Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Voz e Espírito

Acompanhado por seus músicos originais, Elvis Presley reapareceu em São Paulo via telão, na última segunda, 8

Paulo Cavalcanti Publicado em 09/10/2012, às 13h55 - Atualizado às 14h58

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Elvis in Concert - Paulo Madjarof / Divulgação
Elvis in Concert - Paulo Madjarof / Divulgação

Quando Elvis Presley juntou a TBC Band em 1969 para suas apresentações em Las Vegas, ele tinha em suas mãos os melhores músicos que o dinheiro poderia pagar. E, para tomar conta dos vocais, chamou The Imperials, um dos mais importantes grupos gospel dos Estados Unidos, e The Sweet Imperations, um já lendário grupo vocal feminino de soul music. Elvis morreu em 1977 e, antes disso, tocou em estádios e grandes ginásios, mas não sobreviveu para participar da era dos mega espetáculos, onde os gigantescos e sofisticados telões quebram o galho da turma que fica mais no fundo. Em 1997, foi montado o espetáculo Elvis The Concert (agora, chamado de Elvis in Concert). O conceito era este: Elvis apareceria via telões, sua voz seria isolada e os músicos de sua banda original fariam o acompanhamento, como nos velhos tempos. Na última segunda, 8, no Ginásio do Ibirapuera, o público de São Paulo pôde ver como é o Elvis in Concert.

Memórias de Elvis - Músicos e parceiros musicais do Rei do Rock dão detalhes sobre o megashow comemorativo que chegou ao Brasil.

Por volta das 21h40, ao som de “Also Sprach Zarathustra”, a TCB Band, The Imperials e The Sweet Inspirations subiram ao palco sob a direção musical do maestro Joe Guercio, o homem responsável por moldar o som grandiloquente de Elvis. O Rei do Rock estava por lá, obviamente não em carne, mas em voz, imagem e espírito. E o carisma e a inconfundível voz dele foram suficientes para deixar arrebatados os fãs presentes no Ginásio, que estava lotado. A ilusão era perfeita – em muitos momentos, o público olhava para o centro do palco para ver se ele estava realmente lá.

Galeria de videos: O lado gospel de Elvis Presley

As imagens do espetáculo são retiradas do '68 Comeback Special (1968), Elvis: That’s The Way It Is (1970), Aloha From Hawaii (1973) e Elvis on Tour (1974). O show, que abre com o velho blues “See See Rider”, é um passeio pelos grandes momentos de Elvis no palco ao longo da década de 70. Na primeira parte da apresentação, há uma farta seleção de momentos de Aloha From Hawai, como “Burning Love”, “Steamroller Blues” e “Welcome To MY World”. Também são relembrados hits dos anos 50, como “Blue Suede Shoes”, “All Shook Up”, “Hound Dog”, “Don’t Be Cruel” e “Heartbreak Hotel”. “Johnny B. Goode”, clássico de Chuck Berry, foi o momento em que brilhou o também lendário guitarrista James Burton.

Empresa que detém os direitos de American Idol planeja disco de duetos e show com holograma de Elvis Presley

Quando Elvis cantava “Love Me Tender” em Las Vegas, aproveitava para distribuir beijos nas fãs. O pessoal presente ao Ginásio do Ibirapuera se divertiu muito com esse momento, gritando bastante a cada beijo que o cantor sapecava na mulherada. Antes da primeira parte terminar, as raízes gospel de Elvis foram revisitadas. The Imperials interpretou “Sweet Sweet Spirit”, com um Elvis solene sendo mostrado no telão. Foi a deixa para mostrar Elvis interpretando “How Great Thou Art” e “If I Can Dream”.

Galeria: A carreira de Elvis Presley em fotos.

Depois de um intervalo, o show voltou agitado com o medley “Trouble” / “Guitar Man”, com imagens retiradas do '68 Comeback Special. A segunda parte privilegiou as interpretações de Elvis para baladas dramáticas como “The Wonder of You”, “What Now My Love”, “Bridge Over Troubled Water”, “You’ve Lost That Lovin’ Feeling”, “I’ll Remember You” e “My Way”. No meio disso, “Suspicious Minds” roubou o show, com todo mundo se levantando de suas cadeiras, levantando os braços, cantando junto a Elvis e também berrando a cada rebolada que ele dava no telão. A bombástica “An American Trilogy”, com sua mistura de patriotismo e orgulho sulista, também foi outro momento de grande impacto.

Relembrando Elvis.

Logo depois do alvoroço que veio com essa canção, Elvis, no telão, agradeceu a todos e anunciou que iria executar uma faixa do filme Feitiço Hawaiano. Foi a deixa para a banda atacar com “Can’t Help Falling In Love”. Quando os primeiros acordes do piano de Glenn D. Hardin foram executados, o público suspirou um pouco decepcionado, já que sabia que era o fim do show. Mesmo assim, todos cantaram com Elvis o refrão da canção, que se tornou uma espécie de agradecimento do cantor aos fãs. E depois disso, um locutor em off veio com inevitável frase “Elvis has left The Bulding” (Elvis saiu do prédio). Nesta terça, 9, Elvis in Concert volta ao Ibirapuera, mas os ingressos já estão esgotados. Ainda existem ingressos para o show desta quarta, 10, também no Ibirapuera, e para o dia 13, na Via Funchal, em São Paulo. No dia 11, o espetáculo Elvis in Concert será realizado no Rio de Janeiro, no Maracanãzinho.