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Ringo Starr: um guia da carreira solo do ex-beatle em 20 músicas

Keith Harris e Chuck Eddy Publicado em 30/04/2015, às 18h51 - Atualizado às 19h41

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Galeria - Ringo Starr 20 músicas - abre - Reprodução
Galeria - Ringo Starr 20 músicas - abre - Reprodução

Desde que os Beatles terminaram, em 1970, os três homens que ficavam na frente do palco não tiveram problemas em construir seus legados – John Lennon compôs as icônicas “Imagine” e “Give Peace a Chance”, George Harrison lançou All Things Must Pass e passou um tempo com o Traveling Wilburies, Paul McCartney faz o show principal no intervalo do Super Bowl e em cerimônias de abertura de Olimpíadas. O baterista Ringo Starr, pobrezinho, não teve o mesmo luxo: depois de uma sequência de singles de sucesso no começo dos anos 1970, ficou fora dos holofotes musicais, reaparecendo como um músico de estúdio consumado (tocou para Bob Dylan, Tom Petty, Ben Harper, entre outros).

O Prêmio por Excelência Musical que Ringo recebeu na cerimônia de indução ao Hall da Fama do Rock deste ano deu ao baterista créditos merecidos e demorados como coadjuvante e artista solo. Nesta última função, lançou 18 álbuns – o mais recente deles, Postcards From Paradise, em março. Acompanhe a carreira do astro da capa com estas 20 músicas.


“Sentimental Journey” (1970)



Após o fim dos Beatles, Ringo se afastou do rock por um breve período e gravou standards como esse, que se tornou a faixa-título do primeiro álbum solo dele. Pode não ser exatamente a melhor combinação para seus modestos dons vocais, mas, mesmo assim, é uma canção encantadora.


"Beaucoups of Blues" (1970)



A música country sempre foi mais adequada ao jeito irônico de Ringo de cantar e, com o estímulo do lendário guitarrista de pedal-steel Pete Drake, ele gravou seu segundo álbum solo, Beaucoups of Blues, em Nashville, uma cidade que nunca havia visitado. A presença de Elvis paira sobre este disco: o primeiro guitarrista dele, Scotty Moore, foi o engenheiro na Music City Recorders, estúdio do qual era parcialmente dono, e os vocalistas de apoio do rei, The Jordanaires, harmonizam inteligentemente atrás de Ringo.


"It Don't Come Easy" (1971)



Parcialmente uma previsão da tranquilidade do rock suave dos anos 1970 (“você não precisa gritar ou saltitar”), “It Don't Come Easy”, de 1971, é, merecidamente, o hit mais aclamado de Ringo. Greil Marcus a incluiu em seu anexo de discografia “Treasure Island” de Stranded, onde a inserção de um single de Ringo o fez empatar com o solo de John Lennon (“God”) e derrotar o de George Harrison (zero – Paul McCartney entrou com Band on the Run). Em I Wanna Be Sedated: Pop Music in the Seventies, Phil Dellio e Scott Woods chamaram “It Don't Come Easy” e “Photograph” de “provavelmente os dois melhores singles pós-Beatles entre todos”. Nada mau para uma homenagem casual de três minutos com vocal de apoio meio gospel cantado por dois membros do Badfinger.


"Early 1970" (1971)



“Não há nada de errado com os Beatles”, Starr supostamente ainda garantia às pessoas em março de 1970. No mês seguinte, a separação foi oficializada e, um ano e meio depois, ele gravou esta despedida esperançosa, mas de cortar o coração, que acabou, pelo menos essencialmente, escondida no lado B de “It Don't Come Easy”. É uma espécie de rap animado na qual ele se autodeprecia quanto a suas habilidades instrumentais (“não toco baixo porque é difícil demais para mim”) ao mesmo tempo em que questiona, verso por verso, qual de seus ex-colegas tocará com ele quando vier à cidade. Paul talvez, John com certeza, George já está aqui – na verdade, é ele quem toca guitarra slide e piano!


