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Suspeito pelo assassinato de Glauco e filho é preso

Carlos Eduardo Nunes foi pego em Foz do Iguaçú (PR), durante a madrugada desta segunda, 15; suspeito confessou o crime

Da redação Publicado em 15/03/2010, às 11h11

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Carlos Eduardo Nunes foi preso na madrugada desta segunda-feira, 15 - Reprodução/Orkut
Carlos Eduardo Nunes foi preso na madrugada desta segunda-feira, 15 - Reprodução/Orkut

O estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, acusado de matar o cartunista Glauco Villas Boas, 53, e seu filho Raoni, 25, está preso em uma cela individual na Delegaria da Polícia Federal de Foz do Iguaçu (PR).

Cadu, como é conhecido, foi preso por volta da 0h desta segunda-feira, 15, ao tentar atravessar a Ponte da Amizade, em direção ao Paraguai, com um carro roubado. O garoto foi preso pelo assassinato de Glauco e Raoni e pelo roubo do carro usado durante a fuga.

De acordo com a PF, o suspeito, que estava foragido há três dias, foi parado por uma fiscalização de rotina, mas teria reagido com tiros contra os agentes e ferido, sem gravidade, um deles no braço. Então, a polícia conseguiu pegá-lo na ponte e levá-lo à delegacia. Lá, ele confessou o crime.

O delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, responsável pela investigação do caso em Osasco, disse que está em negociação com a PF para a transferência de Nunes para São Paulo. No entanto, ainda não há previsão de mudança.

O motorista

Felipe Iasi, 23 anos, foi liberado pela polícia neste domingo, 14, depois de cinco horas de depoimento na Delegacia Seccional de Osasco. O garoto, que dirigiu o carro usado para a fuga no dia do crime, se apresentou na condição de vítima e testemunha do caso. Segundo a polícia, Felipe foi liberado por ter bons antecedentes e residência fixa. No entanto, o delegado Veras Júnior disse que o depoimento dele não convenceu.

Iasi levou Cadu até a casa de Glauco na madrugada de sexta-feira, 12, em um Gol cinza, que foi encontrado na noite de sábado, 13. Segundo seu depoimento, ele foi sequestrado por Cadu e ameaçado com uma arma para ir até o local. Cadu teria dito que "precisava esclarecer que era Jesus Cristo". De acordo com o advogado do motorista, ele não chegou a ouvir disparos, nem ver o crime, pois deixou o local antes.

Veras Junior disse que, se Iasi era mesmo refém, deveria ter ligado para a polícia. Até o momento, o delegado disse não poder contradizer o garoto porque nenhuma testeminha havia afirmado o contrário.

No entanto, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, na noite deste domingo, 14, a mulher de Glauco, Beatriz Galvão, contradisse a versão do garoto. Segundo ela, o jovem ficou sentado no sofá enquanto Cadu torturava o cartunista com xingamentos e coronhadas. Beatriz também alegou que chegou a pedir ajuda a Iasi, que aparentava estar drogado, mas que ele teria feito sinal negativo com a cabeça.

"Foram cinco tiros em Raoni e quatro no rosto de Glauco", disse a viúva, afirmando que Cadu executou pai e filho com frieza.

Entenda o caso

O cartunista Glauco e seu filho Raoni foram mortos a tiros na madrugada de sexta-feira, 12, em sua residência em Osasco, São Paulo.

Ainda não se sabe o que realmente aconteceu no momento do crime. Pelo menos dois garotos invadiram a casa da família e, depois da execução, fugiram em um carro.

Um dos bandidos foi identificado a partir de depoimento de uma testemunha. Carlos Eduardo Sundfeld era um conhecido da família e costumava frequentar a igreja Céu de Maria, fundada por Glauco há cerca de 15 anos.

Ao que tudo indica, Cadu teria chegado lá dizendo ser Jesus Cristo. Uma das versões aponta que ele tentou se suicidar e, interceptado por Glauco, atirou.

O enterro de Glauco e Raoni aconteceu na manhã de sábado, 13, no cemitério Gethsêmani Anhanguera, zona norte de São Paulo. O caixão do cartunista foi coberto com um bandeira do time de futebol Corinthians e, posteriormente, com outra do Santo Daime, que contém uma cruz e uma estrela de seis pontas. O caixão de Raoni levava uma bandeira do São Paulo Futebol Clube.

O velório, que começou 18 horas antes, na tarde de sexta-feira, 12, aconteceu na igreja Céu de Maria, que fica ao lado da residência onde tudo aconteceu.