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"Se a gente ficar em casa, morre também", diz Champignon sobre a volta à música

Integrantes do Charlie Brown Jr. contratam a baixista Lena Papini e forma a banda A Banca

Stella Rodrigues Publicado em 11/04/2013, às 23h28 - Atualizado em 12/04/2013, às 10h39

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A Banca - divulgação
A Banca - divulgação

“Foi horrível”, definiu Champignon sobre a experiência de se apresentar pela primeira vez depois da morte de Chorão, líder do Charlie Brown Jr. Os integrantes remanescentes da banda estiveram na tarde desta quinta, 11, na TV Globo, em São Paulo, para participar da gravação de uma edição do programa Altas Horas parcialmente dedicada ao músico, encontrado morto no dia 6 de março, aos 42 anos, em consequência de uma overdose de cocaína e problemas no coração.

Exclusivo: veja fotos de Chorão ainda criança, com a família e amigos.

Champignon e companhia foram ao Altas Horas para apresentar A Banca, nova banda formada por eles para continuar a carreira na música. Foi a primeira apresentação deles ao lado de Lena Papini, santista de 26 anos, que assume o papel de baixista para deixar Champignon à vontade para se dedicar ao papel de vocalista. "Estou me sentido ainda como fã. Não é normal estar tocando com eles, admiro muito esses caras", disse Lena.

No Altas Horas, banda dos integrantes do Charlie Brown Jr. revela nova baixista e Champignon como vocal.

Depois de gravar o programa, a banda se reuniu, ainda muito emocionada, para conversar com os jornalistas. Sobre "ter sido horrível", o agora frontman Champignon explicou, depois, que o resultado foi satisfatório, embora ainda esteja trabalhando seu jeito de lidar com as letras (“faz tempo que não canto”). Mas que a situação é estranha e triste.

"Rolou toda essa doideira, o cara morreu, ficamos abalados, tristes pra caramba. Mas a gente queria tocar, que é a única coisa que sabemos fazer”, disse ele ainda. “Se a gente ficar em casa chorando a gente morre também”, completou, explicando que há 20 famílias dependendo disso.

Conforme já tinha sido contado em entrevista para a edição de abril de 2013 da Rolling Stone Brasil (leia aqui), a solução foi encerrar o capítulo de tudo que foi feito com o Charlie Brown, uma trajetória absolutamente vinculada ao nome de Chorão, e continuar na música, que afinal de contas continua sendo a profissão deles, com outro grupo – ou pelo menos outro nome.

Ainda há muitas coisas no ar, mas eles estão colocando ordem na casa. O disco do Charlie Brown que estava quase pronto deve sair nos próximos dois meses, segundo a banda. Paralelamente, querem trabalhar em um disco d’ A Banca, com intenção de lançar entre o fim do ano e o começo do ano que vem. A chegada do disco de inéditas do grupo A Banca, Champignon alertou, não significa o fim do repertório do Charlie Brown nos shows, já que diversas das músicas são da autoria de Chorão em parceria com os outros membros.

Enquanto isso, A Banca relembra e homenageia Chorão com uma turnê especial, que começa no próximo dia 4, em Lorena, interior de São Paulo, mas já tem mais três datas marcadas (25 de maio, no Rio de Janeiro, no evento Estação Rio, em Ribeirão Preto, dia 8 de junho, no festival João Rock, e em 15 de junho em Curitiba). Novas datas deverão ser divulgadas em breve.

Gravação

"Muito obrigado por estarem aqui. Isso aqui é muito estranho, faz muito pouco tempo que aconteceu, mas vamos enfrentar essa loucura com muita positividade. Vamos com a gente aí galera, que está foda este momento". Foi assim que Champignon fez o primeiro contato com a plateia.

O apresentador Serginho Groisman recebeu diversos convidados para fazer parceria com A Banca, todos eles colaboradores do Charlie Brown Jr. em algum momento da carreira de 20 anos do grupo de Santos. Dinho Ouro Preto cantou “Tudo que Ela Gosta de Escutar” e contou que conheceu o grupo quando ele estava no auge e seu Capital Inicial estava em baixa. "Lembro de vê-los juntos quando eu estava querendo voltar com o Capital. Era um momento em que era o inverso, nós estávamos na lama e fomos na gravadora que eles estavam para falar com o Rick Bonadio... Nem sei se eles lembram, mas, com o tempo, nos tornamos amigos.” Negra Li, Marcelo D2, que cantou “Samba Makossa”, e Zeca Baleiro estiveram entre os convidados, sendo que este cantou sua famosa versão para “Proibida Pra Mim (Grazon)” e relembrou quando a interpretou no casamento de Chorão. O skatista Bob Burnquist participou diretamente de Los Angeles e contou um pouco de sua relação com o homenageado. “O que ele fez pelo skate foi incrível", disse.

Alexandre, único filho do músico santista, também foi um dos convidados do programa. Ele levou uma edição das cenas que gravou nos últimos cinco shows do Charlie Brown Jr., imagens que estarão em um próximo clipe da banda.