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Quem inspirou Paul McCartney a escrever Let It Be, clássico dos Beatles?

Ao contrário do que muitos fãs pensaram na época, a música feita pelo icônico baixista do quarteto não era sobre religião

Redação Publicado em 19/11/2019, às 11h10 - Atualizado às 11h11

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Paul McCartney (Foto: AP)
Paul McCartney (Foto: AP)

Se você observar a discografia dos Beatles, principalmente as letras escritas por Paul McCartney, é raro vê-las levando o nome de alguém. Há várias músicas que ele escreveu e que tem nomes fictícios. 

Em "Ob-La-Di, Ob-La-Da", ele apenas gostava da sonoridade e o lembrava das Índias. Em "Get Back", Jojo e Loretta eram pessoas inventadas. O mesmo vale para "Lovely Rita", a encantadora faixa do Sgt. Pepper's. Na maioria desses casos, McCartney simplesmente pensava em um tema ou em uma história e criava um personagem. 

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Mas em que McCartney pensou quando escreveu a clássica "Let it Be"? 

A faixa saiu como single em março de 1970 e, na época, era normal os fãs entenderem uma mensagem religiosa nas letras enquanto ele cantava sobre uma "Mãe Maria" que vem a ele "em tempos de angústia" e apresenta "palavras de sabedoria" sugerindo que ele "deixe estar". 

No entanto, McCartney revelou que a referência não era a Maria, mãe de Jesus, mas sim, a própria mãe, Maria, que morreu em 1956. Sendo assim, "Let It Be" foi uma exceção - assim como "Hey Jude", em que McCartney escreveu para o filho de Lennon -,  já que ele tinha alguém em mente quando escreveu a canção. 

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"Uma noite, em uma época complicada, eu tive um sonho em que vi a minha mãe. Ela tinha morrido há 10 anos", contou McCartney na biografia Many Years From Now. "E foi tão bom vê-la."

"Foi tão maravilhoso e reconfortante para mim. No sonho, ela disse: 'Tudo ficará bem'. Não tenho certeza se ela usou exatamente as palavras 'deixe estar', mas essa foi a essência de seu conselho. Algo como: 'Não se preocupe, tudo ficará bem'."

Mesmo depois de ter explicado a verdadeira menção na música, McCartney não impediu as pessoas de terem uma interpretação religiosa.

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"Estou muito feliz se as pessoas quiserem usá-la para reforçar a fé. Eu não tenho problema com isso. Eu acho que é ótimo ter fé de qualquer tipo."

Além de refletir um momento difícil, o lançamento de "Let It Be" também teve outro significado. Um mês após o lançamento do single, McCartney anunciou a saída dos Beatles. E um mês depois, o álbum e o filme Let It Besaiu. 

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A essa altura, os fãs ouviram a música como um recado de "deixar a banda seguir caminhos diferentes". E isso, de maneira alguma, foi ruim.