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Ringo Starr comenta leilão de preciosidades pessoais: "Edição do Álbum Branco terá minha impressão digital"

Beatle colocou objetos históricos à venda com o objetivo de arrecadar recursos para sua entidade beneficente

Steve Appleford Publicado em 07/12/2015, às 10h20 - Atualizado às 21h19

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Ringo Starr fez show acompanhado da All-Starr Band, no Credicard Hall, em São Paulo. - MRossi / T4F / Divulgação
Ringo Starr fez show acompanhado da All-Starr Band, no Credicard Hall, em São Paulo. - MRossi / T4F / Divulgação

Em uma sala em Beverly Hills, Estados Unidos, cheia de pertences pessoais colecionados ao longo de uma vida de fama como um beatle e como artista solo, Ringo Starr posa alegremente para fotos com convidados. Era a noite da festa de abertura para celebrar o leilão com itens da carreira do artista em benefício da Lotus Foundation, a instituição de caridade fundada por ele que arrecada fundos pelo “avanço social” de diversas causas, incluindo a das crianças, de questões familiares, dos sem-teto e do abuso de substâncias.

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Mais de 800 objetos foram vendidos pela casa de leilões Julien’s, de joias e kits de bateria vintage até o terno usado pelo músico no filme A Hard Day's Night e lembranças de décadas de viagens pelo mundo. Enquanto os visitantes tiram fotos, Starr pega um estátua de madeira e a agarra como se planejasse levá-la de volta para casa. “Eles nunca vão perceber”, diz, rindo. Então, se vira segurando uma jaqueta e sussurra, “vou experimentar isso.”

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O astro seria uma das milhares de pessoas monitorando o leilão pela internet e pessoalmente, na Julien’s, com atenção especial para instrumentos usados com os Beatles e em gravações solo, incluindo a guitarra elétrica Rickenbacker de 1964 dada a ele por John Lennon. Um par de anéis que usados pelo baterista em todos os shows dos Beatles de que participou foi colocado à venda. E em uma caixa de vidro da casa de leilões estava outro precioso objeto: a edição original do baterista da versão mono britânica do Álbum Branco, produzida com o número de série A0000001.

Laura Woolley, que gastou três meses avaliando a coleção, esperava que o histórico álbum quebrasse os recordes existentes para o lance de um disco de vinil. “Se chegar a US$ 200 mil (quase R$ 800 mil), deve bater o recorde e eu sinto que vai ser mais alto do que isso.” O valor do arremate acabou sendo muito mais alto do que o esperado: US$ 790 mil.

Se ultimamente Starr mantinha a preciosidade trancada em um cofre de banco, antes disso tratava-se simplesmente de uma cópia que ele guardava em casa e que passou um bom tempo na vitrola. "Quem levar o disco vai ter as minhas impressões digitais nele.”

O leilão é o ultimo capítulo de uma temporada retrospectiva que começou para Starr com Ringo: Peace & Love, exibição de 2013 sobre sua vida, exposta no Museu do Grammy, em Los Angeles. Dali se iniciou um processo da catalogação dos artefatos pessoais do beatle que estavam guardados por décadas. Processo que levou à descoberta de fotografias e negativos de filmes que se materializaram neste ano no livro Photograph.

“É surpreendente que ainda tenhamos algumas coisas, porque elas ficaram guardadas por muito tempo”, ele conta. “Não me importo de me livrar de muitas dessas coisas e elas vão ter um bom uso.”

Starr e a esposa Barbara Bach recorreram a objetos acumulados nas casas deles em Londres, Beverly Hills e Mônaco. Em alguns momentos foi duro decidir o que colocar à venda. “Foi muito difícil. Tínhamos que dizer, ‘Isso vai, isso vai, isso não vai, isso não vai’. Tivemos que tomar várias decisões sobre nossos quadros. Alguns ficaram guardados, não conseguimos nos desfazer deles."

Em cima de uma caixa está uma máscara negra de Mardi Gras (carnaval) conseguida por Starr durante um show de Dr. John em New Orleans. Ele se lembra de ter usado o disfarce enquanto pegava o elevador até o lobby do hotel em que estava hospedado. “A porta abriu e alguém disse: ‘Ei, Ringo! O que você está fazendo aqui?'”, ele riu.