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Tidal é acusado de manipular números de Beyoncé e Kanye West; plataforma nega

Investigação de jornal norueguês acusa o serviço de streaming de Jay-Z de falsificar os dados para gerar maiores pagamentos de royalties

Rolling Stone EUA Publicado em 09/05/2018, às 14h36 - Atualizado às 14h54

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Beyoncé e Jay Z abriram o Grammy 2014 em Los Angeles com "Drunk in Love". - Matt Sayles / AP
Beyoncé e Jay Z abriram o Grammy 2014 em Los Angeles com "Drunk in Love". - Matt Sayles / AP

Tidal, o serviço de streaming de música de Jay-Z, tem sido acusado de manipulação de dados para elevar os pagamentos relacionados aos álbuns mais recentes de Beyoncé e Kanye West, respectivamente Lemonade e The Life of Pablo, ambos lançados em 2016.

Em uma extensa reportagem, o jornal norueguês Dagens Næringsliv afirma que investigou os dados internos do Tidal a partir da obtenção de um HD que contém “bilhões de linhas e colunas” com títulos de músicas, IDs de usuários e códigos de países, e descobriu que – conforme traduzido pelo Music Business Worldwide – “o número de ouvintes de Beyoncé e Kanye West no Tidal tem sido modificado a nível de diversas centenas de milhões de reproduções falsas”, uma prática que tem “gerado altos pagamentos de royalties às custas de outros artistas.”

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A investigação do veículo começou em 2016, quando o Tidal clamou que The Life of Pablo, disco de Kanye West, teve 250 milhões de streams nos primeiros dez dias de lançamento, e que o álbum de Beyoncé, Lemonade, angariou 306 milhões de streams nos primeiros 15 dias. À época, o Tidal informou que tinha 3 milhões de usuários, o que significa que cada usuário da plataforma teria ouvido os discos cerca de uma dúzia de vezes por dia.

Dagens Næringsliv levou o que encontrou à Norwegian University of Science and Technology, que convocou especialistas em segurança de dados e cybercrimes para produzir um documento de 78 páginas concluindo que o Tidal parece ter intencionalmente manipulado os dados para os dois álbuns, tendo como evidência a “grande presença de discos duplicados semelhantes” em uma grande porcentagem da base de usuários.

O Tidal confronta as acusações. “Isso é uma campanha de difamação de uma publicação que uma vez se referiu ao nosso corpo de funcionários como ‘um escritório de inteligência israelense’ e ao nosso dono como um ‘traficante de crack’”, um representante do Tidal diz à Rolling Stone EUA, falando de uma reportagem de janeiro de 2017 na qual o Dagens Næringsliv descreve Jay-Z e o executivo da Roc Nation, Lior Tibon, com os adjetivos citados. “Não esperamos nada deles além desta história ridícula, mentiras e falsidade. A informação foi roubada e manipulada e nós vamos batalhar vigorosamente contra essas acusações.”

Na tal reportagem de janeiro de 2017, o Dagens Næringsliv também questionou a afirmação do Tidal de ter alcançado 3 milhões de inscritos. Na mesma época, o analista do Midia Research, Mark Mulligan, também disse que a conta de usuários do Tidal, baseada em sua receita, não poderia ser maior do que 1 milhão. A companhia de streaming de música, que atualmente opera em 52 países, não publicou um número atualizado de usuários desde o ano passado.