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Barulho fabuloso

Prestes a fazer dois shows na Virada Cultural Paulista, o compositor francês Yann Tiersen promete guitarras em alto volume e nenhuma surpresa

Por Pablo Miyazawa Publicado em 24/05/2010, às 11h15

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Yann Tiersen rejeita o título de "compositor de trilha" - Divulgação
Yann Tiersen rejeita o título de "compositor de trilha" - Divulgação

Conhecido como o responsável pela sonoridade de filmes cultuados como O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e Adeus, Lênin!, Yann Tiersen é quase imediato ao rejeitar rótulos fáceis: "Não sou um compositor de trilhas. E não há diferença em escrever música para um filme", dispara o músico francês de 39 anos, que se prepara para fazer dois shows no Brasil nesse final de semana. Os desavisados que esperarem uma sonoridade semelhante às trilhas dos filmes citados podem até estranhar o caráter distorcido e em alto volume das apresentações, mas Tiersen não promete surpresas: "Eu acho que isso é algo que vem mais dos jornalistas", ele brinca. "Normalmente, o público que comparece já sabe o que esperar dos meus shows."

Para as duas apresentações, que acontecem neste sábado (em Piracicaba, às 22h30) e domingo (em São João da Boa Vista, às 16h30) - ambos fazem parte da Virada Cultural Paulista -, Tiersen promete um formato semelhante ao show que fez em São Paulo em 2007 para promover o álbum ao vivo On Tour: iluminação densa, guitarras em alto volume, baixo, bateria e pouco espaço para instrumentos mais suaves como piano e acordeon. No repertório, ele planeja diversas músicas do próximo álbum, Dust Lane, que deve ser lançado em outubro. "É o meu melhor disco, tem um contraste maior entre as canções", ele diz. "São oito faixas, todas bem longas, não são exatamente tradicionais. É o álbum que sempre sonhei fazer, então estou bem feliz."

O formato "pesado e com banda" é relativamente novo nos shows de Tiersen. "Foi meio que uma transição lenta, de certo modo", ele explica, sobre a mudança de caráter das apresentações ao vivo. "No início de minha carreira eu costumava tocar sozinho, então foi meio que natural que eu ficasse meio aborrecido de tocar as mesmas músicas e todos os instrumentos." Cansado e desestimulado pela rotina após sua turnê de 2002 (do disco L'Absent), Tiersen decidiu dar uma guinada em seu modo de tocar diante de plateias. "Foi natural transitar para shows mais energéticos. Estou me divertindo mais e mais no palco", afirma. "A energia e essa coisa física de tocar rock - é isso que sempre procurei na música. É o que gosto - a liberdade e a chance de me divertir tocando."

A exato um mês de completar 40 anos, Tiersen, que nasceu em Brest (a oeste de Paris) relativiza o peso da idade e jura se sentir tão disposto quanto no início da carreira artística. "Eu tinha o mesmo tipo de vida quando tinha 15 anos", ele ri. "Acho que essa é a parte boa de trabalhar com música. Você pode ter uma vida de adolescente pra sempre. Eu não me sinto diferente. Você faz discos, sai em turnês, e o tempo passa tão rápido. Parece que quatro anos se passam a cada novo ano. O meu primeiro disco [de 1995] - parece até que o lancei ontem!"