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De volta e cheios de gás

Vocalista do Ugly Kid Joe comenta o retorno da banda e os shows no Brasil: "Só de pensar na América Latina já fico elétrico"

Itaici Brunetti Publicado em 07/08/2012, às 20h10 - Atualizado em 10/08/2012, às 16h00

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Whitfield Crane - Reprodução/Site oficial
Whitfield Crane - Reprodução/Site oficial

Ninguém esperava por essa volta, ou melhor: além dos fãs da época, poucos se lembravam deles. Mas os integrantes do grupo californiano Ugly Kid Joe resolveram tirar os bermudões dos armários, que estavam aposentados desde 1997, e voltaram à ativa. Com músicas inéditas e uma turnê mundial, a banda desembarca nesta semana no Brasil para três apresentações, em Florianópolis (9/8), São Paulo (11/8), em Porto Alegre (12/8; saiba mais ao final do texto).

A banda ficou 15 anos longe da estrada e hoje conta apenas com dois integrantes originais – o vocalista Whitfield Crane (foto) e o guitarrista Klaus Eichstadt, ambos com 44 anos de idade. Na turnê atual, quem acompanha os dois remanescentes são os músicos Cordell Crocket (baixo), Dave Fortman (guitarra) e Shannon Larkin (bateria), que gravaram Motel California (1996), último disco do grupo (Crocket está com Crane e Eichstadt desde America's Least Wanted, de 1992). Larkin fala à Rolling Stone Brasil sobre o retorno do grupo. “Whitfield e eu estávamos escrevendo e gravando para uma outra banda que temos, chamada Another Animal, e sempre amamos tocar juntos. Por isso foi uma loucura quando os outros caras se juntaram a bordo para compor novas músicas para o Ugly Kid Joe”, conta, por e-mail. “Nós sentimos que o momento era agora, o que estava rolando era real.” Whitfield Crane, por sua vez, não esconde que a volta bem sucedida aos palcos de algumas bandas dos anos 90 o animaram bastante. “Quando eu vi que o Faith no More tinha voltado, eles realmente me fizeram pensar muito sobre isso”, afirma.

Mas diferente do grupo de Mike Patton, o Ugly Kid Joe voltou aquecido de material novo, o EP Starway To Hell (2012), que contém seis músicas inéditas calcadas em um hard rock atual e agressivo, diferente das divertidas, baladeiras e famosas “Everything About You”, “Cats in the Cradle” e “Neighbor”, que fizeram a fama dos então garotos lá no início da década de 90. “Temos três grandes hits e nos sentimos sortudos de ter feito essas músicas”, conta Crane sobre as canções conhecidas. Ele também explica a influência de bandas clássicas no lado mais pesado das novas músicas. “O Black Sabbath, junto ao Judas Priest e ao AC/DC, sempre foi minha ponte para música pesada. Nós somos fãs e amigos do Ozzy até hoje.” Em 1994, eles gravaram a música “NIB” para o primeiro volume do álbum Nativity in Black, tributo ao Black Sabbath. Também usaram a introdução de “Sweet Leaf”, também do Sabbath, na música “Funky Fresh Country Club”, do primeiro EP da banda, As Ugly as They Wanna Be.

Como uma das atrações do finado festival Hollywood Rock, o Ugly Kid Joe, no auge de sua carreira, veio ao Brasil em 1994 e tocou na mesma noite de nomes como Live, Sepultura e Robert Plant. Sobre o país, Crane guarda ótimas recordações. “Foi como uma explosão. Era como férias remuneradas. Foram dois shows [Rio de Janeiro e São Paulo] com enormes multidões”, comenta. “Lembro de ter comemorado o meu 26º aniversário em seu país. Foi um grande aniversário. Para os shows que iremos fazer aí nos próximos dias, temos a expectativa de voltar a 1994. Só de pensar na América Latina já fico elétrico.”

Após a turnê de Starway to Hell, que termina em três de novembro em Dublin, na Irlanda, o Ugly Kid Joe pretende permanecer unido. “Nós estamos em um grande lugar musicalmente e somos gratos pela química da nossa banda não ter se dissipado em todos esses anos”, acredita Crane. Pela empolgação dos integrantes, é bem provável que demore algum tempo até eles colocarem os bermudões de volta nos armários.