Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Tony Bennett defende a legalização das drogas após morte de Whitney Houston

"Uma vez que seja legal e todos possam fazê-lo, não haverá mais desejo de usar", disse o cantor em entrevista à Rolling Stone EUA

Steve Appleford Publicado em 13/02/2012, às 17h56 - Atualizado às 18h59

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Tony Bennett na festa pré-Grammy de Clive Davis - AP
Tony Bennett na festa pré-Grammy de Clive Davis - AP

Tony Bennett levou para casa mais dois prêmios Grammy no último domingo, 12, incluindo um pelo dueto romântico com Amy Winehouse em "Body and Soul". Isso dá a ele um total de 17 gramofones, começando em 1962 por "I Left My Heart in San Francisco". "Eu amo isso", contou Bennett à Rolling Stone EUA, no backstage do Staples Center, em Los Angeles, onde foi realizada a premiação. "Vencer é uma sensação ótima."

Leia textos das edições anteriores da Rolling Stone Brasil – na íntegra e gratuitamente!

Quando ele ganhou com "Body and Soul" por Melhor Performance Pop em Dupla ou Grupo, durante a pré-transmissão do evento, ele convidou os pais de Amy a subirem ao palco com ele. "Body and Soul", do disco Duets II, é a última gravação conhecida de Amy.

"Nós não devíamos estar aqui. Nossa querida filha deveria. Mas essas foram as cartas que nos foram jogadas", disse Mitch Winehouse sobre a cantora, que morreu aos 27 após anos de batalha com as drogas e o álcool.

Foi um tema que se repetiu nesse fim de semana. Bennett agitou algumas discussões no sábado à noite na festa anual pré-Grammy de Clive Davis, que se tornou um memorial para Whitney Houston após a cantora ser encontrada morta em seu quarto de hotel, horas antes do evento. No palco, Bennett pediu a legalização das drogas, causando uma reação instantânea na imprensa e na internet.

"Foi positiva, de maneira geral", disse Bennett no domingo à noite sobre a reação aos seus comentários, destacando os problemas que Whitney teve em vida. A legalização poderia "dar conta de todos os gângsteres que fazem as pessoas se esconderem. Uma coisa que aprendi sobre pessoas jovens é que quando você diz 'não faça isso', esta é a coisa que eles irão fazer. Uma vez que seja legal e todos possam fazê-lo, não haverá mais aquele desejo de fazer algo que ninguém mais pode fazer."

"Eu testemunhei isso em Amsterdã", complementou Bennett, 85 anos, que sobreviveu ao próprio vício em cocaína nos anos 70. "É legal, e o resultado é que não há pânico nas ruas. Não há tráfico, não há um 'me encontre na esquina e eu lhe darei algo'. Você sempre está com medo de ser preso. Tem de se esconder. Por que fazer isso?"

Apesar de nunca ter conhecido Whitney, ele relembrou sua primeira reação ao ouvir a voz dela em meados dos anos 80. "Quando a ouvi cantar pela primeira vez, eu chamei Clive Davis", ele disse sobre o chefe de gravadora, que descobriu Whitney e apoiou sua carreira. "E eu disse: 'Clive, esta é a melhor cantora que já ouvi na minha vida. Você realmente tem algo em suas mãos'. Sem dúvida, no início ela estava cantando tudo de maneira muito linda."

"Ela simplesmente tinha o dom. Cantores reconhecem outros cantores quando os ouvem. Eles dizem: 'Espera um minuto, isso é diferente'. Ela tinha o maravilhoso dom de acreditar em tudo que ela cantava."

Bennett é também um fã da grande vencedora deste ano, Adele, que ganhou seis prêmios Grammy, incluindo Álbum do Ano por 21. Ele a comparou a Kate Smith, a cantora norte-americana com uma voz poderosa de tempos muito anteriores. "Ela é magnífica", disse ele sobre Adele. "É a melhor cantora britânica que já ouvi."