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TIFF 2013: Scarlett Johansson é alienígena devoradora de homens no desafiador Under the Skin

Filme vai contra expectativas e apresenta um interessante conto de ficção-científica

Paulo Gadioli, de Toronto Publicado em 15/09/2013, às 14h20 - Atualizado às 16h16

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Under the Skin - Scarlett Johansson - Divulgação
Under the Skin - Scarlett Johansson - Divulgação

Scarlett Johansson tem participado de uma grande variedade de projetos nos últimos anos. Nenhum deles, porém, tão peculiar quanto Under The Skin, novo longa de Jonathan Glazer. Nele, a atriz vive uma alienígena devoradora de homens. Essa breve descrição pode parecer o suficiente para imaginar o rumo do filme, mas não passa nem perto de resumir este bizarro conto criado por Glazer.

Não se trata de uma trama de três atos, com começo, meio e fim bem definidos, mas sim de uma repetição de fatores. A mesma rotina de Laura, personagem de Scarlett, saindo para caçar em sua van nas noites frias da Escócia é apresentada diversas vezes. O que muda são os pequenos detalhes, tanto na hora da procura quanto na hora de ela se alimentar.

Utilizando-se da beleza física da pele humana que escolheu vestir, a alienígena busca por homens para levar de volta ao seu apartamento. Chegando lá, o filme entra numa atmosfera completamente diferente, com o quarto ganhando dimensões enormes, tornando-se um grande buraco negro em que a vítima segue, até a morte, o que ele acredita ser uma bela mulher.

Pontuada por uma trilha sonora hipnótica, a sensação de estranheza predomina. A nudez de Scarlett Johansson, por exemplo, não é usada de forma sensual. Ela é geralmente mostrada após uma sequência de imagens fortes e desconfortáveis, como a de um homem se afogando em um mar negro enquanto segue Johansson pelo quarto escuro.

O bem-sucedido passado de Glazer na propaganda ajuda a entender muitas das marcantes e fixantes imagens do longa. Uma delas, por exemplo, apresenta uma das vítimas tendo a parte interna de seu corpo sugada em um segundo, restando apenas uma grande quantidade de pele flutuando no vazio.

Seguindo o formato de encontro após encontro, o diretor faz, assim, com que sua personagem aos poucos tome contato com a humanidade, descobrindo-se simpática a esta raça diferente. O clímax se dá quando ela encontra um homem deformado e repensa todos os seus atos, levando às ações que garantem o interessante desfecho.

Para o bem ou para o mal, Under The Skin não é o filme fácil que parece. Scarlett Johansson mostra coragem e talento ao aceitar o desafio de participar deste projeto que acha no desconforto a forma de se tornar interessante.

Leia mais sobre a cobertura do Festival de Toronto nos links relacionados abaixo.