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Roger Waters: 10 clássicos da carreira solo e do Pink Floyd

Redação Publicado em 06/09/2013, às 14h48 - Atualizado às 15h10

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Galeria – Clássicos de Roger Waters - Capa - Britta Pedersen/AP
Galeria – Clássicos de Roger Waters - Capa - Britta Pedersen/AP

Radio K.A.O.S., segundo disco solo de Roger Waters, lançado em 1987, é assombrado pelo medo da guerra que ainda parecia estar prestes a explodir (apesar da crescente fraqueza do regime na União Soviética). O disco é todo trabalhado diante dessa apreensão, na visão de um personagem chamado Bill. A ameaça, no álbum, é uma máquina e não os comunistas. De qualquer forma, a canção escolhida é “The Tide Is Turning (After Live Aid)”, que fecha o disco, justamente por mostrar o ânimo voltando à humanidade, e que se difere do resto sombrio.
Dark Side of The Moon não é sempre considerado um dos grandes discos de rock por acaso. “Money” é uma faixa mais blueseira. Com guitarras e baixos acentuados, é uma das músicas mais populares da banda. Foi com ela que o Floyd conseguiu entrar a primeira vez na parada de Top 40, ao atingir na 13ª posição.
The Pros and Cons of Hitch Hiking é um ousado trabalho literário de Waters. O disco inteiro reconta os devaneios e desejos de um homem casado durante uma viagem de carro pela Europa. O álbum se passa entre 4h30 e 5h12 da madrugada. Em “4:41 AM (Sexual Revolution)” , o personagem está entorpecido pelo desejo de trair a esposa com a mulher que lhe pediu carona na estrada. A música é uma das roqueiras do disco – graças às poderosas guitarras gravadas por ninguém menos do que Eric Clapton.
Não existiria uma lista de grandes momentos de Roger Waters sem “Another Brick in the Wall, Pt. 2”, sacada do esplêndido The Wall. O disco mostra Waters extrapolando a paranoia que tinha diante do público e construindo um muro entre ele e os fãs. Além de ter um dos riffs mais viciantes do rock e o refrão em levada militar, Waters ainda destilou seus versos contra uma espécie de controle mental que o governo britânico exercia nas crianças da época. A faixa chegou ao topo das paradas norte-americanas e britânicas.
Terceiro disco solo de Roger Waters, Amused to Death (1992), costuma ser o preferido dos fãs do músico. A temática questiona novamente o moralismo e a sociedade consumista pós-Guerra Fria. “What God Wants, Part 1” é a primeira de três partes, bastante influenciada por uma linha de baixo que nos leva aos tempos de Pink Floyd. Aqui, contudo, a guitarra é de Jeff Beck. Nesta faixa, particularmente, Waters colocou na mesa a discussão sobre o poder que a religião ainda exercia sobre a humanidade.
Algumas canções simplesmente não podem faltar, mesmo que sejam parcerias com David Gilmour durante os tempos de Pink Floyd. Assim como foi com “Money” e “Another Brick in the Wall, Pt. 2” até aqui, o mesmo é com “Wish You Were Here”, uma criação da dupla que, curiosamente, teve letra e melodia criadas ao mesmo tempo. Assim como todo o disco que leva este nome, a canção ainda traz memórias de Syd Barrett, que deixou o grupo em 1968.
Faixa-título e primeiro single do disco, “5:01 AM (The Pros and Cons of Hitch Hiking, Part 10)” mostra os vocais mais viscerais de Waters durante toda a estreia solo – e um baile de Clapton na guitarra. A letra, como o nome diz, explora os riscos e vantagens de se pegar carona pelo interior do país: a excitação do desconhecido contra a monotonia cotidiana.
Até este momento, já é possível perceber o como Waters domina a arte de criar atmosferas com as músicas. “Hey You” abre o segundo disco de The Wall e, com ecos e reverbs, a voz se perde em solidão. Aqui, o personagem que conduz a história Pink encara o vazio após se afastar da sociedade com a construção daquele muro. Ele muda de ideia, mas talvez não haja mais saída.
A saga do personagem criado por Waters em The Pros and Cons of Hitch Hiking, chega a um momento de revelação em “5:06 AM (Every Stranger's Eyes)”, penúltima canção do trabalho. A predominância de sintetizadores, piano e um solo constante de guitarra, mostram a manhã amanhecendo ensolarada após uma noite tumultuada. A facilidade como Waters recria o clima é que torna este um dos grandes momentos da carreira dele.
Curiosamente, “Comfortably Numb” foi lançada como lado B de “Hey You”, já citada aqui. Aos poucos, contudo, a canção ultrapassou a outra em popularidade e se tornou, por exemplo, um dos melhores momentos do show de The Wall, com o qual Waters circula pelo mundo. Aliás, em Londres, o próprio Gilmour apareceu e dividiu os vocais com o ex-companheiro de banda. Esse reencontro histórico é o que você pode ver aqui.