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Virada Cultural - No caminho de volta do túnel do tempo

Recém-reunido e prestes a lançar novo disco, RPM fez apanhado da carreira de sucesso nos anos 80

Por Leonardo Dias Pereira Publicado em 17/04/2011, às 22h39

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RPM na Virada Cultural - Diego Ciarlariello
RPM na Virada Cultural - Diego Ciarlariello

A programação da Virada Cultural no palco Júlio Prestes, "o palco do rock and roll", como anunciava efusivamente o apresentador entre os shows, foi encerrada por mais uma banda que tem ligação estreita com a explosão do rock nacional no início da década de 80: o RPM de Paulo Ricardo e Luiz Schiavon, que acabou de anunciar mais uma reunião.

Provavelmente tentando demonstrar que não se prendem à sonoridade daqueles tempos dourados, a banda iniciou o show com "Vida Real", o indefectível tema de abertura do reality show Big Brother Brasil, e emendou com a inédita "Crepúsculo", faixa levada por uma batida eletrônica altamente dançante e que estará no misterioso novo álbum que a banda está produzindo, previsto para ser lançado em maio deste ano. Mas a plateia que agradecia a retirada do sol escaldante na capital paulista queria sentir o cheiro de naftalina exalado pelos antigos hits da banda de Paulo Ricardo, que vestia uma pesada jaqueta, daquelas feitas para enfrentar inverno londrino, e foi prontamente atendida com a dobradinha composta por "Louras Geladas" e "A Cruz e a Espada" (essa com uma leve menção a "Beatiful Girl" do INXS), ambas do primeiro álbum do grupo, Revoluções Por Minuto, de 1985.

A multidão de aproximadamente quatro mil pessoas que tomou completamente o largo da praça Júlio Prestes entrou em um transe de histeria muito próximo aos causados pela banda nas apresentações do começo da carreira. Talvez para conter um pouco os ânimos, a banda diminuiu o ritmo com duas covers, uma de "London, London", de Caetano Veloso, e outra de "Flores Astrais", do Secos e Molhados. Mas a retomada do frenesi foi promovida pela trinca "Alvorada Voraz", "A Fúria do Sexo Frágil Contra o Dragão da Maldade" e "Rádio Pirata". Antes de disparar a saideira com "Olhar 43", Paulo Ricardo cometeu um ato falho ao informar que em maio a banda se apresentaria no Perdidos na Noite, programa que era comandado por Fausto Silva na década de 80. Não foi apenas o público que pegou o caminho de volta no túnel do tempo.