Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Social Distortion chega ao Brasil

"Hoje em dia os produtores fazem todas as bandas parecerem alternativas", diz Mike Ness, vocalista da banda; lendas do punkbilly começam turnê brasileira nesta quinta, 15, em Porto Alegre

Por Cassiano Barbosa Publicado em 15/04/2010, às 17h03

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail

"Finalmente" deve ser a palavra mais ouvida no underground do rock brasileiro quando o assunto é a chegada do Social Distortion. Um dos últimos ícones ativos do punk rock norte-americano, a banda chega ao país pela primeira vez para uma turnê. O show inicial da maratona acontece nesta quinta, 15, em Porto Alegre (Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba também estão no roteiro).

O punk rock fortemente melódico, recheado de influências de rockabilly, country e folk, e as letras baseadas na experiência de vida turbulenta de Mike Ness, cantadas com seu inconfundível vocal rasgado, impõem a marca registrada da banda. Veteranos - o grupo foi fundado em 1978 - , os integrantes ganharam o respeito de fãs ao redor do mundo inteiro, além de terem influenciado Green Day e Pearl Jam, para citar apenas alguns.

Mesmo sendo admirado por grupos como esses, o Social Distortion não chegou a ganhar o mainstream, apesar de ter tido algum destaque no início dos anos 90. Mas isso não parece ser problema para Ness. "Eu me considero bem-sucedido. Estou fazendo a música que eu amo, tenho uma vida muito boa e sustento minha família, portanto não fico pensando no sucesso de outras bandas." Entre essas outras bandas, Ness também menciona as conterrâneas e contemporâneas Red Hot Chili Peppers e Jane's Addiction, que cunharam então o termo "alternativo" na Califórnia. "No meio dos anos 80, havia só bandas como Mötley Crüe e Poison no mainstream. Nós vínhamos com uma proposta de fazer algo diferente."

O poder dessa sonoridade foi além - e hoje artistas que nada têm da atitude punk, a exemplo dos bons moços do Jonas Brothers, usam elementos sonoros dessa vertente do rock. Sobre isso, Ness é irônico: "Acho [essas bandas] bonitinhas", ele ri. "Hoje em dia os produtores fazem todas as bandas parecerem alternativas ou 'punky', além de cuidarem do visual para estarem cool e na moda. Para mim, punk sempre foi algo mais interno do que externo: fazer o que você gosta e não se importar o que os outros pensam. Mas eu não posso reclamar muito, já que quanto mais popular esse tipo de som fica, mais pessoas terão acesso à nossa música e ouvirão o que a gente tem para dizer."

Com disco novo em andamento, produzido por Ness, o Social Distortion deve mostrar algumas inéditas nos shows pelo Brasil. "Provavelmente uma ou duas, mas aqui não é Los Angeles. Como nunca tocamos aqui, é importante fazer uma coleção de músicas de nossa carreira." Dono de um leal séquito de fãs por aqui, o vocalista garante que ele e seus companheiros estão não menos do que empolgados com a primeira visita ao país. "Espero um público bem enérgico, sempre ouvimos falar de como gostam de nosso som e estamos ansiosos para presenciar isso e dar o nosso melhor."