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Virada Cultural - Repertório para agradar

"Los Hermanos nunca tocam 'Anna Júlia' e todo mundo fica triste", brincou Erasmo Carlos ao justificar set list de hits

Por José Julio do Espirito Santo Publicado em 17/04/2011, às 23h46

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Erasmo Carlos na Virada Cultural - Diego Ciarlariello
Erasmo Carlos na Virada Cultural - Diego Ciarlariello

Numa área relativamente residencial do centro de São Paulo foi montado o palco para bandas que, em sua maioria, estouraram em décadas passadas. Em outras edições da Virada Cultural, esse mesmo local representou uma alavancada na carreira de gente como Odair José e Benito de Paula. Neste ano, após apresentações nostálgicas como as de Ritchie e Os Incríveis, nada mais adequado que Erasmo Carlos, às 17h, para alegrar o público que se aglomerou no Largo do Arouche no último show desse palco.

Uma apresentação com os grandes sucessos do Tremendão era previsível. Na frente do palco, ele disse se render sempre ao apelo do público para tocar os sucessos. "Los Hermanos nunca tocam 'Anna Júlia' e todo mundo fica triste", ele brincou, preparando a plateia para clássicos de suas diversas fases como "Sentado à Beira do Caminho" (composição em parceria com Roberto Carlos), "Sou uma Criança, Não Entendo Nada" (do pacote de faixas existencialistas dos anos 70), e a chicletuda "Pega na Mentira", já da década de 80.

Foi sua banda de apoio a grande responsável por não deixar Erasmo fazer apenas covers de si mesmo. Luiz Lopez (guitarra), Pedro Dias (baixo) e Alan Fontenele (bateria), que formam o trio carioca Filhos da Judith, foi a ala jovem do acompanhamento. Do outro lado veio o reforço dos guitarristas Dadi (membro dos Novos Baianos e A Cor do Som) e Billy Brandão (ele integrou a antiga banda carioca Buana 4, do final dos anos 80) além do maestro José Lourenço nos teclados. Faixas como "É Proibido Fumar" e "Pode Vir Quente que Eu Estou Fervendo" ganharam uma roupagem mais pesada e cheia de groove. Erasmo Carlos conseguiu fazer as centenas de senhoras chacoalhar o esqueleto nas janelas dos prédios, nos canteiros da praça e na área do gargarejo como nos dias de Jovem Guarda e, por vezes, como se não houvesse amanhã. Afinal, para elas, a Virada Cultural deste ano acabava ali.