Dados informam que, nos três dias, o estacionamento do evento recebeu cerca de 30 mil carros, 800 ônibus e 500 vans.