"Back Off Boogaloo" (1972)



Em 1972, o glam rock era a última moda na Inglaterra e Ringo ficou tão suscetível ao êxtase do T-Rex quanto qualquer um. Ele dirigiu um documentário, Born to Boogie, comemorando um show da banda no estádio Wembley e a influência de Marc Bolan é evidente nesta faixa divertida. Ringo gostou tanto dela que a regravou quase uma década depois com harmonias de Harry Nilsson e citações aos Beatles inseridas na letra.


"Photograph" (1973)



Enquanto passava o tempo entre o casamento de Mick Jagger e o Festival de Cinema de Cannes em um iate no sul da França (ah, os anos 1970), Ringo começou a colaborar com George Harrison na música que se tornaria seu primeiro sucesso solo a chegar ao topo das paradas nos EUA. Ele deixa que um hino crescente envolva e faça sua voz flutuar, e o cúmplice de estúdio de Phil Spector, Jack Nitzsche, criou o belíssimo arranjo, que o grande saxofonista de estúdio Bobby Keys rompe com um solo tipicamente poderoso.


"I'm the Greatest" (1973)



Lennon, que compôs esta música, percebeu que sua letra arrogante o faria soar como um babaca (de novo). Ringo, no entanto, conseguiria dar contra de seu estilo irônico ressuscitando seu alterego de Sgt. Pepper, Billy Shears. É a única gravação com todos os quatro membros do mítico grupo pós- Beatles The Ladders, que supostamente incluía John, George e Ringo, com o artista Klaus Voorman assumindo o lugar de Paul no baixo.


"You're Sixteen" (1973)



Mesmo além do óbvio diferencial de idade (Starr tinha 33 anos em 1973), por que um ex-teddy boy reviveria a música que o astro do rockabilly Johnny Burnette, famoso por “Train Kept A-Rollin’”, tinha usado para se vender à fama de ídolo adolescente em 1960? Uma pista pode ser que a original de Burnette – quase um minuto mais curta – havia tocado no filme American Graffiti poucos meses antes. A versão de Ringo tem mais piano em estilo ragtime, menos soluços de rockabilly, vocais de apoio tipo doo-wop, aparentemente cortesia de Harry Nilsson, Paul McCartney tocando kazoo (ou imitando um) e parte de uma cantiga marítima antiga “What Shall We Do With A Drunken Sailor?”


"Oh My My" (1974)



Em 1974, Starr havia se tornado um astro solo de sucesso nos EUA tanto quanto seus antigos colegas de banda. “Oh My My”, o quinto de oito hits no Top 10, era uma brincadeira direto ao ponto com Billy Preston no piano e apoio cheio de soul de Merry Clayton e Martha Reeves. Ike & Tina Turner e Bette Midler fizeram covers dela depois.


"Only You (and You Alone)" (1974)



Lennon sugeriu que Ringo fizesse uma cover desta pérola dos anos dourados, mais conhecida na versão monumentalmente elegante de 1956 gravada pelo The Platters — e o interlúdio falado é tão maravilhosamente bobo que você queria que ele tivesse gravado um álbum com músicas de Barry White. Lennon, que estava no estúdio gravando várias músicas antigas na época, toca violão e cantou um vocal de guia; a versão sem Ringo disponível em seu box de 1998 Anthology tem estilo impressionantemente parecido com a versão de “Stand by Me” que apareceu mais tarde em Rock 'n' Roll.


"Snookeroo" (1974)



Composta por Elton John e Bernie Taupin em homenagem à juventude difícil de Ringo em Merseyside, “Snookeroo” tem um piano rolante como as músicas “Social Disease” e “Saturday Night's Alright for Fighting”, que a dupla havia incluído em Goodbye Yellow Brick Road, em 1973. Ringo conta entusiasmadamente sobre crescer em uma cidade operária no norte da Inglaterra, quebrando regras e jogando sinuca, desejando uma garota da fábrica e vendo a mãe sucumbir à bebida enquanto sua casinha é demolida.


