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Shakira faz show para 53 mil pessoas em São Paulo

Com simpatia e rebolado de sobra, cantora foi a principal atração do Pop Music Festival neste sábado, 19, no estádio do Morumbi

Por Patrícia Colombo Publicado em 20/03/2011, às 11h30

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Shakira se apresentou para 53 mil pessoas neste sábado, 19, no estádio do Morumbi - Marcos Hermes/Divulgação
Shakira se apresentou para 53 mil pessoas neste sábado, 19, no estádio do Morumbi - Marcos Hermes/Divulgação

No mundo pop, pode-se dizer que poucas são as cantoras que conseguem se valer do corpo sem cair na vulgaridade, sem fazer com que a imagem se torne algo apelativo. Shakira é uma delas, como puderam confirmar as 53 mil pessoas que estiveram presentes no estádio do Morumbi, neste sábado, 19, durante o show da artista no Pop Music Festival - que teve a participação especial (bem desagradável, aliás) de uma fina garoa, presente em boa parte da apresentação.

Às 20h50 (após mudanças nos horários, a apresentação dela deveria ter início às 20h) a cantora apareceu, acompanhada de alguns seguranças carregando guarda-chuvas, no espaço entre a grade e o palco. No telão, a imagem dela cantando "Pienso En Ti" (do disco Pies Descalzos, de 1996) enquanto caminhava vagarosamente para subir no palco, trajando um bufante vestido rosa, com uma das partes cobrindo sua cabeça. Já acompanhada da banda, arrancou a vestimenta exagerada e seguiu com "Why Wait", num clima mais batidão com levada rock. "Te Dejo Madrid" foi a faixa seguinte, com Shakira comandando a gaita e interagindo bastante com sua banda, que conta com o guitarrista brasileiro Grecco Buratto. Ao final, agradeceu a presença do público em português. "Meu único desejo é que vocês se divertem [sic]. Estou aqui para satisfazê-los", disse. "Si Te Vaz" e "Whenever, Wherever" deram sequência, esta última também mais pesada que na versão de estúdio (na tracklist de Laundry Service, de 2001), porém não menos agitada - emendada nela, Shakira cantou o refrão de "Unbelievable", hit noventista do EMF.

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Além dos sucessos musicais, a colombiana de Barranquilla é conhecida pelo rebolado e pelo poder centralizado no abdômen e nos quadris. A estética do corpo, então, nem se fala - assistir a um show dela faz qualquer garota pensar em se registrar na academia mais próxima já no dia seguinte. A imagem hipnotiza homens e mulheres, e, como dito acima, sem um pingo de vulgaridade. A dança é bonita e Shakira mais ainda. Consciente deste seu ponto positivo, a cantora convoca quatro fãs para subirem ao palco e, na brincadeira, pede para que elas a acompanhem nos movimentos corporais. "É muito simples, vocês só têm que fazer o que eu faço", explicou. O que é tranquilo para a estrela, claro, é tarefa árdua às meninas no momento "rebolation" ainda ao som de "Whenever, Wherever". Com o fim da música, a cantora pega seu violão para "Inevitable", deixando a dança de lado. O clima da noite até ali era bom, mas se talvez a cantora tivesse optado por executar algum outro grande hit de sua carreira, o público não teria permanecido na postura quase que morna em que se encontrava.

Dando continuidade, uma bailarina subiu ao palco vestida de branco e com rosas amarelas nas mãos para uma dança durante a introdução de "Nothing Else Matters", do Metallica. Shakira, então, surge e, no lugar da calça preta agarrada no corpo e da blusa dourada, aparece trajando uma saia longa e rodada e uma blusa em modelo semelhante, porém prateada. Carrega as rosas dadas pela dançarina e as joga para o público. Sentados, com violões e alfaia, os músicos tocam a faixa, num clima acústico mais suave que o apresentado até então. Emendou "La Despedida" e, depois, "Gypsy", com direito a belos passos de dança cigana. Ao fim, a plateia começou a gritar por "Estoy Aqui", o primeiro hit dela no país, lançado em 1996. Simpática, até sorriu, mas o pedido não foi atendido. Vale dizer, aliás, que os fãs de Pies Descalzos ficaram chupando o dedo, já que, tirando a lenta "Pienso en Ti", nenhuma faixa do álbum integrou o setlist do show - uma falha já que foi a partir deste trabalho que a cantora se popularizou no Brasil, pelo menos no que se refere à geração de adorares do pop dos anos 90. Mas isso não chegou a ser um problema, já que sucessos mais atuais dela acabaram por segurar a apresentação até o fim.

Acompanhada de um dos integrantes de sua banda, que cantou em cima das bases o trecho comandado originalmente por Alejandro Sanz, tocou "La Tortura" - dali em diante a noite se tornou mais pop, com menor influência do peso das guitarras. "Ciega Sordomuda", de ¿Dónde Están los Ladrones? (1998), foi a próxima, seguida de "Sale El Sol" (pertencente ao álbum homônimo lançado ano passado) e "Las de La Intuicion". Em "Loca", claro, o público vibrou, dançando ao som da batida latina e contagiante que mistura merengue e elementos de música eletrônica. Shakira, então, surgiu acompanhada de duas dançarinas, requebrando literalmente até o chão. "She Wolf" e "Ojos Asi" finalizaram - esta última com problemas no som, fato que uma boa parte da plateia muito provavelmente não deve ter percebido, já que rapidamente a cantora, na parte instrumental, segurou o momento com sua dança do ventre. Nesta segunda metade da apresentação, recheada de hits e de muita dança, foi possível perceber que, em certos momentos, Shakira recorreu ao uso de playback.

No bis, a dupla agita-show "Hips Don't Lie" e "Waka Waka" (falhas no microfone prejudicaram o início da canção), hino da Copa do Mundo de 2010, foram infalíveis no encerramento pop e animadíssimo - mesmo com a presença da inconveniente garoa.

Show em Brasília

Boas novas aos fãs de Shakira em Brasília. Segundo informações da equipe do evento, divulgadas na sala de imprensa neste sábado, 19, após cancelamento devido a forte chuva do show na última quinta, 17, (leia aqui) uma nova apresentação da cantora foi confirmada para a próxima quinta, 24. Mais detalhes, como informações sobre devolução do dinheiro e atrações, serão divulgados na segunda, 21, pela organização do Pop Music Festival, mas já se sabe que Ziggy Marley e Fatboy Slim não integrarão o line-up do evento.