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“São os melhores lugares onde já tocamos”, elogia Jamie Smith depois de turnê do The xx pela América do Sul

Produtor revela que volta diferente para Londres depois de longa e frutífera viagem

Lucas Reginato Publicado em 28/10/2013, às 13h23 - Atualizado às 16h53

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The XX - Jamie Smith - Taiz Dering / Divulgação
The XX - Jamie Smith - Taiz Dering / Divulgação

O The xx esperou que tivesse lançado dois discos de sucesso para marcar uma primeira passagem pela América do Sul. Neste mês, a banda se apresentou para plateias entusiasmadas em diversas capitais do continente, inclusive no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde o trio cumpriu o último compromisso da atual turnê. A recepção calorosa dos latino-americanos parece ter surpreendido os músicos que não escondem as personalidades reservadas tipicamente britânicas.

Pela primeira vez no Brasil, The xx experimenta idolatria em São Paulo.

“São os melhores lugares onde já tocamos”, garante Jamie Smith, em voz baixa, antes de se apresentar aos paulistanos. “A plateia é muito apaixonada. Barulhenta nos momentos certos e silenciosa nos momentos certos”, descreve ele que teve a mesma resposta no Popload Festival, no HSBC Brasil.

É nítido, por outro lado, o estilo pouco expansivo que os três músicos têm em comum. No palco, economizam discursos desnecessários e se entregam nas notas precisas que distribuem durante a apresentação. O vocalista e baixista Oliver Sim, contudo, compartilhou com a plateia em São Paulo o fato de ter sido lá o último show da banda antes do aguardado retorno à Inglaterra depois de um ano e meio de turnê.

Veja as imagens do Popload Festival, com The xx e Yuck.

“Definitivamente estamos voltando diferentes para Londres”, diz Jamie, que se descreve “menos preso na ideia de um lar”. “Hoje sinto menos a falta de casa, embora ainda sinta saudades. Eu vou sempre ser britânico, mas já pensei em mudar para algumas das cidades por onde passamos”, revela.

A estrada, para ele, é inclusive fonte de inspiração. “Eu consigo fazer música enquanto estamos em turnê. Os outros acham mais difícil, eles até escrevem, a gente manda coisas um para o outro, mas para mim é fácil porque basta meu laptop”, diz. “Às vezes as viagens me influenciam de maneira errada, eu tenho que prestar mais atenção naquilo que estou fazendo. Mas passamos por lugares muito inspiradores e o que gosto de fazer é estar em um quarto para trabalhar, e sair para dar uma volta, e então trabalhar de novo. É muito bom fazer isso, acho que não são muitos os produtores que conseguem algo assim.”

Com o sucesso alcançado em xx, disco de estreia, lançado em 2009, o produtor ainda se tornou requisitado para trabalhar com outros artistas, experiência que ele vê de forma muito positiva. “É muito interessante trabalhar com gente que você não conhece tão bem – como quando eu conheci Drake pela primeira vez”, lembra ele, que foi um dos responsáveis pelo hit “Take Care”, de 2011. “É muito diferente do que trabalhar com a banda, porque somos melhores amigos e nos conhecemos desde crianças. Então ir para o estúdio com alguém que não conheço pode ser bem divertido e posso fazer coisas mais arriscadas, porque acho que não fico tão preocupado com o que vão pensar.”

Em relação ao trabalho com o The xx, que no ano passado manteve-se fiel à sonoridade do primeiro álbum com Coexist, Jamie pondera sobre possibilidades de experimentar coisas diferentes. Faz parte de um processo natural, segundo ele: “Tem algo especial em relação à música eletrônica é que é uma coisa progressiva, você tem que acompanhar o tempo, porque está constantemente se renovando e novas coisas estão acontecendo. Não acho que você pode ficar em uma mesma coisa, em um mesmo som. Este é o desafio, espero que consigamos continuar a fazer isto”.