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Pussy Riot, banda que combate Vladimir Putin, se atualizou do cenário político para shows no Brasil

"Nós não tentamos ser provocativas. Só não nos rendemos", conta a vocalista Nadya Tolokno

Redação Publicado em 19/04/2019, às 19h00

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Nadya Tolokno (Foto: Mr. Mojo Risin)
Nadya Tolokno (Foto: Mr. Mojo Risin)

Formada em 2011, a Pussy Riot é uma banda russa de punk rock feminista, liderada por Nadezhda Tolokonnikova (ou simplesmente Nadya Tolokno) que vai tocar no Brasil nos próximos dias 19, no Recife, e 20 em São Paulo.

Nascido em Moscou, o grupo ativista é responsável por vários protestos e performances públicas contra o presidente Vladimir Putin (a quem consideram um ditador), e seu elo com a Igreja Ortodoxa Russa. Esses temas são recorrentes também nas letras das músicas, além da luta pelos direitos LGBTQ+.

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A Pussy Riot ganhou destaque inicial quando, em 2012, cinco integrantes organizaram um protesto dentro do monumento russo Catedral  do Cristo Salvador, mais especificamente no altar, com seus trajes que viraram marca registrada: casacos de inverno ou de trabalhadores públicos, acompanhado de balaclavas coloridas. O ato foi filmado e, junto com a gravação de uma performance parecida executada em outra igreja, foi transformado no clipe da faixa "Punk Prayer: Mother of God Drive Putin Away".

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"Putin Zassal" é outra música que representa bem os ideias da banda. A tradução do título varia entre algo mais leve como "Putin Ficou com Medo", ou mais explícito como "Putin se Mijou". A letra é inspirada em uma manifestação que aconteceu em dezembro de 2011, e mobilizou milhares de pessoas para protestar contra o presidente russo.  

Finalizada a devida introdução, podemos afirmar que é com essa energia e esse espírito que a Pussy Riot chega pela primeira vez ao Brasil. Em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil, Nadya garante que está ciente do cenário político atual do nosso país, e que, assim como em todos os shows que fazem, vão preparar algo único para o público brasileiro.

"Pode ter certeza que preparamos uma manifestação política", conta a vocalista. E acrescenta que existe um processo em comum que fazem toda vez que se apresentam em um novo país: antes de chegarem lá, entram em contato com grupos ativistas locais, para entender o cenário e, depois disso, preparam o show e as devidas mensagens a serem transmitidas durante ele.

"A gente tenta fazer coisas novas o tempo todo. Não queremos ajudar apenas o nosso país", garante.

Ela afirma também a importância e o caráter essencial de combate que deve haver na música punk, sem fugir de qualquer assunto, e sem praticar um "feminismo segregado". Mas, acima de tudo, para não correr o risco de ser mal interpretada ou não conseguir transmitir sua mensagem,  "é necessário ter muita clareza e muito conhecimento sobre que está acontecendo, além de estar pronto para se explicar, da forma mais direta possível".

Curiosamente, quando questionada sobre organizar performances que provam um ponto com a utilização do choque e do irreverente, ela responde: "Nós não tentamos ser provocativas. Só não nos rendemos. Somos apenas honestas com nós mesmas, e incluímos isso na nossa arte".

No Recife, a Pussy Riot toca no festival Abril Pro Rock, dia 19. E em São Paulo, no Fabrique Club, no dia 20. Mais informações sobre a apresentação de São Paulo aqui.

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