"No No Song" (1974)



Oferecem a Ringo maconha da Colômbia, cocaína de Maiorca (dá até para ouvir o nariz dele fungando nesta hora) e bebida clandestina do Tennessee, mas recusa tudo porque está limpo e não gosta de dormir no chão. Hoyt Axton, o músico folk que também compôs “Joy to the World” sobre sapos (ou seja, não é a famosa música de Natal) e “Greenback Dollar” (que introduziu a palavra “damn” à música pop), foi o autor; sua versão mais mariachi só saiu um pouco depois da de Ringo, mas pelo menos incluía Cheech & Chong.


"(It's All Down to) Goodnight Vienna" (1975)



Este rock empolgante em estilo Nova Orleans, composto por Lennon, tirou seu título de uma gíria britânica para “acabou”. Depois deste pequeno sucesso, ficou praticamente tudo acabado para a carreira de Ringo como fabricante de sucessos. Nem seu carisma conseguiu avivar o rock elegante de estúdio dos dois últimos álbuns de estúdio que ele lançaria nos anos 1970.


“Wrack My Brain” (1981)



Essa faixa divertida e acelerada foi dada a Ringo pelo amigo George Harrison, pouco tempo após a morte de John Lennon. Tendo chegado ao número 38 da parada norte-americana, foi o último single lançado em carreira solo pelo baterista a entrar nas listas de mais vendidos.


"Act Naturally" (Buck Owens com Ringo Starr) (1989)



Ringo era fã de longa data de Owens, pioneiro do som simplificado Bakersfield do country, que chegou ao número 1 com “Act Naturally” em 1963. Obviamente, Ringo gravou a faixa pela primeira vez para Help! em 1965, uma piada sobre sua carreira de ator iniciante. Décadas depois, em 1989, o momento era certo para gravarem juntos: a carreira de Owens tinha sido ressuscitada por um dueto com seu jovem discípulo Dwight Yoakam e Ringo havia começado a fazer turnê com sua All-Starr Band. O videoclipe, com os dois veteranos fazendo o papel de pistoleiros estabanados, é ainda mais divertido do que a música.


“Weight Of The World” (1992)



O principal single do disco Time Takes Time (1992) foi o melhor trabalho de Ringo desde a década de 1970. O produtor Don Was fez um arranjo reluzente de violões de 12 cordas para dar à canção um clima à la Traveling Wilburys, supergrupo integrado por George Harrison.


"Come On Christmas, Christmas Come On" (1999)



O álbum de Natal de Ringo de 1999, I Wanna Be Santa Claus, incluiu os clássicos de sempre como “Rudolph the Red-Nosed Reindeer” e “Winter Wonderland”, além de “Christmas Time (Is Here Again)”, uma música que os Beatles gravaram para sua primeira mensagem de Natal, em 1967. Mas, para o single promocional, ele voltou a suas raízes glam com este cântico de futebol, com vocais de apoio de Jeff Lynne.


"The Official BBC Children in Need Medley" (como o trem Thomas) (2009)



Muitas crianças nos dias de hoje provavelmente conheceram Ringo não como um Beatle, mas como a voz do narrador original de Thomas e Seus Amigos ou como o senhor Condutor em Shining Time Station. Aqui, com diversos dubladores talentosos, ele participa de programas britânicos para crianças em um medley estranho que começa com “Can You Feel It”, do Jacksons e termina em “One Day Like This”, do Elbow, com paradas em “Jai Ho!” e “Hey Jude”.


“Walk With You”, com Paul McCartney (2009)



O plano inicial de Starr era escrever uma música sobre Deus, mas o parceiro compositor Van Dyke Parks levou a faixa para uma direção mais secular. O novo tema passou a ser amizade – cenário ideal para uma colaboração entre os dois últimos sobreviventes dos Beatles.


“I Wish I Was A Powerpuff Girl” (2014)



Ringo era exatamente o que o trio da animação As Meninas Superpoderosas precisava quando voltou à TV para um especial. Em uma canção tão adorável quanto o desenho, ele canta: “Eu iria salvar o mundo e depois abraçar um ou dois cachorrinhos”.