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Ricardo Salles é alvo de operação que investiga exportação ilegal de madeira

A Polícia Federal realizou busca e apreensão no endereço de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, nesta quarta, 19

Redação Publicado em 19/05/2021, às 10h35

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Ministro Ricardo Salles em frente à madeira apreendida no Pará, em 1º de abril (Reprodução/Instagram)
Ministro Ricardo Salles em frente à madeira apreendida no Pará, em 1º de abril (Reprodução/Instagram)

A Polícia Federal realizou busca em apreensão em endereços do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e no Ministério nesta quarta, 19 de maio. Segundo a Folha de S. Paulo, a ação faz parte de uma operação que investiga a exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa.  

O objetivo da operação é apurar suspeitas de crimes de corrupção, facilitação de contrabando e outras práticas ilegais supostamente cometidas por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro. Até o momento, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, foi afastado do cargo.

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Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação, assim como a quebra de sigilo bancário e fiscal de Salles e o afastamento de nove agentes públicos, incluindo Eduardo Bim.

O ministro do STF também suspendeu um despacho deferido pelo Ibama em 2020 que, segundo a Polícia Federal, permitia a exportação de produtos florestais sem necessidade de emissão de autorizações:

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"Estima-se que o referido despacho, elaborado a pedido de empresas que tiveram cargas não licenciadas apreendidas nos EUA e Europa, resultou na regularização de mais de 8 mil cargas de madeira exportadas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020", informou o departamento.

Segundo a PF, a apuração começou em janeiro de 2021 a partir de informações "obtidas de autoridades estrangeiras" sobre possíveis desvios de condutas de servidores públicos do Brasil. A operação foi nomeada de Akuanduba, uma divindade da mitologia indígena que habita o estado do Pará.

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O Xingu está em perigo de ser cortado ao meio pelo desmatamento. Segundo a Folha de São Paulo, a informação foi constatada pelo monitoramento realizado pelo Sirad X, sistema de detecção de desmate da Rede Xingu +, do ISA (Instituto Socioambiental) 

O monitoramento ocorre há três anos, e teve início pouco antes de Bolsonaro assumir a presidência do Brasil. O governo tem alguns dos maiores índices de desmatamento da história, com alta de 9,5% de área desflorestada em 2020, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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A floresta da bacia do Xingu sofre com o aumento da área desmatada a cada ano. Com o radar Sentinel-1 da ESA (Agência Espacial Europeia), a análise chegou ao número alarmante de 513,5 mil hectares de floresta na bacia do Xingu desmatados de 2018 a 2020. Segundo a Folha de São Paulo, a área corresponde a cinco vezes o município de Belém, no Pará.

O grande desmatamento, possivelmente, atravessará a região do Xingu de lado a lado, cortando-o ao meio. Além da preocupação com a perda de biodiversidade, a questão sociocultural é preocupante, pois a região tem diversas terras indígenas.

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A Terra Indígena Trincheira Bacajá, do povo xikrin, é uma das citadas no relatório da Rede Xingu+. Apenas em 2019, o local perdeu 5.600 hectares de mata. Além disso, diversas lideranças da comunidade indígena foram ameaçadas de morte por invasores. 

De acordo com a Folha de São Paulo, desde que assumiu a presidência, Bolsonaro incentiva a invasão de terras indígenas. O mercado ilegal de lotes nas áreas supostamente protegidas ganhou força a partir da expectativa de regularização das ocupações.

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Além do desmatamento e invasões, o relatório chama a atenção para a degradação da floresta, que consiste na retirada de árvores de valor comercial. Biviany Rojas, coordenadora do programa Xingu, da ONG ISA, explicou à Folha que a degradação enfraquece a floresta e é mais difícil de verificar por satélite.